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Titanic: os avanços da Engenharia Naval que poderiam ter evitado o naufrágio

Tragédias não escolhem quando vão acontecer, mas estas tecnologias poderiam ter ajudado na época do acidente

Por Ludimila Ferreira
15 abr 2024, 15h00

No dia 15 de abril de 1912, há 112 anos, aconteceu o naufrágio do RMS Titanic, matando cerca de 1.500 pessoas. O navio pesava 46 mil toneladas, tinha 269 metros de comprimento e, naquela noite, estava transportando 2.240 passageiros de Southampton, Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos. Menos de 30 anos depois, sobretudo devido às guerras, a Engenharia Naval passaria por avanços que poderiam ter evitado o desastre – ainda que inúmeros relatos apontem para erro humano, mais especificamente do comandante e sua tripulação.

O Titanic era considerado moderno para sua época, mas a tecnologia ainda não era avançada o suficiente para detectar objetos a longas distâncias, e a reação do aço utilizado sobre águas congelantes era desconhecida.

Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE lista alguns avanços na Engenharia Naval que poderiam ter mudado os rumos dessa história.

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Aço mais adequado para navegação

A maior diferença do Titanic para outros navios da época foi a construção de 16 compartimentos estanques que impediriam a entrada de água em caso de colisão. Ou seja, se alguma parte do casco furasse, imediatamente seriam acionadas as portas do compartimento afetado, impedindo que a água fluísse para outros lugares.

Esta era uma maneira de continuar a viagem, mesmo fraturado – e foi por conta dessa tecnologia que o Titanic ganhou a alcunha de “inafundável” na época. Acontece que ela não foi suficiente. 

Hoje se sabe que alguns materiais mudam de propriedade mecânica dependendo da temperatura a qual estão sujeitos. Em outras palavras, isso significa que a resistência ou a dureza de determinado material, como o aço, por exemplo, muda dependendo da temperatura. Esta reação só passou a ser conhecida através da determinação da temperatura de transição vítrea (Tg), que indica a temperatura à qual uma substância se transforma de um estado vítreo, ou seja, rígido e não-maleável, para um estado borrachudo ou vice-versa.

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As pesquisas realizadas após as expedições de 1985 para avaliar o motivo do naufrágio concluíram que o Titanic era composto por chapas de aço de baixo carbono unidas umas às outras por meio de rebites, que são fixadores. Na parte central do navio foram usados rebites de baixo carbono, como o esperado, porém, em sua proa e popa – parte dianteira e traseira –, foram usados rebites de ferro forjado, material menos resistente. E foi a proa que colidiu com o iceberg.

Além disso, foram encontradas escórias no material do navio, que é um rejeito da redução do minério de ferro presente em um objeto. É a mistura de minério de ferro, carvão, coque, ar e calcário, usado anteriormente na fabricação do aço. A grande concentração de escórias tornam o material ainda mais frágil.

O aço passou a ser fabricado com uma porcentagem mais baixa de carbono e mais alta de manganês (Mn) apenas na Segunda Guerra Mundial, como aponta o engenheiro metalúrgico Jan Vatavuk, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie em entrevista para a BBC. Com isso, se tornou mais tenaz – ou seja, resistente – e mais adequado para a construção de superestruturas.

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Tecnologia de geolocalização

Outros avanços tecnológicos também poderiam ter evitado o acidente em 1912, como o radar, o sonar e o GPS. O Titanic usava marinheiros para identificar obstáculos na rota, porém era uma noite escura e o navio navegava a 41km por hora, impedindo a boa visibilidade por parte dos homens. Os equipamentos de geolocalização usados em alto mar foram introduzidos apenas a partir da Segunda Guerra Mundial.

O primeiro sonar foi inventado três anos depois da tragédia do Titanic, pelo físico Paul Langévin e pelo cientista Constantin Chilowski. Ele determina a distância de objeto ou obstáculo através do som. Já o radar foi inventado em 1935 por Sir. Robert Alexander Watson-Watt, para detectar a aproximação de aviões. Ele emite e recebe ondas de rádio.

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O GPS já é uma invenção mais recente. O primeiro foi lançado em 1960, pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, para uso militar do país. Além disso, o mapeamento dos oceanos se tornou muito mais sofisticado com o avanço tecnológico.

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