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Pau-brasil: a história de exploração da árvore que batizou o país

Ameaçado de extinção, o pau-brasil foi o primeiro recurso natural explorado pelos portugueses no Brasil

Por Taís Ilhéu
21 fev 2024, 16h13

Província de Santa Cruz, Vera Cruz, Terra dos Papagaios… os portugueses até tentaram dar outros nomes para essa terra hoje habitada por 214,3 milhões de habitantes, mas o que pegou mesmo foi Brasil – e tudo por “culpa” de uma árvore. Frondoso e de tronco avermelhado no interior, não é a toa que o pau-brasil batizou o país: ele foi o primeiro recurso natural explorado por aqui e também a primeira atividade econômica exercida pelos colonizadores portugueses.

A história do Brasil está intimamente ligada com essa árvore”, sentencia Yuri Tavares Rocha, doutor em geografia e professor da USP (Universidade de São Paulo) em entrevista ao National Geographic Brasil. Para entender onde tudo começou, é preciso voltar a 1500, quando os portugueses desembarcaram na costa da Bahia.

O ibirapitanga

Assim como toda a fauna e flora deste território, o pau-brasil não foi descoberto pelos portugueses. A árvore já existia há muito tempo e era conhecida por povos indígenas exatamente pela razão que atraiu os colonizadores: a coloração vermelha de dentro do seu tronco. Era chamada “ibirapitanga“, que em tupi significa “madeira vermelha”, e compunha a Mata Atlântica – mais especificamente a região litorânea, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte.

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Já o nome “brasil” veio por causa de uma outra espécie de árvore de madeira avermelhada já conhecida pelos europeus, de origem asiática. No Velho Continente, essa  árvore era chamada “bresil” – “vermelho como brasa” – e a versão encontrada posteriormente acabou levando o mesmo nome.

Para os colonizadores, a principal utilidade do pau-brasil era justamente o corante natural avermelhado que poderia ser extraído do seu tronco, usado depois para colorir tecidos. A madeira também não era descartada, e acabava sendo usada na confecção de móveis e até em construções.

Exploração do pau-brasil

O pau-brasil foi o primeiro recurso natural explorado pelos portugueses em terras brasileiras – e, portanto, a primeira atividade econômica exercida por aqui. É por isso que a história de exploração dessa árvore também diz muito sobre a história do próprio país.

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Entre 1500 e 1530, muitos exemplares do pau-brasil tombaram especialmente na costa da Bahia, onde os portugueses haviam primeiro chegado. Tanto é que a primeira pessoa a receber o direito de explorar a madeira, em 1501, foi Fernão de Loronha – sim, o mesmo que mais tarde deu nome à ilha de Fernando de Noronha. A mão-de-obra utilizada para a atividade era a dos indígenas, que trocavam seus serviços por espelhos, canivetes, miçangas e outras quinquilharias na prática conhecida como escambo.

Aos poucos, quem explorava o “pau-brasil” começou a ser chamado “brasileiro”, e a própria colônia de Santa Cruz referida como “terra do brasil”, como explica Tavares Rocha, professor da USP.

A partir de 1511, o pau-brasil passou a ser enviado para a Europa. Os donatários mandavam construir feitorias próximas à praia para armazenar a madeira e protegê-la até que fosse exportada.

O negócio não ia mal, mas os portugueses se deram conta que a extração de uma árvore não era a atividade econômica mais adequada para povoar uma nova colônia, já que os mercadores vinham buscar a madeira e imediatamente retornavam à Europa. O novo território de Portugal ficava, então, desprotegido.

Para garantir que os portugueses viessem e permanecessem por aqui, era necessário implementar uma atividade produtiva. Começa, então, o Ciclo do Açúcar.

Pau-brasil hoje

Embora o status do pau-brasil como principal atividade econômica da colônia tenha durado apenas três décadas, a exploração da árvore não acabou de vez depois disso. Foi somente no início do século 19 que difundiram-se os corantes sintéticos, derrubando a demanda pelo pau-brasil. A essa altura, bastante estrago já estava feito – e muito ainda viria.

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A Mata Atlântica, bioma do qual faz parte, foi profundamente devastada, e hoje apenas cerca de 25,8% de sua composição original está preservada. No século 20, o pau-brasil chegou a ser considerado extinto, mas mais tarde populações nativas foram encontradas no nordeste do país.

Ainda assim, ele segue nos dias atuais na lista de espécies ameaçadas de extinção do Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).

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