Assine Guia do Estudante ENEM por 15,90/mês
Continua após publicidade

A revolucionária francesa guilhotinada por defender os direitos das mulheres

Olympe de Gouges era uma entusiasta da Revolução Francesa, mas acabou mandada à guilhotina por defender as mulheres, a democracia e a abolição

Por Ludimila Ferreira
8 mar 2024, 10h00

Ser mulher nunca foi fácil, mas em 1789 poderia ser ainda mais difícil. Olympe de Gouges, nome adotado por Marie Gouze, decidiu lutar pelos direitos das mulheres em plena Revolução Francesa e acabou na guilhotina por isso logo depois de Maria Antonieta. Com a vitória dos revolucionários – dos quais ela fazia parte – e a derrubada da monarquia, os que se opunham à nova constituição tinham a cabeça arrancada em praça pública. Gouges foi considerada uma traidora, já que defendia direitos iguais para homens e mulheres e insistia em atuar na política, inclusive criticando os métodos dos jacobinos.

Um de seus textos que mais causou incômodo foi a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã“, uma resposta à famosa “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Em 17 artigos, a revolucionária pedia por direitos políticos e civis, nada além do que já era assegurado aos homens. Conheça a história de Olympe de Gouges, que inspira o movimento feminista até os dias de hoje.

+ 11 fatos sobre a Revolução Francesa que você precisa saber

As mulheres na Revolução Francesa

O estopim da Revolução Francesa foi a queda da Bastilha, em 1789. O povo francês, conhecido como terceiro estado na época, se rebelava contra a monarquia e o clero (primeiro e segundo estados) por direitos, já que a França enfrentava uma crise e o ônus recaia sobre os mais pobres. O povo então invadiu a prisão que representava o autoritarismo da época no dia 14 de julho, para conseguir pólvora que servisse de munição para as armas roubadas mais cedo naquele mesmo dia.

Continua após a publicidade

A revolta foi um sucesso, porém só foi findada com a assinatura da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão pelo rei Luís XVI, depois que um grupo majoritariamente feminino marchou até Versalhes, onde ficava o palácio, em 1793. Elas carregavam mosquetes, garfos e facas. Com a assinatura nasceu, enfim, a primeira constituição da França.

A partir daí, a luta da dramaturga e ativista Olympe de Gouges também tornou-se outra. Ao ver que as mulheres haviam sido excluídas de declaração, ela elabora sua própria versão do documento.

+ 6 mulheres que revolucionaram a ciência

Continua após a publicidade

A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã

Olympe de Gouges acreditava que a falta de atenção dos homens em relação aos direitos das mulheres era a razão para a sociedade estar em colapso – e fez questão de propagar essa ideia. A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã tem 17 artigos e, após 235 anos da sua escrita, boa parte dela continua atual. A autora questionava os homens e denunciava a realidade das mulheres francesas, embora pudesse estar se referindo a qualquer outro país. Entre as queixas estão a falta de liberdade das mulheres, sempre condicionadas ao consentimento de um homem, o fato de não terem direito à propriedade privada na época e a insegurança.

Olympe de Gouges, em seu texto, pedia uma ampla reforma nos direitos das mulheres, com condições igualitárias de trabalho para ambos os sexos, assim como direito de opinar na política. Em nenhum momento exigia privilégios. No artigo 7, inclusive, apontava que elas deveriam ser punidas de forma igualitária aos homens, caso cometessem algum crime.

+ Como as mulheres conseguiram o direito ao voto

Continua após a publicidade

Em resumo, a dramaturga apenas defendia que “a mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos”, mas a mensagem não foi interpretada desta maneira. Por mais básicos que fossem os direitos solicitados por de Gouges, seu texto foi considerado uma afronta.

Além dos apontamentos presentes na Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, a revolucionária francesa também defendeu a atuação política das mulheres no famoso folhetim “As Três Urnas” – a gota d’água para sua execução – e firmou-se como abolicionista na peça teatral L’Esclavage des Noirs (“A escravidão dos negros”), na qual defendia a igualdade racial.

Hoje é considerada precursora do sufragismo, movimento que eclodiu décadas mais tarde exigindo direito de participação política para as mulheres.

Continua após a publicidade

É possível ler a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e mais textos escritos por Olympe de Gouges no livro “Avante, Mulheres!: Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e outros textos”, confira abaixo:

Avante, Mulheres!: Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e outros textos

capa do livro Avante, Mulheres!: Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e outros textos

+ “A liberdade guiando o povo”: entenda a obra de Eugène Delacroix

Continua após a publicidade

Entre no canal do GUIA no WhatsApp e receba conteúdos de estudo, redação e atualidades no seu celular!

Compartilhe essa matéria via:

 Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.

Publicidade

Publicidade
A revolucionária francesa guilhotinada por defender os direitos das mulheres
Estudo
A revolucionária francesa guilhotinada por defender os direitos das mulheres
Olympe de Gouges era uma entusiasta da Revolução Francesa, mas acabou mandada à guilhotina por defender as mulheres, a democracia e a abolição

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

a partir de R$ 15,90/mês

Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.