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Teólogo explica expansão das religiões evangélicas no Brasil

Ulisses Graminhani apresenta a História das religiões cristãs protestantes

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 12 dez 2020, 12h58 - Publicado em 12 dez 2020, 12h46

Por ESQUINAS

Mesmo 500 anos após o nascimento das primeiras religiões cristãs protestantes, ainda há desconhecimento sobre quem de fato são os evangélicos e quais as suas vertentes religiosas. ESQUINAS conversou com Ulisses Graminhani, 57 anos, teólogo formado pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, que esclareceu algumas questões.

REFORMA PROTESTANTE E DOUTRINAS

“Evangelho é o que Jesus ensinou”, afirma Graminhani. O especialista retoma o surgimento das vertentes primitivas do evangelicalismo. “A Reforma Protestante veio com a proposta de mostrar que a Igreja não é uma intermediária entre Deus e as pessoas, já que ela tinha a prerrogativa de falar em nome de Deus. Então, Lutero e Calvino fizeram essa Reforma dizendo que somente a pessoa de Cristo se estabelece entre Deus e os Homens”, explica.

As Igrejas de tradição reformada nasceram do evento histórico da Reforma e são conhecidas como Evangélicas Protestantes. Seus seguidores são os presbiterianos, influenciados por João Calvino e o movimento calvinista; os luteranos, baseados na teologia de Martinho Lutero, e os anglicanos, que surgiram com a Igreja da Inglaterra.

De acordo com o teólogo, a vertente calvinista crê que Deus escolheu apenas algumas pessoas para a salvação, uma vez que o homem já nasceria na condição de pecador — herdada das ações de Adão e Eva — e somente Deus poderia salvá-lo se esta fosse a vontade Dele. Os luteranos, seguindo uma filosofia mais “arminiana”, ou seja, pautada no livre arbítrio, defendem que o homem teria o poder de escolha entre acreditar ou não em Cristo.

Os anglicanos, por sua vez, se assemelham em muitos pontos aos católicos. “No séc. XVII, havia puritanos na região da Inglaterra que romperam com a Igreja do país. Alguns queriam que a Igreja da Inglaterra fosse católica e outros desejavam que ela fosse de origem Protestante. Os Batistas nascem dessa cisão”, explicou Graminhani a respeito da influência do anglicanismo na fé inglesa.

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EVANGÉLICOS EM EXPANSÃO

Em resposta à Reforma Protestante, a Igreja Católica iniciou, em 1545, a Contrarreforma, a fim de barrar os avanços protestantes na Europa. Hoje, sem esses esforços, as pessoas são, teoricamente, livres para professar sua fé.

“Esse fenômeno da modernidade em que as pessoas começam a escolher a sua própria identidade religiosa é chamado por alguns estudantes da teologia de ‘privatização da religião’. Isso porque não há mais aquele pacote de crenças, de dogmas e de ritos cerimoniais que a Igreja Católica pautava”, disse Graminhani.

Segundo um estudo divulgado pela Veja São Paulo e apurado pelo demográfico José Eustáquio Alves, os evangélicos representam atualmente 31,8% da população brasileira. Além disso, a pesquisa ainda aponta que o número de brasileiros adeptos do evangelicalismo cresce em média 0,8% ao ano desde 2010, enquanto o de católicos diminui 1,2%. Se esse ritmo for mantido, em 2032 a quantidade de evangélicos deve exceder a de católicos no País.

DE ONDE VÊM E PARA ONDE VÃO OS PENTECOSTAIS

O teólogo afirmou que, na atualidade, os pentecostais representam a maior Igreja Cristã Evangélica do mundo, com um cálculo aproximado de 70 milhões de fiéis. Segundo ele, “o movimento pentecostal nada mais é que uma releitura ou uma leitura mais espiritualizada do Evangelho”.

Graminhani também contou a história da origem do pentecostalismo, que nasceu na Califórnia em 1914 em meio a um acontecimento conhecido como Evento da Rua Azusa. Um grupo de indivíduos estava reunido e vivenciou um fenômeno de natureza espiritual que foi chamado de “Visitação do Espírito Santo”. Os fiéis congregados identificaram o episódio como um Pentecoste. “A referência é o evento que acontece em Atos 2, quando Jesus sobe aos céus e já havia avisado que mandaria um consolador que, no caso, seria o Espírito Santo”. No Brasil, o movimento pentecostal chegou primeiro a Belém do Pará, aproximadamente um ano depois do ocorrido, onde foi formada a primeira Igreja dessa vertente religiosa no País.

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“Os pentecostais acreditam na segunda experiência da visitação do Espírito Santo, e essa experiência é comprovada através de uma manifestação mística de falar línguas estranhas, não são idiomas convencionais, são línguas incompreensíveis de origem espiritual que inclusive são chamadas de língua dos anjos”, explicou.

O neopentecostalismo, por sua vez, nasce de um pensamento neoliberal pregado nos Estados Unidos a partir da última década do século XIX. “Ocorre um movimento nas terras americanas conhecido como Teoria da Prosperidade ou Confissão Positiva. Ele parte do princípio de que se você tem fé, tudo aquilo que é bom materialmente falando vai acontecer com você. O neopentecostalismo está alicerçado na questão da benção mediando o sacrifício pessoal. Ou seja, se você ajudar financeiramente uma igreja, for na corrente de oração, fizer seu jejum, Deus vai te abençoar”.

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