‘Gossip Girl’ e o retrato da cultura do cancelamento
A série já falava sobre linchamento virtual muito antes do cancelamento ser uma ameaça real
Você está assistindo a nova versão de Gossip Girl? A série estreou no começo de julho na HBO Max e já está dando o que falar. Mas que tal voltar um pouco no tempo e pensar em alguns pontos (bem) problemáticos da série original – no ar entre 2007 e 2012? Será que o comportamento de jovens brancos, héteros, cis, ricos, que abusam de seu privilégio e são tóxicos uns com os outros ainda é algo aceitável? Ou será que a GG previu toda a cultura do cancelamento?
Pré-cancelamento
Gossip Girl é uma série de TV que foi ao entre 2007 e 2012, adaptada dos livros da autora estadunidense Cecily von Ziegesar. Por mais que o termo ‘cultura do cancelamento’ só tenha surgido por volta de 2017, a série se baseava na constante ameaça de linchamento virtual impulsionado por uma blogueira misteriosa.
Retrato de uma geração
A série foi um tremendo sucesso – ao ponto de associações de pais fazerem abaixo-assinados pedindo o cancelamento da série por influenciar negativamente os jovens. O canal responsável pela produção pegou as reclamações das associações e usou como estratégia de marketing. A história retratava um grupo de amigos da elite de Nova York.
Vigilante misteriosa
Muito antes dos #exposed e das #cancelparty, Gossip Girl atormentava os adolescentes da série espalhando fofocas (algumas fakes) em um blog . Uma versão micro dos polêmicos perfis de fofoca no Instagram? De certa forma, a série previu um pouco do futuro com as atuais “Gossip Girls”.
Ser patricinha é tão cringe
A autora dos livros, Cecily von Ziegesar, conta que se inspirou na sua juventude em uma escola de elite em NY. Segundo ela, naquele tempo era aceitável garotas serem más uma com as outras e garotos terem posturas abusivas. Hoje, a Geração Z reprova esses tipos de comportamento. Certo?
Classe de 2021
Uma nova versão de Gossip Girl estreou em julho na HBO Max. Desta vez, os personagens apresentam uma gama muito maior de diversidade e inclusão. Eles continuam ricos, maus e privilegiados? Sim. Mas agora são jovens que viveram o movimento #MeToo, o #BlackLivesMatter e compartilha uma maior consciência de classe.