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Literatura Colonial: Como cai na prova

 

1. (UFRJ 2011 – ADAPTADA)

SONETO [Moraliza o poeta nos ocidentes do sol
a inconstância dos bens do mundo]

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

MATOS, Gregório. Obras completas de Gregório de Matos. Salvador: Janaína, 1969, 7 volumes.

Todo soneto apresenta a estruturação: tese, antítese e síntese. Com base nessa informação, faça o seguinte:

a) Explique de que maneira a síntese do soneto de Gregório de Matos vincula-se ao projeto estético do Barroco.
b) Descreva como a relação entre os sentimentos de “alegria” e “tristeza” ganha novo sentido no desenrolar do soneto.

2. (FUVEST 2013 ADAPTADA)

São Paulo gigante, torrão adorado
Estou abraçado com meu violão
Feito de pinheiro da mata selvagem
Que enfeita a paisagem lá do meu sertão

Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.

Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como:

a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na Região Nordeste do país.
b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros.
c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII.
d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções.
e) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação.

3. UNICAMP (2012 ADAPTADA)
“Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se a celebridade “x” está saindo com o ator “y”, isso não tem nenhum interesse público. Mas, dependendo de quem sejam “x” e “y”, é de enorme interesse do público (…)”

(Fernando Barros e Silva, O jornalista e o assassino. Folha de São Paulo (versão on line), 18/04/2011. Acessado em 20/12/2011.)

A palavra público é empregada no texto ora como substantivo, ora como adjetivo. Exemplifique cada um desses empregos e apresente o critério que você utilizou para fazer a distinção.

4. (IFBA 2016)
Literatura Colonial: Como cai na prova

Analise a imagem acima e identifique a figura de linguagem em evidência no título da manchete.

a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Metonímia.
e) Pleonasmo.

5. (UERJ 2016 ADAPTADA)

TERRORISMO LÓGICO
“O terrorismo é duplamente obscurantista: primeiro no atentado, depois nas reações que desencadeia. Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigrantes. Said e Chérif Kouachi são suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, na França. Se não houvesse imigrantes na França, não teria havido ataque ao Charlie Hebdo. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, eram filhos de argelinos. Zinedine Zidane é filho de argelinos. Zinedine Zidane é terrorista. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal Charlie Hebdo, eram filhos de argelinos. Said e Chérif Kouachi sabiam jogar futebol. Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha aí no que dá defender minoria… A esquerda francesa defende minorias. Membros de uma minoria são suspeitos pelo ataque terrorista. A esquerda francesa é culpada pelo ataque terrorista. A extrema direita francesa demoniza os imigrantes. O ataque terrorista fortalece a extrema direita francesa. A extrema direita francesa está por trás do ataque terrorista. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o artigo em francês e o substantivo em inglês. Eis aí uma demonstração de apoio da extrema direita francesa à liberdade de expressão (…). Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam livres para se expressar. Algumas dessas expressões podem ofender indivíduos ou grupos. Numa democracia, é desejável que indivíduos ou grupos sejam ofendidos. Os terroristas que atacaram o jornal Charlie Hebdo usavam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pretos. “Black blocs” são terroristas. Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível Hulk é um abacate.”

Antonio Prata. Adaptado de Folha de São Paulo, 11/01/2015.

Antonio Prata construiu uma série de variações do argumento típico do método dedutivo, conhecido como “silogismo” e normal- mente organizado na forma de três sentenças em sequência. A organização do silogismo sintetiza a estrutura do próprio método dedutivo, que se encontra melhor apresentada em:

a) premissa geral – premissa particular – conclusão
b) premissa particular – premissa geral – conclusão
c) premissa geral – segunda premissa geral – conclusão particular
d) premissa particular – segunda premissa particular – conclusão geral

Respostas

 

1. a) A síntese do soneto (“A firmeza somente na inconstância”) relaciona-se ao projeto estético do Barroco pela problematização de uma questão central: conciliar o inconciliável, ou seja, aproximar concepções antagônicas como, por exemplo, tristeza/alegria e luz/sombra, o que caracteriza o típico conflito barroco. b) A concepção mais comum de que a alegria é inviabilizada por contínuas tristezas é reconstruída, ou seja, alegria e tristeza podem coexistir (“E na alegria sinta-se tristeza”).

