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Projeto recria capas de livros escritos por autoras silenciadas

São obras de escritoras que tiveram que escrever sob pseudônimos ou anonimato para serem publicadas, como 'Frankenstein', 'Úrsula' e 'O Sol é Para Todos'

Por Karolina Monte
Atualizado em 4 set 2023, 17h41 - Publicado em 4 set 2023, 17h36
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 (Divulgação/Arquivo pessoal)
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Ganhar um prêmio na sua área é um feito e tanto. Agora, imagina realizar essa conquista ainda como estudante! Esse foi um dos feitos da Julia Ruivo, bacharel do curso de Design Gráfico e – para nossa sorte – estagiária de arte do GUIA DO ESTUDANTE.

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Julia e mais seis colegas de faculdade criaram o projeto acadêmico “Mulheres à Margem” e, com ele, receberam o Latin American Design Awards (LADA) na categoria Editorial Estudantil. O prêmio foi concedido em agosto de 2023 na cidade de Lima, no Peru. Os idealizadores foram, além da própria Julia Ruivo, as estudantes Andressa Carreira, Izamara Marinho, Thais e Leticia Yukari, Melissa Omai e Eugênio Araraki.

 

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Os estudantes responsáveis pela idealização do projeto no LADA Awards. (Arquivo Pessoal/Reprodução)

O Mulheres à Margem resgata livros escritos por mulheres que se esconderam por trás de pseudônimos (na grande maioria da vezes masculinos) ou do anonimato, para levarem suas criações ao público. “A ideia é resgatar e dar destaque para a identidade dessas autoras, que não puderam assinar as suas obras com seu próprio nome”, explica a estudante.

As obras escolhidas foram Frankenstein, de Mary Shelley; Úrsula, de Maria Firmina dos Reis; O Sol é Para Todos, de Nelle Harper Lee; O Sol Brilha Sobre o Rio Sangkan, de Ding Ling; As Raízes de Um Baobá, de Mariètou Mbaye Biléoma e Cerâmica Esmaltada, de Doris Boake Kerr.

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(Divulgação/Arquivo pessoal)

Julia ainda conta que o maior desafio foi revelar de uma maneira gráfica e visual todas as seis autoras escolhidas para o Mulheres à Margem, e mostrar como elas foram marginalizadas ao longo da vida. Para isso,  o projeto utilizou o design das capas, das aberturas de capítulos, das ilustraçõs internas e da luva externa para passar essa mensagem.

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As luvas são aquelas capinhas coloridas que “embalam” o livro e que não apenas ajudam a proteger o objeto, como também podem trazer informações da obra. No caso do Mulheres à Margem, cada um dos livros vem com uma luva de cor diferente, que acompanha a cor da edição. Aqui, a luva – feita de um material translúcido – foi pensada como um item que esconde algumas informações da obra: o nome da autora e seu rosto, por exemplo. O que fica à mostra na capa é o pseudônimo utilizado pelas autoras, assim como na vida real. Assim, quando o leitor retira a luva para começar a leitura, a identidade real da escritora é revelada. As duas imagens abaixo mostram como funciona a luva no projeto gráfico.

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Livro da coleção com a luva. (Arquivo Pessoal/Divulgação)
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Livro sem a luva; é possível ver os elementos que, com a luva, ficam escondidos. (Arquivo Pessoal/Divulgação)

+ Quem é Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”

A equipe também pensou nos desenhos que integram o início de cada capítulo: “Cada capítulo tem uma ilustração e conforme os capítulos vão passando ele vai se transformando. Começando com a ilustração presente na capa, depois no meio do livro ela se torna uma ilustração referente a narrativa […], no fim ela se transforma no nome da autora simbolizando que ela finalmente assinou sua obra”.

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Luva da obra “Frankenstein”, de Mary Shelley, primeiro livro a compor o Mulheres à Margem. Ao retirar a luva, é possível ler o nome da autora, junto de outros elementos que caracterizam a obra. Na contra-capa, é possível ver uma imagem de Mary Shelley. (Arquivo Pessoal/Divulgação)

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Todos os detalhes do Mulheres à Margem podem ser conferidos no Behance do projeto.

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Projeto recria capas de livros escritos por autoras silenciadas
Entrevista
Projeto recria capas de livros escritos por autoras silenciadas
São obras de escritoras que tiveram que escrever sob pseudônimos ou anonimato para serem publicadas, como 'Frankenstein', 'Úrsula' e 'O Sol é Para Todos'

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