Ser uma popstar com dominância global não é nada fácil. Fãs enlouquecidos, pressão da mídia, turnês com meses de duração… Taylor Swift deve saber de tudo isso. A loirinha, como é chamada pelos fãs, acumula nos 17 anos de carreira uma vasta coleção de prêmios, recordes batidos e canções que não saem das paradas musicais. Mas há um número não muito pop que também acompanha Taylor: seus altos níveis de emissão de carbono. Segundo um estudo publicado pela Yard, durante o primeiro semestre de 2022, o jatinho particular da cantora emitiu 8.293.54 toneladas de carbono. Para se ter uma dimensão, um americano emite, em média, 14,4 toneladas ao ano.
A aeronave, comprada por Taylor em 2011 por cerca de R$200 milhões, é do modelo Falcon 900LX e comporta 12 passageiros, além de uma cozinha completa, um banheiro e um quarto. “13”, o número de sorte da cantora, aparece cravejado do lado de fora da lataria. O jato alcança 890 quilômetros por hora – número que explica a velocidade com qual a popstar transita entre diferentes países.
Cinco dias antes do seu primeiro show no Rio de Janeiro, Taylor finalizava sua passagem pela vizinha Argentina (cuja distância até o Rio é percorrida em 3h40 em um voo comercial). Fotos de paparazzi mostram que a cantora embarcou em seu jato particular de volta para os Estados Unidos quase que imediatamente após o fim do show – ainda com a roupa da última performance no corpo. Na terça-feira (14), a popstar foi fotografada passeando pelas ruas de Nova York ao lado de uma amiga.
Ainda segundo a publicação da Yard, Taylor Swift fez 170 voos durante os primeiros sete meses de 2022, o equivalente a 15,9 dias no ar. O voo mais curto foi de 36 minutos, entre os estados Missouri e Nashville, nos Estados Unidos (semelhante à distância entre São Paulo e Florianópolis).
Ao lado dela, outras celebridades estadunidenses figuram também no topo da lista, entre eles Drake, Travis Scott e Kylie Jenner. Em defesa de Taylor, sua assessoria afirmou que nem todos os voos foram feitos pela cantora, com o jato sendo alugado para outros passageiros quando não em uso.
Taylor Swift arriving and leaving Argentina… Taylor Swift in Argentina with cameras on her after her dad gave 🚜🍅 his mark. "But it's so real" pic.twitter.com/hW9f23mhTK
— chairlor🪑 (@ridemychairlor) November 13, 2023
Mas o que a Taylor Swift tem a ver com o aquecimento global?
A relação entre o jato da Taylor Swift, a emissão de CO2 e o aquecimento global pode parecer um pouco distante, mas é, na verdade, bem simples. Aeronaves como a de Taylor emitem uma altíssima quantidade de carbono na atmosfera enquanto voam.
Este luxuoso privilégio apreciado por uma minúscula fração da humanidade apresenta um contraste significativo quando comparado ao de uma pessoa comum. Um passageiro em um jato particular emite de 10 a 20 vezes mais CO2 na atmosfera do que um passageiro em um voo comercial. Isso sem falar que a maior parte da população sequer viaja de avião.
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O efeito estufa
A poluição do ar é provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos transportes (como o avião particular de Taylor), na geração de energia elétrica, pela atividade industrial e agropecuária. Dióxido de carbono (o tal do CO2), monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC) – como o metano, emitido na pecuária – são alguns dos poluentes mais emitidos. A presença maciça destes gases intensifica o chamado “efeito estufa”.
O efeito estufa é fenômeno natural que faz com que a temperatura média do globo se conserve nos limites necessários para a manutenção da vida, em torno de 14,5 °C. Ele ocorre em razão da existência de gases que estão naturalmente na atmosfera e impedem a dissipação para o espaço de parte da radiação vinda do Sol, que é absorvida e refletida pela Terra.
O problema é que, devido à ação humana, esse benéfico “cobertor” atmosférico está se transformando num forno. O aumento nas emissões de gases do efeito estufa impede que o calor seja dissipado e faz com que ele se acumule. Consequentemente, as temperaturas sobem, as geleiras derretem, os equilíbrios ecológicos são alterados… e o resto da história você já sabe.
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E a loirinha?
É claro que ninguém está dizendo que a Taylor Swift é a maior responsável pelo aquecimento global. As grandes indústrias e a agropecuária ainda encabeçam o ranking de maiores emissores de gases poluentes. Além disso, digamos que seria complicado para uma cantora com tamanha fama viajar em voos comerciais.
No entanto, é de se fazer refletir o custo que comportamentos como estes causam para o resto da humanidade. Atualmente, vivem no planeta Terra cerca de 7,88 bilhões de pessoas. Destas, apenas 22 mil possuem jatos particulares. Durante o ano de 2019, todos os voos comerciais juntos emitiram 900 milhões de toneladas de CO2. Os voos de Taylor Swift durante o primeiro semestre de 2022 somaram 8 milhões de toneladas. A diferença pode parecer não tão assustadora, mas basta lembrar que o jato da loirinha carrega, no máximo, 12 passageiros.
Ironicamente, a passagem de Taylor pelo Brasil – a primeira depois de 11 anos –, será marcada por uma onda de calor extrema. No Rio, onde a cantora faz seus três primeiros shows, a sensação térmica quase bateu a casa dos 60 °C. As causas das altas na temperatura são associadas ao El Niño e, é claro, às mudanças climáticas desencadeadas pela ação humana.
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