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Ele tirou mil na redação do Enem citando livro que tinha lido anos atrás

Quando estava no Ensino Fundamental, Rodrigo foi apresentado à obra de Ailton Krenak – e no Enem 2022 isso mudou sua trajetória

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 24 out 2025, 09h34 - Publicado em 23 out 2025, 19h00
rodrigo nota mil enem
 (Guia do Estudante/Reprodução)
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A história de Rodrigo Junqueira Simões é a motivação que todo estudante precisa para assistir às aulas da escola sem piscar os olhos, prestando atenção em todos os detalhes. Quando ainda estava no 9º ano do Ensino Fundamental, ele foi apresentado ao livro Ideias para adiar o fim do mundo. “Lembro que a professora também mostrou vídeo icônico do Ailton Krenak lendo discurso na Constituinte”. Pensa que a informação ficou na gaveta? Que nada! Quase quatro anos depois, no Enem 2022, o jovem citou o livro do pensador indígena como repertório na redação, cujo tema eram os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Foi nota mil na certa.

“Achei um tema não só importante, mas que poderia mobilizar diversos repertórios”, relembrou em entrevista ao Alunos Nota Mil, novo programa do GUIA DO ESTUDANTE. Apesar de ter a redação como um forte – já havia tirado 880 pontos nas edições anteriores –, Rodrigo não esperava gabaritar o texto. A ansiedade pelo resultado, na verdade, fez com que ele seguisse um caminho bem diferente de outros candidatos no dia de divulgação das notas: ignorou o site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

“Eu fui dormir, meio ansioso, e só no dia seguinte, sozinho em casa, falei ‘é o meu momento’.” Segundo ele, ficou anestesiado, imaginando um erro no sistema.

A nota era verdade, e rendeu frutos: Rodrigo foi aprovado em primeira chamada para o curso de Direito, na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Assista à entrevista completa com o estudante e leia o texto pontuado com a nota máxima no Enem!

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Rodrigo Junqueira Santiago Simões

Espelho da redação do estudante Rodrigo Junqueira Santiago Simões, nota mil na redação do Enem 2022

No livro “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, Ailton Krenak critica o distanciamento entre a população brasileira como um todo e a natureza, o que não se aplica às comunidades indígenas. Tal pensamento é extremamente atual, já que não só indígenas como todas as populações tradicionais têm uma relação de respeito mútuo com a natureza, aspectos que as diferenciam do resto dos brasileiros. Com isso, a agressão ao meio ambiente e o apagamento dos saberes ancestrais configuram desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil.

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Primeiramente, é preciso compreender como a agressão ao meio ambiente fere as comunidades tradicionais. Há séculos esses povos vêm construindo suas culturas com respeito à natureza, tratando-a de forma sustentável. Consequentemente, criou-se nesses grupos uma visão afetiva dos recursos naturais, que se tornaram base para a manutenção de uma identidade característica a cada uma dessas comunidades. No entanto, todos os biomas brasileiros estão sendo constantemente ameaçados, seja pela mineração, garimpo ilegal, desmatamento ou poluição, fatores que têm em comum a priorização de ganho financeiro em detrimento da preservação ambiental. Assim, parte da população, coloca em risco o maior patrimônio dos povos tradicionais, a natureza, em busca de recursos naturais que trazem benefícios restrito aos agressores, tornando o modo de vida dessas comunidades impraticável. Portanto, com base na importância do meio ambiente para as comunidades tradicionais, causar danos à natureza significa, também, causar danos aos povos em questão.

Ademais, é de grande relevância entender como o apagamento dos saberes ancestrais leva à desvalorização das populações tradicionais. Devido à grande diversidade de povos tradicionais no Brasil, houve, em cada um deles, a criação de um conjunto de conhecimentos, pensamentos, filosofias e linguagens distintas, passado pelas gerações, ditando e mantendo vivo o modo de vida que caracteriza identitariamente cada grupo. Entretanto, essa bagagem epistêmica é muito pouco externalizada, pelo fato de que esses saberes são coletivizados apenas em esferas menores, de forma a manter a ancestralidade dos povos locais apenas entre si. Logo, todo conhecimento produzido nessa perspectiva é desconhecido do grande público, sendo pouco discutido e não fazendo parte da visão de mundo da maioria dos brasileiros.  Dessa forma, os saberes dos povos tradicionais são desconsiderados, acarretando na desvalorização de todos esses grupos.

Em síntese, o impacto causado ao meio ambiente e a desconsideração de seus saberes são grandes agentes de desvalorização das comunidades tradicionais. Por isso, cabe ao Ministério do Meio Ambiente proteger os biomas do país, através do endurecimento de punições contra crimes ambientais, com a finalidade de salvaguardar o modo de vida de diferentes povos, tornando possível a manutenção da diversidade cultural brasileira. Além disso, o Ministério da Educação deve promover a discussão sobre os conhecimentos das comunidades tradicionais, por meio da incorporação de conteúdos relacionados a esses povos na grade curricular das escolas, a fim de divulgar a visão de mundo desses grupos, fomentando uma convivência pacífica entre toda a população.

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Ele tirou mil na redação do Enem citando livro que tinha lido anos atrás
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