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'Ok, boomer'? Saber como cada geração se comporta no mercado de trabalho pode ser um diferencial para o estudante

Por Luccas Diaz
Atualizado em 21 jun 2021, 21h46 - Publicado em 24 set 2020, 10h05

Você já ouviu que os Millennials são “preguiçosos”, que os Boomers não sabem mexer em aparelhos eletrônicos ou que a Geração Z irá salvar a natureza. Estereótipos das gerações. Mas como são feitas essas divisões geracionais? O que de fato elas significam?

Mais do que render piadas no TikTok, entender as gerações ajuda a compreender com mais clareza o mercado de trabalho e até as tendências de consumo. O profissional que conhece as características (ou estereótipos) geracionais consegue mapear comportamentos. O que um chefe boomer acha relevante no comportamento de um novo estagiário em comparação a um chefe da Geração X, por exemplo.

Segundo Michael Dimock, presidente do instituto de pesquisa Pew Research Center, grupos geracionais permitem que pesquisadores e profissionais de marketing usem informações e estratégias na criação de marca e produtos. “É uma ferramenta para analisar mudanças de visões ao longo do tempo”, disse em um artigo que analisava novas formas de definir as gerações.

Como é feita a divisão?

Ok, boomer
(Disney/Divulgação)

A divisão geracional é uma forma de separar a população em grupos a partir do ano em que se nasce. A lógica por trás disso é que cada época tem um contexto específico, que tem impacto na economia, nos valores culturais e nas relações interpessoais.

Essa maneira de “organizar” a população defende que quem nasceu em 1963, por exemplo, pensa e age de maneira diferente de uma pessoa que nasceu em 2001. E se popularizou no final do século XX na análise de ondas comportamentais.

Há algumas divergências na forma como as gerações são divididas, mas a mais aceita atualmente é a que separa a população mais recente em 4 grupos: Baby Boomers (1946-1964), Geração X (1965-1980), Geração Y ou Millennial (1981-1996) e Geração Z (1997-2010).

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Baby Boomers (1946-1964): Miranda Priestly

 

Miranda
(Fox 2000 Pictures/Divulgação)

Nos Estados Unidos, embora cada instituto tenha as suas classificações de gerações, apenas uma é reconhecida pela U.S. Census Bureau, a agência do governo responsável pelo Censo no país: a dos Baby Boomers. Os artigos no jornal Washington Post que descreviam comportamentos geracionais ajudaram a sedimentar o termo.

A geração dos Baby Boomers recebeu esse nome em referência ao aumento no número de nascimentos de bebês após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Ou seja, é uma geração que contribuiu para a reestruturação do mundo pós-guerra. E isso diz muita coisa a respeito de seus comportamentos.

Considerando a idade dos nascidos dessa geração, acima dos 56 anos, é possível que você os encontre em cargos de chefia ou alta liderança em uma empresa. É provável, inclusive, que a própria empresa tenha sido fundada por um boomer.

Assim como a afiada chefe Miranda Priestly (Meryl Streep) no filme O Diabo Veste Prada (2006), os boomers são indivíduos que valorizam o trabalho duro acima de tudo. Foram criados em um contexto em que o curso do mundo estava sendo reescrito e, por isso, foram instruídos a buscar melhorias econômicas e novas oportunidades. Os boomers priorizam estabilidade e costumam ser aqueles que defendem trabalhar em uma única empresa durante toda a vida. Dão valor ao casamento, à compra de um carro e uma casa própria. Frequentemente têm medo da inovação.

 

Geração X (1965-1980): Tyler Durden 

Clube da Luta
(Fox 2000 Pictures/Divulgação)

O termo Geração X nasceu quando o fotógrafo Robert Capa usou o nome em um do seus ensaios fotográficos, em 1950. O ensaio mostrava jovens que cresceram depois da Segunda Guerra Mundial. “Nomeamos esta geração desconhecida como Geração X e, mesmo em nosso primeiro entusiasmo, percebemos que tínhamos algo muito maior do que os nossos talentos e bolsos poderiam lidar”, disse Capa aos jornais da época. Em 1953, o projeto foi divulgado pelo Picture Post, do Reino Unido, e pelo Holiday, dos Estados Unidos.

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Os indivíduos desta geração passaram por fases ideológicas bem marcantes. No entanto, grande parte da geração precisou se render às lógicas do mercado tradicional. Eles presenciariam o movimento hippie, a ascensão dos movimentos sociais, o surgimento dos primeiros computadores e cresceram sob governos rígidos (no Brasil, por exemplo, o período engloba quase toda a ditadura militar). Por ter passado por esses momentos e ser filha dos Baby Boomers, essa geração foi encarada por muitos como um grupo para sempre jovem, com muitos ideais e sonhos, porém sem uma identidade marcante.

