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Conheça os muros mais polêmicos do mundo

Além do presidente norte-americano, Donald Trump, outros líderes mundiais também decidiram erguer barreiras e restringir o livre-trânsito de pessoas

Por Fabio Sasaki
2 fev 2017, 19h06
Trecho do muro na fronteira entre os EUA e o México  (David McNew/Getty Images)
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O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, assinou no dia 25 de janeiro um decreto que autoriza a construção de um muro na fronteira que o país faz com o México. O objetivo da medida é erguer uma barreira física para evitar que os mexicanos emigrem ilegalmente para os Estados Unidos. Trump ainda acrescentou que pretende aumentar em 20% a taxa de importação dos produtos mexicanos e que este dinheiro seria usado para financiar a construção do muro.

Na verdade, já há trechos descontínuos de barreiras na fronteira entre os EUA e o México. Elas começaram a ser construídas durante o governo do presidente George W. Bush (2001-2008) e conta com sofisticados equipamentos de segurança, como câmeras infravermelhas, aviões pilotados a distância e um corpo de milhares de agentes de fronteira, em veículos terrestres e helicópteros.

Não deixa de ser um paradoxo que, na era da globalização, quando se festeja a livre circulação de mercadorias e de capitais, o trânsito dos seres humanos sofra restrições por conta de discriminações, barreiras e muros. Confira outros três polêmicos muros que foram erguidos em diferentes partes do planeta:

 

CEUTA E MELILLA

Conheça os muros mais polêmicos do mundo
Imigrantes africanos escalam a cerca que separa Marrocos do enclave espanhol de Melilla, em 2014 (foto: Alexander Koerner/Getty Images) (Alexander Koerner/Getty Images)

Ceuta e Melila são enclaves pertencentes à Espanha e localizados no Marrocos, norte da África. Esses territórios tornaram-se uma das principais rotas de passagem de imigrantes ilegais africanos que buscam chegar à Europa. Para cortar esse acesso, a UE e seu aliado, o Marrocos, ampliaram em 2004 as fortificações nos dois territórios.

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A barreira é constituída por duas grandes cercas metálicas de até seis metros de altura, com arame farpado em cima, entre as quais circulam veículos de vigilância. No local, há sensores de movimento e de ruído, além de uma forte e permanente iluminação.

Apesar do aparato, milhares de imigrantes, vindos basicamente da África subsaariana, conseguem a cada ano ultrapassar as cercas e ingressar no que oficialmente já é território europeu, mesmo situado na África. Em 2015, foram cerca de 11,6 mil. A maioria passa pelas autoridades espanholas de imigração e é enviada ao continente europeu. Muitos acabam ficando por lá, já que a Espanha não mantém tratados de extradição com muitos dos países de origem dos imigrantes.

 

CISJORDÂNIA E ISRAEL

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Muro que separa Israel dos territórios palestinos na Cisjordânia (foto: Marco Di Lauro/Getty Images) (GE/Guia do Estudante)
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Outros muros feitos por países impedem a circulação de pessoas, mas num contexto de conflito aberto, como o existente entre o Estado de Israel e os territórios palestinos. Um muro de cerca 700 quilômetros foi construído por Israel na parte leste da Cisjordânia, a partir de 2002. A barreira separa vilas palestinas dos locais habitados por israelenses e impede o livre trânsito na região.

A população palestina fica assim isolada pelo muro ziguezagueante. Tem também a sua circulação limitada, mesmo internamente, pela instalação de cerca de 600 barreiras de controle do Exército israelense nos caminhos. Condenado pela Corte Internacional de Justiça de Haia, que determinou sua demolição em 2004, o muro é alvo de críticas de importantes líderes internacionais, mas Israel não abre mão de mantê-lo, reforçá-lo e ampliá-lo.

O governo israelense invoca razões de segurança: o muro seria uma resposta a atentados terroristas praticados contra sua população. No entanto, o traçado da barreira não obedece à “linha verde”, marco internacionalmente reconhecido como limite de Israel, mas avança por dentro dos territórios palestinos. Dessa maneira, Israel pretende consolidar sua presença em terras palestinas, reforçando a segurança em torno dos assentamentos judeus encravados na Cisjordânia.

 

COREIA DO NORTE E COREIA DO SUL

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Soldado sul-coreano vigiam a zona desmilitarizada que divide as duas Coreias, em 2015 (foto: Getty Images) ()

Outra fronteira fortemente vigiada e fechada é a que separa Coreia do Norte e Coreia do Sul, no Leste da Ásia. No contexto da Guerra Fria, que opunha os países capitalistas ao bloco comunista, iniciou-se em 1950 uma guerra entre os dois lados da antiga Coreia, ocupados desde a II Guerra pelos exércitos russo (ao norte) e norte-americano (ao sul).Tecnicamente, até hoje a guerra não acabou, pois foi assinada apenas uma trégua em 1953.

Desde então, a fronteira entre os dois países, embora chamada de Zona Desmilitarizada, é um dos locais mais militarizados do planeta, com forte vigilância de ambos os lados. A barreira se estende por 240 quilômetros, de costa a costa, e tem quatro quilômetros de largura. A maior parte das forças militares das duas Coreias mantém-se ao longo dessa fronteira.

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