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Febre amarela: tudo o que você precisa saber sobre a doença

Intensificação do surto preocupa as autoridades e a população. Saiba mais sobre as formas de transmissão, a prevenção e os sintomas da doença

Por Fabio Sasaki
Atualizado em 8 fev 2018, 17h57 - Publicado em 18 jan 2018, 18h31
Braço após ser vacinado, com a mão do enfermeiro ainda limpando a região vacinada
 (Pixel_away/iStock)
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O verão chegou sob a ameaça da febre amarela silvestre. A doença é endêmica, ou seja constante na maior parte do país, mas o surto atual é considerado o pior da história. Ele teve início no começo de 2017, atingindo Minas Gerais e Espírito Santo, além de alguns casos isolados em São Paulo e Bahia. Após perder força no inverno, a doença voltou a se espalhar agora no verão de 2018, atingindo todo o Sudeste além do Distrito Federal.

O avanço da doença levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerar São Paulo como área de risco, recomendando a vacinação a todos os viajantes internacionais que passarem pelo estado. Essa recomendação já vale para todos os estados das regiões Norte e Centro-Oeste, Minas Gerais, Maranhão e parte dos estados da região Sul, Bahia e Piauí.

Além de ficar atento contra o risco de adquirir a doença, é importante informar-se sobre a febre amarela porque as epidemias costumam ser tema importante dos vestibulares, não apenas em biologia como também em atualidades. A seguir, você confere alguns aspectos da doença que merecem atenção nos seus estudos.

>>Veja também: A globalização das doenças

A febre amarela silvestre

A febre amarela é provocada por um mesmo vírus, da família faviviridae, e pode ser transmitida por diferentes mosquitos vetores. Quando ocorre nas matas, a febre amarela é chamada de silvestre e os principais hospedeiros são as diferentes espécies de macacos. Quando picados por fêmea do mosquito Haemagogus ou Sabethes os macacos infectados transmitem o vírus a ela, e o mosquito passa a transmitir o vírus ao picar as pessoas. Importante ressaltar que os macacos são os hospedeiros da doença e eles não a transmitem diretamente ao ser humano.

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A febre amarela urbana

O Brasil já teve febre amarela nas cidades, chamada de urbana, em que o vírus é transmitido pela fêmea do Aedes aegypti, mas essa variante urbana é considerada extinta no país desde a década de 1940. Nos dois casos, o ser  humano torna-se o hospedeiro, e a doença pode ou não se tornar epidêmica.

Sintomas

A febre amarela tem esse nome porque ao atacar o fígado provoca icterícia, deixando amarelados os olhos e a pele do enfermo. O período de incubação pode ser de três até 15 dias. Os sintomas são bastante variados, o que prejudica o diagnóstico. Nos primeiros três dias de sintomas, ela pode provocar de simples prostração, febre, calafrios, dor de cabeça e muscular, até náusea e vômito. Passado esse período, o enfermo costuma ter súbita melhora, que pode se estender por algumas horas ou até dois dias inteiros, deixando a impressão de que a doença se foi. Mas, se ela retorna, voltam a febre e o vômito, pode haver hemorragias, insuficiência hepática e renal graves, e a morte.

Prevenção

A prevenção à febre amarela é feita com uma dose da vacina injetável, que deve ser aplicada dez dias antes de visitar locais de possível incidência da doença. A imunidade passa a ser para a vida inteira, mas no Brasil a recomendação do Ministério da Saúde é receber duas doses da vacina para maior garantia, e a vacinação é recomendada para praticamente todo o território interior.

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Entre fevereiro e março haverá uma campanha de vacinação no Brasil. Em São Paulo, o governo resolveu antecipar a campanha de emergência para o dia 29 de janeiro. As vacinas serão aplicadas em doses fracionadas para conseguir atingir o maior número de pessoas. Essa dose fracionada tem validade de 8 anos.

Histórico no Brasil

Antes de ser considerada extinta nas cidades, na década de 1940, a febre amarela urbana foi um dos piores males no país. Acredita-se que tenha sido trazida da América Central, tornou-se endêmica no Rio de Janeiro e foi uma das primeiras doenças a ser combatidas pelo cientista Oswaldo Cruz, que criou um programa de brigadas para matar os mosquitos na cidade, mesmo que fosse necessário invadir as casas, no início dos anos 1900. No período de 1850 a 1902, a antiga capital federal registrara mais de 58 mil mortes atribuídas à doença. O desenvolvimento da vacina e sua chegada ao Brasil erradicou a febre amarela urbana nas cidades na década de 1940.

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