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Conheça a origem da bandeira do Brasil

Um pouco além do verde é a fauna, amarelo o ouro...

Por Luccas Diaz
Atualizado em 24 ago 2022, 13h37 - Publicado em 19 nov 2020, 16h07

Se uma pessoa de fora do país lhe perguntasse quais são os significados da bandeira do Brasil, você saberia responder? As bandeiras são parte fundamental da identidade de todo país, elas têm o objetivo de representar a nação e assumem um papel político como símbolo oficial. Mas o que são esses desenhos?

Com o uso deste símbolo nos mais diversos contextos, acaba sendo fácil passar batido pela verdadeira história e os conceitos que existem por trás da arte.

Por isso, é necessário uma viagem pela História! A bandeira atual do Brasil foi apresentada e oficializada no 19 de novembro de 1889, quatro dias depois da proclamação da República.

A adoção se deu por meio de um decreto oficial feito por Benjamin Constant e assinado pelo presidente provisório, que na época era o marechal Deodoro da Fonseca. A data hoje é celebrada como o Dia da Bandeira.

Como eram as bandeiras anteriores

Antes das bandeira atual (à direita), a antecessora imediata era a que representava o Império do Brasil (à esquerda), criada pelo artista Jean-Baptiste Debret e em vigor entre 1822 a 1889.

Bandeira do Brasil Império do lado da atual bandeira brasileira
Bandeira do Brasil Império (à direita), ao lado da atual bandeira brasileira (à esquerda). (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Com a proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889, a bandeira imperial foi substituída imediatamente por uma nova, que representasse a Republica dos Estados Unidos do Brazil. Se tratava de uma arte inspirada na bandeira dos Estados Unidos, feita pelo médico e jornalista José Lopes da Silva Trovão. Mas esta durou apenas alguns dias…

Republica dos Estados Unidos do Brazil
Bandeira do Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil (15 de novembro de 1889 – 19 de novembro de 1889). (Wikimedia Commons/Reprodução)

Como surgiu a atual bandeira brasileira?

Logo em seguida à proclamação, o filósofo e matemático Raimundo Teixeira Mendes procurou Bejamin Constant para sugerir a substituição da bandeira por uma que melhor representasse a nova República. E que não fosse uma mera cópia da dos Estados Unidos.

Quatro dias depois, no dia 19 de novembro, a atual bandeira brasileira foi apresentada e oficializada por meio de um decreto.

Para a confecção da arte, Mendes teve a ajuda de seu cunhado, o também filósofo Miguel Lemos. Os dois eram praticantes da filosofia positivista, liderada pelo filósofo francês Auguste Comte. Na política brasileira, o Positivismo contribuiu fortemente para a formulação de ideias para o fim do Império, a abolição da escravidão e a própria proclamação da República. Falaremos mais sobre isso adiante!

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De 1889 para cá, a bandeira sofreu poucas alterações. A última ocorreu em 1992, quando a última estrela foi incorporada.

Curiosamente, foi apenas em 1971, durante o período da ditadura militar, que o então presidente Emílio Garrastazu Médici decretou a bandeira como um símbolo oficial do Brasil, ao lado do hino nacional, das armas nacionais e do selo nacional.

O que significa cada elemento da bandeira?

Sabe aquela história sobre a origem das cores da bandeira? O verde seria a representação da fauna, o amarelo seria o nosso ouro, e o azul, os mares e o céu…?

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Pois é. Ela está um tanto longe da verdade.

O fato é que todas as cores da bandeira atual seguiram a paleta do brasão inicial feito ainda durante o Brasil imperial. O que significa que, no contexto da seleção dessas cores, todas tinha a função original de homenagear de alguma forma os colonizadores portugueses.

  • VERDE: era a cor do brasão da família Bragança, ou seja, a família de Dom Pedro I;
  • AMARELO: mais uma referência familiar. O amarelo era a cor oficial do brasão da dinastia Habsburgo, governantes da Áustria. Homenagem direta para a austríaca Imperatriz Leopoldina, esposa de D. Pedro I;
  • AZUL E BRANCO: as duas cores eram as oficiais do Condado Portucale, região que deu origem à Portugal. Mas, aqui sim, as cores podem ser entendidas como alusão ao céu e sua infinidade.

O texto original do decreto oficial nº4  detalha a imagética da bandeira, mas não menciona as homenagens à Portugal que deram origem à escolhas estéticas.

A bandeira adoptada pela Republica mantem a tradição das antigas côres nacionaes – verde e amarella – do seguinte modo: um losango amarello em campo verde, tendo no meio a esphera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido obliquo e descendente da esquerda para a direita, com a legenda – Ordem e Progresso – e ponteada por vinte e uma estrellas, entre as quaes as da constellação do Cruzeiro, dispostas da sua situação astronomica, quanto á distancia e o tamanho relativos, representando os vinte Estados da Republica e o Municipio Neutro”.

As 27 estrelas presentes na bandeira representam os estados brasileiros e o Distrito Federal. Elas estão posicionadas de maneira que imitam o céu do dia 15 de novembro de 1889, às 8h30 da manhã: o momento da proclamação da República. A posição dos corpos celestes foram determinadas pelo pesquisador e astrônomo brasileiro Manuel Pereira Reis.

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Um erro bastante comum é achar que a estrela acima da faixa branca é o Distrito Federal. Não é! Essa estrela representa o Pará e a estrela Espiga, da constelação de Virgem.

“Ordem e Progresso”?

Auguste Comte
Auguste Comte (1798 – 1857) formulou o Positivismo. Ele é considerado como o primeiro filósofo da ciência no sentido moderno do termo. Comte também é visto como o fundador da disciplina acadêmica de Sociologia (Igreja Positivista/Reprodução)

O filósofo Auguste Comte defendia que todo conhecimento humano passa por três fases: teológica,  metafísica e positiva.

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A corrente positivista influenciava toda a Europa do século XIX. Ela chegou ao Brasil no momento pré-proclamação da República e contribuiu para o ideário republicano brasileiro.

O principal criador da bandeira, Raimundo Teixeira Mendes, traduziu e adaptou uma das frases mais célebres de Auguste Comte para ser inserida no desenho. O trecho “O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim” é a origem do lema “Ordem e progresso”.

A ordem seria a ideia positivista de manter tudo aquilo que é bom, que funciona, que é correto. E o progresso seria uma defesa do desenvolvimento da sociedade brasileira, só possível por meio da ordem.

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Referências de pesquisa

Superinteressante – Os significados das cores da bandeira do Brasil – e de outros 32 países

Toda Matéria – Professora Juliana Bezerra

Biografias – Unidade Acadêmica de Engenharia Civil / UFCG

Positivismo – Ordem, progresso e a ciência como religião da humanidade

Significado das estrelas da bandeira do Brasil – Professor Eduardo de Freitas

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