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10 livros para entender a Semana de 22 e o modernismo

Com o tema na mira dos vestibulares, o GUIA fez uma seleção de leituras para mergulhar na semana que marcou a arte brasileira

Por Luccas Diaz
Atualizado em 18 fev 2022, 11h38 - Publicado em 17 fev 2022, 15h02

Em 1917, Anita Malfatti voltava dos Estados Unidos trazendo para São Paulo uma polêmica exposição com as mais recentes tendências das artes vanguardistas. Em “Exposição de Pintura Moderna”, a artista reuniu 53 obras suas e de colegas que apresentavam as características principais daquela arte tão diferente que era chamada simplesmente de “arte moderna”.

Alguns amaram, outros odiaram. Entre os duros críticos da exposição e do movimento estava Monteiro Lobato, que chamou o trabalho de Malfatti de “arte degenerada”. Muitos dos que elogiaram tornaram-se, mais tarde, grandes nomes do modernismo brasileiro. Esse momento, em 1917, é considerado o estopim do movimento modernista no Brasil, que teve seu auge cinco anos depois na chamada ‘Semana de Arte Moderna’ de 1922.

Entre os 13 e 17 de fevereiro de 1922, artistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Plínio Salgado, Di Cavalcanti e a própria Anita Malfatti ocuparam o Theatro Municipal, em São Paulo, para celebrar a inauguração de uma nova arte brasileira. Uma arte que se alimentava das tendências produzidas em países estrangeiros para criar manifestações tipicamente nacionais conceito que recebeu o nome de antropofagia.

Em 2022, o evento completa cem anos, e entender o que ele representou para a arte e cultura brasileira é uma prioridade para quem presta vestibular neste ano. Por isso, GUIA separou 10 livros para entender tanto a Semana de 22 quanto o próprio movimento modernista no Brasil.

1. “Modernismos 1922-2022”, organizado por Gênese Andrade

Capa do livro
(Cia. das Letras/Divulgação)

O livro aborda o centenário da Semana de 22 levando em consideração aspectos que reverberam desde o ano do evento, como o diálogo com o pensamento feminista, a representação do negro na produção artística do período, a força do design gráfico nos livros e revistas de vanguarda, as relações dos modernistas com a política e a apropriação da temática indígena. Os textos reunidos neste livro trazem para o debate as manifestações e as obras artísticas modernistas, reconhecendo suas virtudes e controvérsias a partir do contexto político, social e cultural da época.

2. “1922 – A semana que não terminou”, de Marcos Augusto Gonçalves

Capa do livro
(Companhia das Letras/Reprodução)

Ao mesmo tempo em que reconstitui passo a passo o evento, a obra explora alguns mitos e polêmicas que cercam a Semana de 22. O autor aborda desde a fantasia associada a uma superioridade paulista na formação da cultura moderna brasileira, até as versões que, ao contrário, insistem em diminuir a importância histórica dos festivais organizados pelos modernistas. O livro incorpora críticas que têm sido feitas, desde a década de 1980, a algumas ideias que foram consagradas como verdades pela historiografia e pelo senso comum – como a alegação de que, antes da Semana, a arte e a literatura brasileira seriam apenas acadêmicas ou tradicionalistas.

3. “Modernidade em preto e branco: Arte e imagem, raça e identidade no Brasil, 1890-1945”, de Rafael Cardoso

Capa do livro
(Companhia das Letras/Divulgação)

Neste livro, o autor Rafael Cardoso procura mostrar que antes de culminar na Semana de 22 o modernismo perpassou diversas classes sociais e áreas geográficas ao longo de décadas, não se limitando somente à elite branca paulista. A obra apresenta uma extensa pesquisa que guia o leitor por vários âmbitos da sociedade brasileira entre 1890 e 1945, repensando questões de raça e contrariando as narrativa mais correntes sobre o nascimento do modernismo brasileiro.

4. “Diário Confessional”, de Oswald de Andrade (organização Manuel da Costa Pinto)

Capa do livro
(Companhia das Letras/Reprodução)

Oswald de Andrade foi um dos grandes nomes do modernismo, sendo, inclusive, o autor do “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” e do “Manifesto Atropofágico”. Nesta obra, o leitor tem acesso ao seu diário pessoal, que permaneceu inédito por setenta anos. Os cadernos deixados pelo autor de Serafim Ponte Grande tiveram início em 1948 e fim em 1954, meses antes de sua morte. Nos registros, é possível conhecer uma figura bem diferente do personagem irreverente que se consagrou no imaginário popular. Aqui, Oswald mostra sua mente extraordinária, inquieta e profundamente atormentada por incertezas. É uma maneira de conhecer não só o autor, mas também a cena artística, literária e política de São Paulo nas primeiras décadas do século XX.

