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Estudo

ZYGMUNT BAUMAN

Bauman utilizou o conceito de “Modernidade Líquida” como forma de explicar como se processam as relações sociais na atualidade

por Guia do Estudante Atualizado em 18 ago 2017, 16h13 - Publicado em
16 ago 2017
13h06

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Zygmunt Bauman

ORIGEM

Poznán (Polônia) (1925-2017)

CORRENTE FILOSÓFICA

Pós-Modernismo

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PRINCIPAIS OBRAS

Modernidade Líquida; Modernidade e Holocausto; Amor Líquido; Medo Líquido

FRASE-SÍNTESE

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“Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.”


BIOGRAFIA

Zygmunt Bauman nasceu em Poznán, na Polônia, em 19 de novembro de 1925, em uma família de judeus não praticantes. Em 1939, foge com os pais para a União Soviética, escapando do cerco nazista de Adolf Hitler sobre a Polônia. Bauman serviu na divisão polonesa do Exército Vermelho durante a II Guerra Mundial e foi condecorado com uma medalha ao valor militar. Estudou filosofia e sociologia em Varsóvia, na Polônia, mas foi afastado devido à leitura de livros e artigos censurados. Crítico do autoritarismo soviético, mudou-se para a Inglaterra, onde se tornou professor da Universidade de Leeds. Recebeu os prêmios Amalfi (1989, por sua obra Modernidade e Holocausto) e Adorno (1998, pelo conjunto de sua obra). Morreu em janeiro de 2017, aos 91 anos.

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“A incerteza é o habitat natural da vida humana – ainda que a esperança de escapar da incerteza seja o motor das atividades humanas. Escapar da incerteza é um ingrediente fundamental, mesmo que apenas tacitamente presumido, de todas e quaisquer imagens compósitas da felicidade. É por isso que a felicidade ‘genuína’ adequada e total sempre parece residir em algum lugar à frente: tal como o horizonte, que recua quando se tenta chegar mais perto dele.”

A FILOSOFIA DE BAUMAN

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman utilizou o conceito de “Modernidade Líquida” (ou “Pós-Modernidade”) como forma de explicar como se processam as relações sociais na atualidade. Para Bauman, a modernidade “sólida”, forjada entre os séculos XIV e XV e cujo apogeu se deu nos séculos XIX e XX, teve como traço básico a ideia de que o homem seria capaz de criar um novo futuro para a sociedade, que cresceria em paralelo a uma vida enraizada em instituições fortes e presentes, como o Estado e a família. A confiança no homem e em sua capacidade de moldar o próprio futuro seria o principal traço desse período.

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Segundo Bauman, a partir das últimas décadas, sobretudo após a queda do Muro de Berlim, em 1989, essa modernidade “sólida” estaria em desintegração e seria gradualmente substituída por uma modernidade “líquida”. A palavra liquidez remete à fluidez, ausência de forma definida, velocidade, mobilidade e inconsistência. Esses seriam, para ele, justamente, os traços essenciais das relações sociais na atualidade.

A antiga confiança “sólida” num futuro perfeitamente arquitetado pela razão foi substituída pela incerteza. O futuro tornou-se nebuloso e indefinido. As “distopias” ou as “utopias negativas” ganham força – sabe-se apontar problemas e dificuldades no mundo, mas poucos sabem oferecer alternativas consistentes a esses problemas e dificuldades. Como disse Leo Strauss, “a liberdade sem precedentes também foi acompanhada pela impotência sem precedentes. Criticamos o mundo, nunca estamos satisfeitos, mas raramente sabemos o que fazer com nossas críticas”. O sistema capitalista aparece para esses homens pós-modernos como a única realidade possível, posto que eles duvidam  que o ser humano possa criar uma realidade diferente.

Incertos quanto ao futuro das sociedades, os homens pós-modernos têm fixado suas esperanças e expectativas no presente, no instante e no indivíduo; por todos os lados, os anúncios publicitários e as revistas conclamam as pessoas a “aproveitar o agora”, “pensar em si mesmas”. O ser humano pós-moderno substitui os projetos para o futuro pelo prazer instantâneo, a produção pela especulação, o conteúdo pela performance, a experiência pela flexibilidade e os sonhos pelas ambições.

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Além disso, a sociedade líquida, pouco apegada aos seus antecedentes, é obcecada pela novidade: a nova notícia, a nova promoção, o novo carro, a nova rede social. Os laços que uniam os homens ao passado são cortados, e vive-se numa espécie de “eterno presente”. Os produtos se renovam diariamente, e os empresários não temem anunciar que os próprios objetos produzidos já estão “atrasados”. Da mesma forma, os trabalhadores do século XXI vivem numa constante liquidez, numa permanente incerteza e medo de ser “descartados”, posto que a mobilidade e a flexibilidade das empresas são tamanha que, a qualquer momento, cortes inesperados e mudanças de planos podem acontecer. A solidez das convicções, assim, foi substituída pela liquidez do instante. Nos laços amorosos, observa-se a mesma tendência: relacionamentos fluidos, inconstantes e momentâneos caracterizam nossa época, que consagrou o conceito de “ficar”, expressão da liquidez do amor.


VIDEOAULA: BAUMAN E A MODERNIDADE LÍQUIDA

Bauman hoje

A noção de “liquidez”, para Bauman, é utilizada inclusive para analisar as guerras e os conflitos do mundo contemporâneo, como o chamado “terrorismo”. A partir do ataque de 11 de setembro de 2001, a natureza da guerra entra em mutação. Torna-se raro, assim, uma guerra entre dois exércitos que se confrontam: a guerra passa a ser, predominantemente, assistemática, isolada, dispersa e assimétrica, com ataques brutais e esporádicos, feitos especialmente a distância, com aeronaves ou drones. Essa é a maneira como a França atacou o Mali ou os Estados Unidos atacaram o Estado Islâmico. Por outro lado, a forma com que os chamados “terroristas” atacam embaixadas norte-americanas e países europeus também tem essas características, ainda que em escalas e intensidades diferentes. A guerra torna-se, assim, “líquida”.

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