A prova do segundo dia da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi considerada de nível médio pelos estudantes. O exame deste domingo (4) constou de 90 questões, divididas entre as provas de Linguagens e Matemática, além da prova de redação.
Os estudantes entrevistados pelo GUIA DO ESTUDANTE acharam que a prova estava de nível médio. De acordo com a estudante Larissa Inara, a prova do segundo dia foi mais enxuta: “Achei as questões de Linguagens mais objetivas do que as do ano passado, sem os ‘textões’. Algumas exigiam conhecimento voltado para história da arte, que não dei tanta profundidade durante os estudos. Já as de Matemática exigiam um conhecimento mais técnico, não tão interpretativo como a dos anos anteriores”, explica. “Para mim, o mais complicado foram algumas questões de Arte na parte de Linguagens”, disse a estudante Victoria Monteiro.
A estudante Larissa Inara também achou que o tema da rdação, Caminhos para combater o racismo no Brasil, foi muito bem escolhido, “já que o racismo está presente na sociedade, mesmo que às vezes não percebamos”, explica. Outros candidatos entrevistados pelo GE também concordaram que o tema da redação teve um papel importante no debate social do Brasil, como a candidata Almirane Oliveira, que gostou do tema, só achou que a prova “foi cansativa por conta dos enormes textos de português”.
Por conta dos longos textos tradicionalmente observados na prova do segundo dia, alguns candidatos tiveram dificuldades de seguir o tempo estipulado. “Achei a prova cansativa, mas até que deu para fazer tranquilo. Só em alguns momentos que achei que não conseguiria terminar as questões”, explicou a estudante Lara Franco.
Primeiro dia
O primeiro dia de provas não apresentou grandes dificuldades para os candidatos ouvidos pelo GUIA. De modo geral, as provas de ciências humanas e de ciências da natureza não apresentaram um nível de dificuldade acima de normal, embora não tenha deixado de cobrar conhecimento das disciplinas. Chamou a atenção de alguns a presença de três questões envolvendo o movimento negro e outras duas envolvendo favelas e problemas habitacionais.
Uma das perguntas abordou leis sobre a valorização da comunidade afro-brasileira; outra falou sobre a função do movimento negro no Brasil e uma terceira foi sobre as convicções religiosas dos escravos na época do Brasil Colônia. “Pode ser que a redação vá para esse lado amanhã”, disse a candidata Lara Franco, 18 anos, de Poços de Caldas (MG).
Locais de prova
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a 3 horas do início das provas, apenas 202.512 dos inscritos (o que equivale a pouco mais de 70% do total) haviam acessado os Cartões de Confirmação com a indicação do seu local de prova. A apresentação do Cartão de Confirmação não é obrigatória, mas é a única forma de o participante saber onde fará o exame e pode ser consultado na página do Participante e no aplicativo do Enem, nas plataformas Android, iOS e Windows Phone.
As provas serão aplicadas em em 165 municípios e 418 locais de prova em todas as unidades da federação, menos em quatro estados: Roraima, Acre, Amazonas e Amapá. Do total de candidatos, a maior parte (98,52%) não pôde fazer o Enem regular por causa das ocupações em escolas, universidades e institutos federais durante o mês de novembro. Outros 4.103 (1,47%) foram afetados por contingências como a interrupção do fornecimento de energia elétrica em locais de aplicação.
Minas Gerais tem o maior universo de inscritos para a segunda aplicação: 72.302 pessoas. Outras unidades federativas que se destacam são Paraná (43.617), Bahia (37.927), Espírito Santo (23.486), Pernambuco (17.155) e Rio de Janeiro (16.451). No Acre, Amazonas, Amapá e Roraima não haverá segunda aplicação.