5. “Anita Malfatti no Tempo e no Espaço. Biografia e Estudo da Obra”, de Marta Rossetti Batista

Capa do livro
(Editora 34/Edusp/Reprodução)

Este livro apresenta a vida e a obra de Anita Malfatti, pioneira do modernismo brasileiro. A obra apresenta a trajetória da pintora, mapeia todas as etapas de sua vida (inclusive fases desconhecidas de sua pintura e de seu percurso pessoal) e reúne verbetes das mais de 1300 obras produzidas em seus mais de cinquenta anos de trabalho. O mais interessante é que as informações foram obtidas pela autora Marta Rossetti Batista em visitas ao próprio ateliê de Anita, durante a década de 1960, e por meio da consulta a documentos dispersos em arquivos, bibliotecas e coleções, públicas e particulares. Conhecer Anita Malfatti é conhecer o modernismo brasileiro.

6. “Semana de 22: Antes do começo, depois do fim”, de José de Nicola e Lucas de Nicola

Capa do livro
(Estação Brasil/Reprodução)

O livro, que reúne uma vasta documentação, é uma ótima pedida para aqueles que estão entrando em contato pela primeira vez com a Semana de 22. A proposta da obra é aprofundar a discussão sobre o relacionamento entre o movimento modernista e a crítica conservadora, levando-a ao grande público. Os dois autores percorrem de maneira ampla os acontecimentos e bastidores da Semana de 22 e propõem análises inéditas sob vários aspectos.

7. “O guarda-roupa modernista: O casal Tarsila e Oswald e a moda”, de Carolina Casarin

Capa do livro
(Companhia das Letras/Reprodução)

À primeira vista, o livro pode até aparecer apenas uma análise fashionista sobre o casal de artistas Tarsila da Amaral e Oswald de Andrade, mas vai muito além disso. A pesquisa inédita da professora e pesquisadora Carolina Casarin revela como os ideais modernistas e as contradições do movimento podem ser compreendidos a partir do guarda-roupa de dois notáveis intérpretes do Brasil. Por meio de diferentes registros da época ― vestimentas, fotografias, pinturas, obras literárias, correspondências, depoimentos e recibos ―, a autora apresenta ao leitor um casal vibrante que soube traduzir em sua aparência a irreverência e as ambiguidades do Brasil do início do século XX.

8. “Tarsila: sua obra e seu tempo”, de Aracy A. Amaral

Capa do livro
(Editora 34/Edusp/Reprodução)

Aracy Amaral, professora de História da Arte na USP, é uma das maiores pesquisadoras do modernismo no país. Neste livro, ela refaz o percurso biográfico da de Tarsila do Amaral, destacando a década de 1920 e os movimentos Pau-brasil e Antropofagia. Realizada a partir de depoimentos originais e consulta a centenas de fontes no Brasil e no exterior, a obra ainda traz mais de 300 ilustrações, muitas delas inéditas.

9. “Semana de 22: Entre vaias e aplausos”, de Marcia Camargos

Capa do livro
(Boitempo Editorial/Reprodução)

Loucura ou revolução estética? Um século depois da polêmica manifestação de jovens artistas no Teatro Municipal, a questão permanece. Por que um evento que resultou em um prejuízo considerável a seus organizadores, foi difamado por boa parte da imprensa da época e recebeu mais vaias que aplausos continua despertando tanto interesse? Para responder a essa questão, a autora Marcia Camargos mergulha no universo intelectual da época, analisa um grande número de documentos e consulta uma vasta bibliografia sobre a Semana de 22.

10. “22 por 22 – A Semana de Arte Moderna Vista Pelos Seus Contemporâneos”, de Maria Eugenia Boaventura

Capa do livro
(Edusp/Reprodução)

Este livro de Maria Eugenia Boaventura traz a visão daqueles que assistiram ao vivo e em cores o nascimento da Semana de 22. A obra reúne textos publicados originalmente em jornais de São Paulo e Rio de Janeiro ao longo daquele ano-chave e recupera os debates que envolveram escritores, artistas, críticos e jornalistas – com destaque para nomes como os de Oswald e Mário de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Plínio Salgado ou Lima Barreto.

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