4 livros para quem quer entender a política brasileira
Compreender o tema vai muito além de ler as notícias do dia – e a literatura pode ser uma baita aliada no processo

Se você acha que gostar de política é acompanhar debates no jornal ou saber o significado de todas as siglas de partido, talvez esteja olhando só a ponta do iceberg. A política brasileira está em tudo: no preço do ônibus, no formato das escolas, nas redes sociais e até nas escolhas do que é (ou não) ensinado nos livros.
E por falar em livros, eles são uma das formas mais ricas de entender esse cenário. Algumas obras ajudam a olhar para o Brasil com mais profundidade, conectando história, sociedade, economia e cultura. Além disso, mostram que política não é só sobre quem está no poder, mas também sobre como o país foi construído, quem teve voz nesse processo e quais estruturas ainda moldam nosso presente.
Mais do que tomar partido, entender política é desenvolver olhar crítico, reconhecer padrões e pensar com autonomia, habilidades que fazem diferença dentro e fora da sala de aula. E isso também vale para quem está se preparando para o vestibular: ao ampliar seu repertório com boas leituras, você entende melhor os contextos que aparecem nas provas, nas redações e, claro, na vida real.
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Não sabe por onde por começar? O GUIA DO ESTUDANTE reuniu quatro livros que podem ajudar a montar esse quebra-cabeça chamado Brasil. Confira abaixo:
1. “Presidencialismo de coalização: raízes e evolução do modelo político brasileiro”, de Sergio Abranches
A expressão “presidencialismo de coalizão” é associada ao cientista político Sérgio Abranches, que cunhou o termo em um artigo publicado em 1988, em pleno período de redemocratização. Trinta anos depois da publicação do artigo, o autor fez um balanço da história republicana. Vale destacar que o termo é usado para se referir a um contexto no qual o presidente negocia e mantém alianças para garantir a governabilidade.
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2. “República das milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, de Bruno Paes Manso
O livro foca em como as milícias no Rio de Janeiro começaram nos anos 1960 com grupos de policiais violentos e, com o tempo, viraram organizações criminosas que controlam bairros, exploram moradores e influenciam a política. O autor mostra que elas cresceram quando a segurança pública piorou, ganharam apoio em algumas comunidades e ficaram mais presentes no país, principalmente com a chegada de Jair Bolsonaro. A obra também alerta que o Estado muitas vezes permite essa situação, o que pode tornar a violência algo cada vez mais comum e difícil de combater.
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3. “Brasil, uma biografia”, de Heloisa Murgel Starling e Lilia Schwarcz
Este livro apresenta um panorama fácil de entender e crítico da história do Brasil, desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais. As autoras mostram como o país foi construído com muita desigualdade, governos autoritários e exclusão, mas também por várias lutas por liberdade, direitos e democracia. A história é contada misturando grandes personagens históricos e pessoas comuns, mostrando o que mudou e o que continuou igual ao longo do tempo, e como o passado ainda afeta o Brasil de hoje.
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4. “Ser republicano no Brasil colônia: a história de uma tradição esquecida”, de Heloisa Starling
A obra explora como, no Brasil Colônia, já se discutiam propostas republicanas, inclusive impactando movimentos como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, influenciados por ideais franceses e ingleses relacionados aos conceitos de igualdade e liberdade. A historiadora Heloisa Starling ainda mostra que essas correntes foram apagadas pela consolidação do Império e pela República de 1889, marcada por exclusão e domínio oligárquico.
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