No filme O Clube da Luta (1999) é possível observar o comportamento dessa geração. O personagem Tyler Durden (Brad Pritt) se vê perdido existencialmente e à procura de valores reais que o façam sentir alguma coisa, depois de ter percebido que a busca pelo american dream não faz sentido. A dedicação dos membros da Geração X para imitar o sucesso de seus pais pavimentou o caminho para a valorização do diploma e da capacitação profissional, à medida que o mercado se tornava cada dia mais competitivo. São indivíduos que pregam ponderação, empreendedorismo, dão valor à liberdade e aos direitos individuais, e procuram romper com os ideais e paradigmas das gerações anteriores.

 

Geração Y/Millennial (1981-1996): A protagonista de Fleabag

Fleabag
(BBC/Divulgação)

A divergência entre o nome da geração dos nascidos entre 1981 e 1996 é causada pelo fato de que esses indivíduos cresceram na “virada do milênio” (por isso, Millennials), sendo encarada como a chegada do futuro e o domínio da tecnologia. A geração Y tem sido a que recebe mais destaque entre as 4 gerações mais recentes, por representar o período em que as divisões geracionais se popularizaram. Ainda assim, o principal motivo de se ouvir tanto falar nos millennials é o fato de eles serem tão diferentes das últimas gerações.

A “geração selfie” é frequentemente criticada por ser preguiçosa, egoísta e insatisfeita. E essas características são aceitas por boa parte das pessoas que compõe a geração.

Em 2015, uma pesquisa do instituto Pew Research perguntou o que pensa a geração Y sobre si mesma. Os dados chamam a atenção: apenas 24% deles se consideram responsáveis; só 36% se classificariam como amantes do trabalho duro; quase metade deles, 49%, se considera fútil.

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Por outro lado, esta geração é vista como a mais criativa, a mais preocupada com as causas sociais e a mais disposta a quebrar os padrões impostos pela a sociedade. Práticas antes bem valorizadas como o trabalho intenso, a construção de uma família e a busca por uma rotina estável não são prioridades para essa geração. Dentro de poucos anos, serão a maioria no mercado de trabalho.

A protagonista da série Fleabag (2016-2019), que não tem seu nome divulgado, é um ótimo exemplo das principais características da geração. Fleabag em tradução livre, seria algo como “bagaceira”. A jovem é individualista, imatura, dona do próprio negócio, tem dificuldades em se comprometer e usa do humor para mascarar a dor. A inconformidade é uma característica marcante dos millennials e talvez seja o principal alvo de críticas das gerações anteriores que, eventualmente, seguiam o fluxo sem contestar. São indivíduos que nasceram com a tecnologia, dão valor à educação e aprendem rápido, dão conta do multitasking, desejam rápido crescimento profissional e financeiro, mas têm tendências impulsivas, dificuldades em receber ordens e são competitivos em excesso.

Geração Z (1997-2010): Rue Bennett

euphoria
(HBO/Divulgação)

A mais jovem geração presente no mercado de trabalho contempla os nascidos entre 1997 e 2010.

Um estudo da agência de publicidade e tendências Sparks & Honey diz que a Geração Z é um tsunami e os chama de “primeira tribo de nativos digitais”. Fala também que 60% dos Z querem causar algum impacto no mundo (em contraponto a 39% de Millennials).

Esses jovens têm menos de 23 anos e boa parte deles ainda está entrando em seus primeiros empregos. Os gen Z são conhecidos por sua extrema conexão com a tecnologia, são indivíduos que não viveram nem um ano de suas vidas sem internet e foram desde cedo expostos às redes sociais e à cultura pop. É uma geração que ainda está deixando clara sua identidade, mas que já se destaca pela repaginada dos valores e ideais que seus pais millennials romperam.

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A personagem Rue Bennett da série Euphoria (2019-), assim como o resto do elenco, são boas referências do que se pode esperar desse grupo que cresceu em um mundo pós-11 de Setembro. Se os millennials romperam com os principais paradigmas da sociedade, a Geração Z está sendo a responsável por povoar esse terreno distópico. Como Rue diz em um dos episódios:

Eu sei que a sua geração contava com flores e permissões do pai, mas estamos em 2019, e a não ser que você seja Amish, nudes são a moeda do amor. Pare de apontar dedos para nós. Aponte para os caras que criam diretórios online protegidos por senha cheios de imagens de meninas menores de idade.

Rue Bennett, em Euphoria

Traços de comportamento da Geração Z são sua maior capacidade para trabalho em grupo do que a Y, sua não diferenciação entre o online e o offline, sua agilidade nas tarefas e sua fluidez de identidade. Se comunicam entre plataformas o tempo todo, usam e criam memes para se entender e são mais conservadores que os millennials. Esta característica diz respeito, sobretudo, à sua inclinação ao diálogo, à valorização do afeto e do respeito.

E aí, se reconheceu? Não?! Não se preocupe. É sempre bom lembrar que esses grandes sistemas teóricos são feitos para falar de tendências gerais, não de indivíduos.

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