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O que o mapa-múndi invertido do IBGE nos ensina para o Enem

Com o Brasil no centro e no alto, carta geográfica causou estranheza

Por Paulo Zocchi
Atualizado em 4 nov 2025, 18h10 - Publicado em 4 nov 2025, 12h00
mapa invertido do IBGE
 (IBGE/Canva/Reprodução)
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Em maio de 2025, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou um mapa para marcar um ano em que o Brasil está na presidência do Mercosul (a partir de 3/7/2025) e do BRICS (a partir de 1º/1/2025) – blocos integrados pelo Brasil – e vai receber a COP-30 em Belém (PA). É um mapa oficial do governo brasileiro.

A carta geográfica causou alguma estranheza, pois não corresponde à tradição dos mapas-múndi que colocam a Europa na parte superior e central da área cartográfica. Chegou-se a dizer em programas jornalísticos que era um mapa incorreto, porque o sul do Brasil havia ido parar “no norte”.

Para começar, é preciso dizer que o mapa está correto, e cumpre um papel educativo: é uma forma de explicar amplamente como funcionam os mapas. Eles têm parâmetros universais para conduzir a leitura.

Rosa dos ventos

mapa mundi
(ibge/Divulgação)

Em primeiro lugar, note a rosa dos ventos no alto, à direita, no mapa. Ali estão indicados os pontos cardeais da carta: neste caso, o sul (S) está para cima – e o Polo Sul ocupa a parte superior da imagem. Não existe “parte de cima” ou “parte de baixo” no planeta Terra, que é um corpo espacial geoide.

O que há são dois polos (Norte e Sul) e a rotação no sentido de oeste para leste (fazendo com o Sol “nasça” no leste). Essas referências determinam os pontos geográficos sinalizados em um mapa. A rosa dos ventos pode estar orientada para qualquer sentido da área cartográfica (e, por consequência, o mapa que a acompanha), dependendo da função do mapa e do que ele pretende informar.

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Caso você “virasse” lentamente a orientação da rosa dos ventos, o mapa viraria junto – e ele nunca vai estar “errado” por isso, pois é a rosa que indica onde estão os pontos cardeais.

Projeção cartográfica

Um segundo ponto é a questão da projeção do mapa. Como a superfície terrestre é curva, todos os mapas planos têm distorções. É fácil entender isso: se você pega uma bola de futebol furada e tenta estender a sua superfície numa mesa, não vai conseguir, pois ficarão bolhas, já que o tecido da bola só fica esticado e liso quando ela está cheia.

Há diferentes formas de projeção de mapas, e este do IBGE usa a projeção de Eckert III, apresentada por Max Eckert-Greifendorff em 1906. Ela foi escolhida pois representa com mais equilíbrio a parte central do globo, distorcendo mais as áreas polares (no caso, aumentando a área próxima aos polos).

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+ Cartografia: conheça os tipos de mapa

Temas de destaque

O mapa-múndi do IBGE busca chamar atenção para grupos de países que podem ser identificados a partir das legendas. Na cor laranja estão os integrantes do Brics, agrupamento de colaboração econômica e política criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (daí o acrônimo Brics, considerando que, em inglês, África do Sul começa com S – South Africa). Os demais países marcados ingressaram no grupo recentemente.

Em roxo, estão os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, formada por Portugal e suas antigas colônias.

Em verde, os integrantes do Mercosul, bloco econômico integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia (a Venezuela está suspensa desde 2016). Em relação à realização da COP-30 na Amazônia, há também os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.

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+  Quem escolheu Belém para sediar a COP30? Saiba como são eleitas as sedes

O Brasil, como único país integrante de todos esses fóruns, ganha a cor amarela e a posição de destaque no centro do mapa – no qual ainda estão marcadas as cidades de Belém (sede da COP-30), do Rio de Janeiro (capital do Brics) e o Estado do Ceará (que sediou em junho o Fórum de Governança do Sul Global).

O novo mapa-múndi é um exemplo de mapa temático, elaborado para colocar em destaque um conjunto de iniciativas internacionais nas quais o Brasil assume lugar importante. Serve também para educar a respeito da linguagem cartográfica.

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O mapa-múndi que conhecemos desde os primeiros anos de escola é da tradição eurocêntrica (ou seja, coloca a Europa no centro), utilizado para diversos fins pelos países da Europa há muito tempo (navegação, comércio, viagens) e disseminado pelo mundo. Seus parâmetros, porém, não são imutáveis: são convenções cartográficas, e pode haver outras, também corretas, como a deste mapa do IBGE.

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