Ao menos no Brasil, o nome de James Baldwin pode não soar tão familiar quanto o de Martin Luther King ou Malcom X. Mas acredite: o escritor e ativista foi uma das vozes mais proeminentes na luta pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos. Além da atuação política, é conhecido pela sua extensa produção literária: escreveu romances, contos, ensaios, entre outros. Seu primeiro romance, o livro autobiográfico “Go Tell It on the Mountain”, foi considerado pela revista Time como um dos 100 melhores romances de língua inglesa do século 20.
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Nascido em 1924 em um hospital do Harlem, bairro de Nova York, Baldwin era neto de um escravizado e foi abandonado pelo pai. Acabou criado, então, pela mãe, Emma Berdis Jones, e o padrasto, David Baldwin – um pastor a quem chamava de pai e de quem herdou o sobrenome. O próprio James Baldwin pregou em uma igreja até os 18 anos, mas decidiu se afastar da religião e dedicar-se à escrita.
Encontrou em seus textos uma maneira de expor o racismo, a homofobia, os conflitos familiares e outras questões que atravessavam sua vida. “Baldwin conseguiu ser um grande romancista, um grande ensaísta, um grande dramaturgo, um grande poeta e um grande militante”, afirma em entrevista à Revista CULT, Maria Aparecida Salgueiro, pesquisadora da literatura afro-americana na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Abaixo, confira quatro livros que ajudam a entender a produção e vida de James Baldwin.
Notas de um filho nativo
Primeiro livro de não-ficção escrito por Baldwin, “Notas de um filho nativo” reúne diversos ensaios escritos entre as décadas de 1940 e 1950. Neles, o autor reflete sobre sua condição enquanto homem negro e homossexual nos Estados Unidos, e se dá conta do quanto sua história não foi contada pelos cânones da literatura.
Notas de um filho nativo
O quarto de Giovanni
“O quarto de Giovanni” foi o segundo livro escrito por Baldwin, mas acabou publicado mais tardiamente por trazer um tema polêmico para a época: a homossexualidade. Anos antes do movimento de liberação gay, o autor já trazia nesta obra a história de dois homens que apaixonam-se em Paris – colocando em pauta a bissexualidade, já que um deles tinha uma namorada.
O quarto de Giovanni
Terra Estranha
“Terra estranha”, romance publicado em 1962, conta a história de um homem negro, o baterista Rufus, que apaixona-se por uma mulher branca, Leona. Em tempos de segregação racial nos Estados Unidos, o casal depara-se com dilemas envolvendo relações inter-raciais, bissexualidade, nacionalismo e violência.
A obra, certamente, causou alvoroço na época. Quando foi publicado pela primeira vez no Brasil, pela editora Globo, o livro trazia o seguinte aviso: “Este livro destina-se a leitores adultos: sob nenhum pretexto deve ser posto na mão de menores. Ao traduzir para o português esta aterradora história do submundo de Nova York, a intenção da editora Globo foi dar a conhecer ao público brasileiro uma obra que o crítico americano Granville Hicks considera ‘um dos mais poderosos romances de nossa época’”.
Terra Estranha
Se a rua Beale falasse
Romance de Baldwin que já virou filme, “Se a rua Beale falasse” conta a história de um casal em busca por justiça. Tish, jovem de 19 anos, tenta provar que seu noivo, Fonny, foi preso injustamente, condenado pelo estupro de uma porto-riquenha. O livro escancara uma sociedade e um sistema judiciário racista.
Se a rua Beale falasse
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