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Inteligência Artificial na sala de aula: inovação ou risco?

Em meio à proibição dos celulares nas escolas, tecnologia aparece como uma promessa de revolução. Estamos prontos?

Por Luccas Diaz
25 abr 2025, 10h00
5 Menino aponta para um pôster de Inteligência Artificial durante a Conferência Mundial de Robótica em Beijing, China, em 2018.
5 Menino aponta para um pôster de Inteligência Artificial durante a Conferência Mundial de Robótica em Beijing, China, em 2018. (Lintao Zhang/Getty Images)
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No centro das discussões sobre avanço da Inteligência Artificial, a educação ocupa um lugar de destaque. Enquanto alguns afirmam que a tecnologia representa um perigo aos processos de aprendizado, outros defendem seu uso como uma revolução no estudo personalizado e no auxílio ao professor.

Os exemplos são variados – e vão muito além do uso do ChatGPT para burlar as regras e fazer a lição de casa. Para os docentes, há ferramentas que criam avaliações do zero, a partir do tema e do nível de dificuldade definidos; outras que corrigem provas e geram análises sobre o desempenho de cada aluno, identificando dificuldades já nos primeiros sinais; e outras ainda que criam apresentações interativas sobre qualquer assunto, com fotos e vídeos, em apenas alguns minutos.

+ Celular nas escolas: 4 pontos para entender como chegamos aqui

Para os estudantes, as possibilidades são tão vastas quanto. Há IA para digitalizar e enviar para a nuvem as anotações do caderno, para avaliar redações ou apontar erros gramaticais, para gravar a fala do professor e transcrever tudo em um texto, para gerar um quiz automático com os assuntos que vão cair na prova, entre tantas outras.

Que a IA tem a capacidade de transformar o ambiente escolar e o cotidiano estudantil não há dúvidas, mas especialistas pedem cuidado quanto às expectativas de que ela pode sanar os problemas que existem nas escolas hoje.

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Revolucionária, mas não milagrosa

“Toda novidade no mundo digital, quando chega na educação, vem junto de especulação e expectativa de uma possível revolução, como se a revolução no aprendizado dependesse de uma ferramenta externa, e não dos processos que acontecem dentro da escola, das relações entre professores e alunos, e das políticas curriculares”, afirma Priscila Gonsales, pesquisadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e colaboradora do relatório especial da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o uso de IA na educação.

A pesquisadora acredita que a tecnologia pode, sim, ser uma aliada em tarefas mais “burocráticas” de alunos e professores, mas rebate discursos que pregam que a IA consegue suprir as demandas da vida escolar – uma vez que o papel da escola extrapola o de meramente ensinar fórmulas de matemática, datas históricas ou regras gramaticais.

É na escola que crianças e adolescentes aprendem a se portar socialmente, compreendem as primeiras noções de cidadania e começam a ver o mundo com um olhar crítico. “Vejamos a hora da chamada, por exemplo. Ela não é apenas uma burocracia que pode ser substituída por IA. A depender da forma como é feita, é um momento de contato com os alunos, de acolhimento e de diagnóstico socioemocional”, diz.

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Para Priscila, um uso saudável da IA nas escolas teria de superar a sua utilização como mero instrumento. Ou seja, em vez de só usar a Inteligência Artificial, também falar sobre ela. “É preciso pensar como essa IA é feita, como ela gera esses resultados, de onde vêm esses dados, quem são os trabalhadores humanos por trás disso. Quanto eles ganham, quais são as suas condições de trabalho? Quem são os donos dessas IAs? Quais papéis desempenham na geopolítica atual? Quais impactos vêm causando no meio ambiente? Todo o ecossistema precisa ser discutido.” 

+ 5 livros para começar a entender a Inteligência Artificial

Questão de desigualdade

No Brasil, os desafios estruturais são uma barreira, já que a desigualdade digital e a falta de infraestrutura tecnológica na rede pública limitam as possibilidades de uso das IAs. Segundo o Censo Escolar de 2023, apenas 62% da rede pública têm acesso à internet para uso de aprendizagem.

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Um levantamento do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações do NIC.br/Ceptro.br complementa, mostrando que não apenas falta internet nas escolas, como falta também conexão estável e de qualidade. A média da velocidade de dados nas escolas públicas do Brasil está abaixo do número mínimo estabelecido pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec) do governo federal, 1 Mbps por aluno no turno com mais matriculados.

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