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Literatura Brasileira: 5 livros contemporâneos que caem no vestibular

Todo aluno já reclamou de ler obras antigas e de escrita rebuscada. Conheça cinco obras de autores vivos que aparecem nas provas

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 21 mar 2025, 15h57 - Publicado em 28 abr 2023, 17h30
ilustração de capa do livro torto arado mostra duas mulheres negras segurando folhas da planta espada de são jorge
 (Linoca Souza/Todavia/Divulgação)
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Quando perguntam sobre grandes escritores brasileiros, quais são os primeiros nomes quem vem à sua mente? Talvez Machado de Assis, Graciliano Ramos, Drummond… São autores que, de fato, deixaram sua marca na literatura e eternizaram-se em livros como Dom Casmurro, Vidas Secas e Sentimento do Mundo. Mas a Literatura do Brasil não acaba nos clássicos – e até os vestibulares sabem disso.

+ Enem: 5 escritores brasileiros que você precisa ter em mente

De uns anos para cá, as listas das principais provas do país, incluindo a Fuvest e a Unicamp, passaram a cobrar também escritores brasileiros contemporâneos, que ainda estão vivos e atuantes. São livros que refletem diferentes aspectos da sociedade e cultura brasileira, tematizando desde questões raciais até filosóficas.

Confira alguns deles!

Dois irmãos, de Milton Hatoum

Publicado em 2000, o livro Dois Irmãos, de Milton Hatoum, tira a lista de obras obrigatórias da Fuvest da região Sudeste e Nordeste, onde tradicionalmente se passam as narrativas. Aqui, a história acontece em Manaus, capital do Amazonas. E mais: a família que compõe o núcleo principal da trama é de origem Libanesa.

Ao longo da história, o leitor é apresentado a um drama familiar que extrapola a realidade brasileira e amazonense, refletindo dilemas humanos seculares. Os gêmeos Yaqub e Omar tem uma relação conflituosa desde a infância, que vai se acentuando na adolescência até que a família decide mandar um deles – Yaqub – ao Líbano.

Conforme se torna adulto, o gêmeo segundos mais novo, Omar, é protegido pela mãe e desenvolve uma personalidade irresponsável e boêmia. Outros personagens atravessam a narrativa, como o pai dos meninos, a empregada que trabalha na casa – e que sofre um abuso – e os professores-mentores de cada um dos gêmeos.

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O escritor Milton Hatoum tem 70 anos e é considerado um dos maiores escritores brasileiros vivos. Ele publicou outros contos, crônicas e romances importantes.

+ Leia o resumo e análise completos de Dois Irmãos

Olhos D’água, de Conceição Evaristo

Publicado em 2014, Olhos D’água é uma coletânea de contos da escritora mineira Conceição Evaristo. O livro foi premiado com o Jabuti – prêmio mais importante da literatura brasileira – em 2015 e traz como fio condutor de todas as histórias a questão racial. Nos quinze contes, o leitor conhece mulheres e homens negros que tiveram suas trajetórias atravessadas pelo racismo, pela desigualdade social e violência.

Mas o livro é também uma celebração da multiplicidade da população negra do país. No último conto, por exemplo, o nascimento da menina Ayoluwa, chamada de “a alegria do nosso povo”, representa a volta da esperança a uma comunidade que enfrentou e enfrenta muitos percalços.

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Há também a presença das culturas tradicionais da África por meio de referências a nomes e às religiões de matriz africana.

Conceição Evaristo é linguista e atuou como pesquisadora e professora. Seu livro Olhos D’água faz parte da lista de obras obrigatórias da Unicamp.

+ Leia o resumo e análise de Olhos D’água

Anos de chumbo, de Chico Buarque

Anos de Chumbo, publicado em 2021, é o mais recente livro do cantor, compositor e escritor Chico Buarque. A coletânea reúne oito contos que exploram temas latentes do cotidiano do Rio de Janeiro – e em certa medida, de todo o Brasil.

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Apesar do que sugere a capa, o único conto que de fato remete à Ditadura Militar é o próprio Anos de Chumbo, que dá nome ao livro. Nesta história, o leitor é transportado para a década de 1970, quando o governo ditatorial matou, exilou e perseguiu.

Nos outros contos, essa herança e identidade repressiva do Estado brasileiro se expressa de outras formas: na milícia, na arrogância das classes dominantes, na miséria de quem vive nas ruas.

Conhecido por ser um dos maiores nomes da música brasileira, Chico Buarque também tem lugar de destaque na literatura: escreveu livros premiados como Leite Derramado e ganhou diversos prêmios. Recentemente, foi agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante da Língua Portuguesa.

Anos de Chumbo faz parte da lista de obras obrigatórias da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

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Torto Arado, de Itamar Vieira Junior

Torto Arado é um dos maiores fenômenos da história da Literatura Brasileira. É o romance de estreia de Itamar Vieira Junior, que até então era anônimo no meio literário e de repente se viu como um autores mais vendidos do país – até o momento, já foram mais de 400 mil cópias.

O livro de sucesso conta a história de duas irmãs que, na infância, se feriram com uma faca que era cercada de misticismo na família – segundo a avó, o objeto era amaldiçoado. Outras tragédias marcam a narrativa daí para frente, como o afastamento entre elas, a fome e a seca.

O espaço físico da obra, por sinal, também carrega muitos sentidos: de nome fictício Água Negra, a região é uma representação do nordeste brasileiro, castigado pelo clima majoritariamente seco e pelas chuvas raras, que também costumam ser devastadoras. O conflito de terras também é um tema de destaque na obra.

Torto Arado faz parte da lista de obras obrigatórias da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

+ Qual a razão do sucesso do romance Torto Arado?

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Chove sobre minha infância, de Miguel Sanches Neto

Chove sobre minha infância é daqueles livros que quase se confundem com uma autobiografia. Isso porque a narrativa, que é em partes ficcionais e uma leitura dos acontecimentos, é contada pelo protagonista, o autor Miguel Sanches Neto. Ele revisita alguns momentos-chave da sua infância – e, por isso, trata-se de um livro de formação, que fala do desenvolvimento do sujeito.

Natural da pequena cidade de Bela Vista do Paraíso, interior do Paraná, o menino protagonista, órfão de pai, se muda com a mãe e a irmã para a cidade de Peabiru. Pobre, ele sonha em ser escritor, mas se enxerga condenado a acabar trabalhando na lavoura. A obra retrata estes dilemas e sonhos pessoais, tematizando ao mesmo tempo elementos da realidade brasileira.

O livro Chove sobre minha infância faz parte da lista de obras obrigatórias da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

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