2. A palavra “sertão” é uma metáfora para interior do Brasil, usada em contraponto à cidade ou à metrópole, caracterizada pela aridez do concreto e das construções. Ao mencionar o material de que é feito o violão, o poeta não alude à vegetação típica do sertão, mas sim à simplicidade do povo do interior que usa os recursos de que dispõe para desenvolver uma cultura popular representativa do meio a que pertence (“meu violão/ Feito de pinheiro da mata selvagem/ Que enfeita a paisagem lá do meu sertão”).
Resposta: E

3. Em “Há notícias que são de interesse público (…)”, a palavra público tem função de adjetivo, uma vez que qualifica o substantivo interesse. Já em “(…) há notícias que são de interesse do público”,  a palavra público aparece como substantivo e nomeia povo, grupo de pessoas.

4. Na capa do jornal foi usado o nome da localidade  (Rio de Janeiro) para se referir aos profissionais do estado ou da cidade. Ou seja, não é o Rio de Janeiro quem investiga, mas sim os profissionais que lá moram.  O uso de um termo (localidade) para tratar do sentido de outro (pessoas que lá moram) é característico da figura de linguagem metonímia.
Resposta: D

5. Uma das relações lógicas possíveis é a dedução. Seu método parte sempre do aspecto geral para um aspecto particular. No silogismo, esse caminho se realiza da premissa geral para a premissa particular e leva a uma conclusão. No entanto, a confusão reside no fato de que a simples associação de dois aspectos incomuns entre pessoas ou situações não procede.
Resposta: A

Resumo

Literatura Colonial

QUINHENTISMO (1500-1601): Período que abrange as primeiras manifestações literárias produzidas no Brasil, à época de seu descobrimento. Inclui a literatura de informação – os relatos dos viajantes europeus, como a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei dom Manuel – e os textos dos missionários jesuítas, como os do padre José de Anchieta, para a evangelização dos indígenas.

BARROCO (1601-1768): A literatura usa a linguagem de maneira rebuscada, empregando figuras de linguagem (como a antítese e os paradoxos) que reforçam os conflitos morais (o sagrado versus o profano, por exemplo) vividos pelo homem da época. O poeta Gregório de Matos e o padre Antônio Vieira são os dois grandes nomes do período.

ARCADISMO (1768-1836): Os poetas buscam a harmonia com a natureza e exaltam as belezas do campo. Alguns criam pseudônimos, assumindo personalidade de antigos pastores gregos. Destacam-se Tomás Antônio Gonzaga, com as Liras de Marília de Dirceu, e Claudio Manuel da Costa, que tiveram participação na Inconfidência Mineira.

GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO

• Figuras de linguagem: É o uso de determinadas palavras ou expressões com sentido diferente do usual com o objetivo de enfatizar uma ideia. As principais são a metáfora (Ex: Aquele ator é um gato), que aproxima elementos que têm características semelhantes; e a metonímia (Ex: Eu li Machado de Assis), que, no caso, substitui o autor pela obra.

• Paralelismo: São construções que apresentam a mesma estrutura. Exemplo de mesma estrutura gramatical é: Eu a amo, pois você é linda (os pronomes “a” e “você” referem-se à mesma pessoa, a 3ª do singular).

• Relações lógicas: As frases podem ser articuladas por mecanismos lógicos:
       Pressuposição: Circunstância ou fato considerado como antecedente necessário a outro.
       Ideia implícita: É aquilo que se imagina ter em mente, porém não está expresso.
       Dedução: Parte de dados gerais para tratar de dados particulares.
       Indução: Parte de um caso particular para chegar a uma afirmação geral.

• Adjetivos: O adjetivo pode desempenhar várias funções nas sentenças, segundo o contexto em que ele está inserido, tais como: indicar característica ou qualidade do substantivo, ser empregado como substantivo ou advérbio e alterar o sentido do substantivo em razão de sua colocação (antes ou depois do substantivo).

 

Literatura Colonial: Como cai na prova
Estudo
Literatura Colonial: Como cai na prova
  1. (UFRJ 2011 – ADAPTADA) SONETO [Moraliza o poeta nos ocidentes do sol a inconstância dos bens do mundo] Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por […]

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