Aprender História não precisa ser monótono, principalmente se você é fã de cinema. É isso que faz professora Keilla Vila Flor: ela seleciona filmes relacionados aos conteúdos que leciona na sala de aula e exibe para seus alunos. Depois, eles discutem baseado no que assistiram. Da Revolução Industrial ao Golpe de 1930 no Brasil, são filmes capazes de resumir o conteúdo em poucas horas – e, de quebra, ainda prendem a atenção dos alunos.
Em conversa com o GUIA DO ESTUDANTE, a professora indica 4 filmes que podem ajudar no aprendizado da disciplina.
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Tempos Modernos
O filme mudo de Charles Chaplin mostra a dinâmica das fábricas durante a Segunda Revolução Industrial. A Revolução Industrial é dividida em três fases, que ocorreram no contexto de mudanças econômicas, políticas e sociais na Inglaterra e no mundo.
Durante o século 16 surgiram os primeiros assalariados e a burguesia colocou fim ao absolutismo. Tudo isso somado ao desenvolvimento de máquinas deu início à primeira Revolução Industrial, com o surgimento das primeiras fábricas a partir de 1760.
A segunda Revolução Industrial, que se estendeu até o final do século 20, é a que pode ser vista no filme de Charles Chaplin. As fábricas passaram a usar novas fontes de energia, sobretudo a eletricidade e o petróleo, e o ferro começava a ser substituído pelo aço. Foi neste período que foi criada a linha de montagem fordista.
O filme faz uma crítica a este novo modelo, sobretudo às condições de trabalho impostas por ele.
+ Revolução Industrial: resumo das três fases que mudaram o mundo
O Papel e o Mar
O curta-metragem narra o encontro imaginário entre João Cândido, líder da Revolta da Chibata, e a catadora de papel e escritora Carolina Maria de Jesus, que foram contemporâneos. “São pessoas fundamentais para intelectualidade negra no Brasil”, comenta a professora.
A Revolta da Chibata, também conhecida como Revolta dos Marinheiros, ocorreu no Rio de Janeiro, em 1910. Ela exigia o fim dos castigos corporais, a redução da jornada de trabalho da Marinha Brasileira e a concessão de anistia aos marinheiros. Seu estopim foi a punição ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes com 250 chibatadas e sem direito a tratamento médico.
O governo de Hermes da Fonseca, então presidente do Brasil, aceitou os termos, mas apenas no papel. No dia seguinte cerca de mil marinheiros foram dispensados por indisciplina. Uma semana depois, aconteceu uma segunda revolta no Batalhão Naval estacionado na Ilha das Cobras, que desencadeou na prisão e tortura dos envolvidos.
Por fim, outras centenas de marinheiros foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia, muitos sendo fuzilados durante o trajeto.
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A Última Abolição
Este é um documentário que faz uma retrospectiva da abolição da escravidão, mostrando que não foi apenas a assinatura da Lei Áurea que libertou os escravizados.
A lei, assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, não previu nenhuma forma de reparação ou integração dos libertos à sociedade. No papel, a escravidão havia terminado, mas foi um longo processo até que direitos começassem efetivamente a ser conquistados.
+ Além da Lei Áurea: o lento processo de abolição da escravidão no Brasil
Guerras do Brasil.doc
O documentário cita eventos mais recentes, como a falência do sistema prisional brasileiro, a demarcação de terras indígenas e o mapa do crime organizado, mas também resgata eventos históricos como a Guerra dos Palmares, a Guerra do Paraguai e a Revolução de 1930.
A Guerra dos Palmares foi uma revoltas dos negros escravizados contra a Coroa portuguesa. Eles organizaram-se em comunidades e formaram o Quilombo dos Palmares, onde atualmente fica o estado de Alagoas. Os ataques da coroa à Palmares aconteceram de 1612 a 1695, ano da morte de Zumbi dos Palmares, considerado o líder da comunidade.
+ Escravidão no Brasil: Quem foi Zumbi dos Palmares?
Já a Guerra do Paraguai foi o maior conflito da América Latina. Uniu Brasil, Uruguai e Argentina, deixando 370 mil mortos em mais de 5 anos de confrontos. Aconteceu de 1864 a 1870 e foi resultado da criação da Bacia Platina, um conjunto de rios que corta Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, ligando estes países ao Oceano Atlântico. O Paraguai disputou territórios que faziam fronteira com o Brasil e Argentina.
A Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai, derrotou o Paraguai em 1870.
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