Guerra contra o Paraguai, abolição da escravatura e fim do Império foram alguns dos acontecimentos que marcaram o Segundo Reinado (1840-1889). No período, ocorreram grandes transformações políticas e sociais no Brasil.
Na nova novela da TV Globo “Nos tempos do Imperador”, ambientada entre os anos de 1856 e 1870, será possível acompanhar eventos históricos do governo de D. Pedro II que podem ajudar você durante os estudos. Porém, lembre-se: é uma obra de caráter ficcional, sem compromisso com a realidade. Os fatos envolvem dramatização.
Confira 5 acontecimentos que marcaram o Segundo Reinado:
1 – Golpe da maioridade
Em 23 de julho 1840, por meio de uma medida constitucional, Dom Pedro de Alcântara, com 14 anos e sete meses de idade, teve sua maioridade antecipada. Foi coroado como Dom Pedro II e assumiu o trono imperial do Brasil.
A manobra, que colocou fim ao Período Regencial (1831-1840), ficou conhecida como Golpe da Maioridade e inaugurou o Segundo Reinado.
Por conta da insatisfação que havia durante o governo de D. Pedro I, ele precisou abdicar do cargo em 1831. O imperador deixou o trono para que seu filho quando atingisse idade mínima de 18 anos, exigida pela Constituição de 1824, pudesse assumir o cargo.
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2 – Parlamentarismo
A primeira metade da década 1840 foi marcada por conflitos entre liberais e conservadores. Para resolver o problema, em 1847 foi instituído o Parlamentarismo, que funcionava junto com o Poder Moderador (exercido por Dom Pedro II). O regime foi implementado para atender aos interesses da elite agrária do país.
No Brasil, o sistema ficou conhecido como parlamentarismo às avessas, porque era o imperador quem nomeava o presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) e outros integrantes do Conselho de Estado. Com o poder Moderador, D. Pedro II tinha a liberdade de dissolver a Câmara de Deputados e escolher os ministros. Em monarquias parlamentaristas clássicas, como o modelo inglês, o partido que obtém maioria na Casa compõe o gabinete (primeiro-ministro e conselho de ministros).
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3 – Guerra do Paraguai
O conflito (1864-1870) começou quando o ditador Solano López pretendia ampliar o território do Paraguai tomando terras da Argentina, Brasil e Uruguai. Estima-se que 80% da população paraguaia tenha morrido na guerra.
Considerado o maior conflito da história ocorrido na América Latina, a Guerra do Paraguai foi resultado do processo de formação e consolidação das nações da Bacia do Prata.
Durante o período imperial, a relação do Brasil com seus vizinhos era conturbada. Na tentativa de barrar opositores, o governo brasileiro interferiu no sistema político do Uruguai, em 1851, e da Argentina, no ano seguinte.
Em 1864, uma nova intervenção ocorreu no Uruguai. Atanásio Aguirre, chefe de governo, foi derrubado do cargo. Isso abriu uma grave crise política na região. Como resposta, o presidente paraguaio Solano López, aliado de Aguirre, declarou guerra ao Brasil.
No primeiro ano da Guerra do Paraguai, em 1865, Argentina, Brasil e Uruguai, com apoio da Inglaterra, assinaram o Tratado da Tríplice Aliança. Juntos, os países atacaram o Paraguai.
O confronto foi encerrado com a morte de Solano López, em 1865. Como resultado, o Paraguai teve sua economia destruída e mais de dois terços da população havia sido morta.
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4 – Escravidão
Em 1850, depois de muita pressão dos ingleses, o governo imperial promulgou a Lei Eusébio de Queirós, que pôs fim ao tráfico negreiro. Porém, somente em 13 de maio de 1888 o país aboliu a escravidão.
Por quase todo o período imperial a mão de obra no Brasil era escrava. Isso mudou apenas na metade do século 19 com a chegada de imigrantes, que substituíram os escravos no trabalho nas fazendas.
No Segundo Reinado, a abolição da escravatura teve ampla discussão na sociedade e recebeu o apoio de jornalistas, intelectuais e políticos, como Rui Barbosa e Luís Gama.
Após pressões internas e externas, o Parlamento brasileiro aprovou outras medidas que, gradualmente, acabaram com a escravidão: Lei do Ventre Livre (1871) e Lei do Sexagenário (1885).
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5 – Fim do Império
Ideias republicanas ganharam simpatizantes dentro dos novos grupos sociais do Brasil após o fim da escravidão. Em 15 de novembro de 1889, sob o comando do marechal Deodoro ocorreu a Proclamação da República. Dom Pedro II foi retirado do cargo e expulso do país dois dias depois.
O fim da monarquia brasileira foi resultado do rompimento do governo imperial com três grupos importantes: a Igreja, o Exército e a elite escravocrata. Insatisfeitos com o sistema político desde o fim da Guerra do Paraguai os militares deram início a uma série de planos para retirar D. Pedro II e sua família do poder.
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