O “tarifaço” de Trump pode cair no Enem? O que você precisa saber sobre o assunto
Presidente americano anunciou novas taxas de importação para vários países do mundo, incluindo a China

Quem está ligado no noticiário, dificilmente passou ileso pela palavra “tarifaço” nas últimas semanas, termo utilizado para descrever as recentes políticas tarifárias implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No dia 2 de abril, apelidado por Trump de “Dia da Libertação”, foi anunciado um aumento significativo nas tarifas de importação. A medida estabeleceu uma tarifa base de 10% sobre todas as importações, com taxas adicionais mais elevadas aplicadas a 57 países, variando entre 11% e 50%.
Essa movimentação provocou reações internacionais, com a União Europeia e a China anunciando medidas retaliatórias, mostrando a complexidade e os impactos das políticas comerciais adotadas por Trump. Sendo os Estados Unidos a maior potência global, não é de se estranhar que o mundo todo esteja apreensivo.
O GUIA DO ESTUDANTE conversou com Sebastian Fuentes, professor de Geografia do Curso Anglo, e te ajuda a entender melhor que está acontecendo – afinal, vai que o tema aparece na sua prova do Enem?
O que é o tarifaço?
O tarifaço é como foi apelidada a nova medida que aumenta as tarifas de importação de produtos de outros países – e Trump fez uma lista de nações que sofreriam esse aumento como China, Vietnam, Canadá, México e o próprio Brasil.
“Agora quando um produto for produzido em outro país e enviado para Estados Unidos, ele terá uma taxa extra, o imposto alfandegário”, explica Sebastian.
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Como isso se relaciona com a política internacional de Trump?
Desde o seu governo anterior, Donald Trump tem se demonstrado um governante extremamente nacionalista e, por isso, os termos Make America Great Again ou America First foram retomados – sendo o American First o mais importante, pois é o slogan usado por ele para justificar implementação do tarifaço.
Mas qual a intenção de Donald Trump com o tarifaço?
Segundo Sebastian, se o produto feito na China fica mais caro devido a essas tarifas extras, Trump imagina que isso vá fomentar a indústria nacional. O empresário decidiria produzir internamente, aumentando assim a taxa de emprego e a renda do estadunidense médio.
“No entanto, ao forçar o produtor a sair da China e de outros lugares onde as produções são mais baratas e ir para os Estados Unidos, isso vai com certeza aumentar a inflação, já que ele não está barateando o produto estadunidense, mas encarecendo o produto de outros países.”
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Quando essa atitude nacionalista se expressa na economia, é chamada de protecionismo. Em resumo, é quando um país, para proteger sua própria indústria e comércio, dificulta a importação. Mas neste caso, a história é mais complexa e envolve outros aspectos da economia americana. Com o aumento das tarifas de importação, Trump pretende também aumentar a arrecadação do país, o que possibilitaria a ele diminuir os impostos pagos pelos cidadãos americanos.
Guerra comercial com a China
Apesar da taxação atingir inúmeros países, não há dúvidas de que o alvo principal é a China. A guerra tarifária e comercial entre os dois países data do primeiro mandato de Trump (leia aqui o histórico), e agora parece ganhar mais fôlego do que nunca. As duas maiores potências do mundo somaram US$ 585 bilhões em comércio no ano passado – com os Estados Unidos importando bem mais da China (US$ 440 bilhões) do que o contrário (US$ 145 bilhões).
Em “economês”, isso significa que a China teve (e tem, há anos) um superávit na Balança Comercial com Estados Unidos. E é isso que desagrada a Trump.
Logo que o tarifaço foi anunciado, a China já se articulou para responder também com o aumento de suas tarifas de importação dos Estados Unidos. A preocupação de analistas é que essa guerra comercial lance os dois países em uma recessão, e sendo eles as duas maiores economias mundiais, isso poderia ter impacto global.
Afinal, o “tarifaço” de Trump pode cair no Enem?
É importante lembrar que o Enem, na verdade, é uma prova que não cobra atualidades tão quentes. Como as questões tem que passar por fase de teste, dentre outras margens de segurança, o exame não costuma cobrar em uma edição perguntas que foram elaboradas naquele mesmo ano.
No entanto, Sebastian destaca que o tema de comércio exterior pode, sim, aparecer. “Ele não vai perguntar exatamente sobre o tarifaço do Trump, mas pode perguntar o que é défict comercial, que consiste na relação de exportação e importação entre países. Isso é uma pergunta muito objetiva que pode ser cobrada”.
Exportação e importação, portanto, são conceitos que o Enem pode questionar. Além disso, por que os produtos estão sendo feitos na China hoje em dia? Ou então, por que os Estados Unidos passaram por um processo de desindustrialização?
Embora não sejam perguntas diretamente relacionadas ao “tarifaço”, elas são a cara do exame e ter conhecimentos sobre o contexto atual pode ajudar na hora da resposta.
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