Qual é a diferença entre embaixadora e embaixatriz?
A história por trás dessas palavras revela muito sobre o papel das mulheres na sociedade ao longo do tempo
Você já pode até ter visto as formas “embaixadora” e “embaixatriz” escritas por aí e achado que se tratam de variantes linguísticas para um mesmo título. Mas não é bem assim: embora pareçam sinônimos, os dois termos têm significados diferentes – e essa diferença tem tudo a ver com história, sociedade e linguagem!
O que é uma embaixadora?
“Embaixadora” é a forma feminina de “embaixador”, e designa a mulher que ocupa oficialmente o cargo diplomático de chefia de uma embaixada. Ou seja, ela é a representante máxima do Brasil (ou de outro país) em uma nação estrangeira.
Exemplo: “Fernanda é embaixadora do Brasil na Argentina.”
Simples assim. Afinal, o português permite a flexão de gênero nas profissões, como deputada, ministra, e por aí vai.
E o que é uma embaixatriz?
Já “embaixatriz” é outra história. A palavra se refere à esposa de um embaixador, e não à mulher que exerce o cargo de embaixadora.
Exemplo: “A embaixatriz Maria Helena organizou uma recepção no consulado.”
O título é social, não oficial. Tradicionalmente, embaixatrizes tinham um papel importante na vida diplomática: organizavam jantares, participavam de eventos protocolares, representavam seu país em funções sociais… mas sem exercer formalmente nenhuma função diplomática.
Por que essa distinção existe?
A explicação está no contexto histórico.
Para começar, diplomacia era “coisa de homem”. Durante séculos, o corpo diplomático foi uma carreira exclusivamente masculina. Mulheres simplesmente não podiam ser diplomatas. Com isso, o título “embaixador” era sempre masculino, e “embaixatriz” passou a ser a forma de se referir à sua esposa, uma espécie de “primeira-dama da embaixada”.
Somente no século 20 as mulheres começaram a conquistar espaço no Itamaraty e nas chancelarias mundo afora. No Brasil, a primeira diplomata foi Maria José de Castro Rebello Mendes, em 1918. Com o tempo (e muita luta), elas passaram a ocupar chefias de missão, inclusive o cargo de embaixadora: a primeira foi Odete de Carvalho e Souza, que chefiou o departamento político do ministério de 1956 a 1959.
A partir daí, tornou-se necessário distinguir: embaixadora sendo a mulher no cargo, embaixatriz sendo a esposa do embaixador.
E hoje em dia?
Hoje, o uso de “embaixadora” é o mais apropriado quando se trata da função diplomática. Já “embaixatriz” permanece no uso mais tradicional, social, e até jornalístico, especialmente em colunas sociais e eventos protocolares.
E fica a dica: algumas vezes, o termo “embaixadora” também é usado no sentido figurado, como em “embaixadora da ONU”, “embaixadora do turismo” ou “embaixadora de tal marca”. Nesse caso, trata-se de alguém que representa ou promove uma causa, e não necessariamente alguém com cargo diplomático formal.
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