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Cronograma do Enem não será alterado por causa da gráfica, diz Inep

Empresa que imprimia a prova declarou falência. No calendário, o Enem deveria começar a ser impresso no mês que vem

Por Taís Ilhéu
2 abr 2019, 15h57
 (Getty Images/Lucas S. Paiva/Guia do Estudante)
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Nesta segunda (1º), a gráfica responsável pela impressão da prova do Enem, a RR Donnelley, declarou falência. O motivo alegado foi a crise na área gráfica e editorial no país. Depois de um dia sem esclarecimentos, o Inep se pronunciou hoje (2) dizendo que o cronograma do Enem não será afetado e que alternativas para a impressão da prova, de forma segura, estão sendo avaliadas.

Desde o anúncio da falência, diversas entidades educacionais e especialistas demonstraram preocupação com o andamento da prova: de acordo com a licitação que contratou a gráfica, o trabalho de impressão começaria no mesmo período de inscrições no Enem 2019 – 6 a 17 de maio.

O processo para contratação de outra gráfica não é simples: por ser tratar de um serviço prestado ao Estado, é preciso realizar uma licitação pública (uma espécie de concurso) para só depois eleger a nova contratada. O processo todo levaria cerca de seis meses.

O Inep não especificou quais alternativas está avaliando para contornar a situação. No início do mês passado, o antigo presidente do instituto, Marcus Vinicius Rodrigues, havia procurado a Casa da Moeda para negociar a impressão das provas lá, mas a crise no Ministério da Educação impossibilitou as negociações. A tentativa é uma evidência de que o instituto já estava a par da crise da gráfica.

Agora, de acordo com o G1, o Inep avalia duas possíveis gráficas. Uma particularidade da gráfica anterior era que ela contava com um sistema de segurança muito reforçado, com pouquíssimo contato humano. A confidencialidade do Enem tem que ser muito bem assegurada para evitar episódios como o de 2009, quando a prova foi roubada e as questões foram divulgadas.

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Crise no MEC ameaça o andamento do Enem

Na semana passada, dois cargos do Inep diretamente ligados à realização do Enem ficaram vagos. O de chefe da Diretoria de Avaliação de Educação Básica (Daeb) era ocupado por Paulo Roberto Cesar Teixeira, que se demitiu, e o de presidente do Instituto era ocupado por Marcus Vinicius Rodrigues, que foi exonerado após se desentender com o ministro da educação Vélez Rodríguez.

Ambos deveriam aprovar o trabalho da polêmica comissão criada para avaliar as questões do Enem, dando seu parecer sobre os itens que o grupo considerasse “inadequado”.

A prova só poderá ser montada depois que a comissão finalizar seu trabalho. Vale lembrar que, assim como a elaboração das questões, a montagem da prova envolve um processo pedagógico e estatístico muito complexo para equilibrar os conteúdos e o número de questões fáceis, médias e difíceis. Na teoria, a prova deve estar pronta e ser enviada à gráfica até o mês que vem.

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