As animações sempre foram uma mídia eficiente para a discussão de temas importantes, mas isso ganhou mais força em tempos recentes. Representatividade, relações com a família, sexualidade e outros assuntos complexos já inspiraram desenhos animados nos últimos anos. Confira algumas dessas obras, que têm muito a ensinar sobre autoconhecimento e amadurecimento.
Steven Universe
Steven Universe (2013-2019) é um dos desenhos de maior sucesso da Cartoon Network. Com uma história linda sobre o processo de se conhecer e se aceitar, acompanhamos um garoto de 12 anos descobrindo o mundo ao seu redor. Ao lado dele, as Crystal Gems, guardiãs mágicas que defendem a Terra contra alienígenas, trazem muita representatividade à série. Suas personalidades e características físicas contribuem com temáticas sobre a diversidade de corpos e também de sexualidade. As Gems contam sobre essas múltiplas vivências como bissexuais, não-binárias ou lésbicas de forma envolvente.
Enquanto isso, Steven Universe não é o que costumamos ver de um herói valentão que salva o mundo. Ele é pequeno, protetor e não tem medo de estar em contato com seu lado emocional. A criadora da série, Rebecca Sugar, disse que se inspirou no próprio irmão e contou à SUPER que queria fazer o desenho que faltava quando ela era criança.
Disponível na programação do Cartoon Network.
Hilda
Criada a partir de uma história em quadrinhos de mesmo nome, Hilda (2018) mostra uma menina que precisa enfrentar uma grande mudança em sua vida. A garotinha de cabelos azuis se vê em uma situação desconfortável quando sua mãe decide mudar da casa na floresta para morar na cidade grande. Ao se ver longe dos animais e das criaturas fantásticas pelos quais era apaixonada, Hilda tem que fazer novos amigos, se adaptar à nova vida e, também, enfrentar certas características pessoais, como a falta de planejamento e a desorganização.
O desenho desenvolve os temas do crescimento ao mesmo tempo em que fala sobre a criação do senso de responsabilidade coletivo. Além disso, as novas amizades de Hilda mostram como podemos nos completar e aprender juntos ao sermos diferentes.
A série está disponível na Netflix.
Trem Infinito
Apesar do universo cheio de fantasia científica, Trem Infinito (2019) mostra um mundo bem parecido com o real, em que ninguém é só bom ou mau. A animação acompanha a história de Tulip, que está presa em um trem cheio de universos fantásticos e quer voltar para casa. Todos os passageiros têm uma coisa em comum: um número brilhante na mão, que representa a quantidade de conflitos e problemas a serem resolvidos por cada um.
A ideia da série, do mesmo criador de Apenas um Show, é mostrar como lidamos com os desafios que aparecem no caminho. Os personagens nem sempre tomam a melhor decisão, mas podem aprender com os erros e evoluir como indivíduos (diminuindo a contagem em suas mãos). Aliás, a série já foi renovada para a terceira temporada!
Está na programação do Cartoon Network e também está disponível no NOW.
Carmen Sandiego
A animação Carmen Sandiego foi lançada, pela primeira vez, na década de 1990, baseada em um jogo de computador de muito sucesso. Com uma personagem principal intrigante e com uma vida rodeada de mistérios, a garota de sobretudo e chapéu vermelho rodava o mundo roubando artefatos históricos de museus. Já a série produzida pela Netflix mantém o clima de espionagem e investigação, mas traz a narrativa sobre o passado de Carmen, que, no jogo e na animação anterior, não conhecíamos.
Com uma reviravolta na história, Carmen agora se volta contra a V.I.L.E., organização criminosa da qual fazia parte, porque já não quer fazer mal a outras pessoas. Com ajuda do hacker Player, Carmen viaja pelo mundo, apresentando histórias e fatos legais sobre outros países e culturas. A narrativa ainda inclui falas sobre respeito ao próximo e amizade. A produção ainda rendeu um site interativo em inglês para saber mais sobre Carmen e suas aventuras.
Disponível na Netflix.
Big Mouth
Todo mundo sabe que a puberdade não é nada fácil. E com uma narrativa engraçada e, ao mesmo tempo, bizarra, Big Mouth (2017) mostra uma nova perspectiva ao olhar para as dúvidas, vergonhas e medos dessa fase. A série une personagens femininos e masculinos com a mesma idade, mas personalidades e relações familiares um tanto quanto diferentes para brincar sobre como eles enfrentam as descobertas do próprio corpo.
Apesar do tema controverso, a série discute temas de sexo e sexualidade de forma leve e “fantástica”, ainda que explícita. Os Monstros dos Hormônios, por exemplo, podem parecer estranhos, mas são uma forma ótima de materializar como o nosso corpo começa a mudar biologicamente nessa fase.
Disponível na Netflix.
Irmão do Jorel
Uma típica família brasileira de sucesso produzida pelo Cartoon Network! Irmão do Jorel (2014) é engraçada, por vezes estranha, mas difícil de não se identificar. Criado pelo brasileiro Juliano Enrico, o desenho conta a história de um garoto de 9 anos sem nome, que é realmente só o irmão mais novo do garoto incrível, popular e de cabelos maravilhosos do bairro, o Jorel. Com um humor irônico, o desenho traz sacadas muito legais sobre as relações familiares e até sobre política, mas de forma bem descontraída.
Aliás, toda a família do Jorel é demais. Tem a vovó Juju, que é um amor e só quer alimentar bem os netos, uma mãe cheia de energia que faz de tudo e quer os filhos saudáveis e, ainda, o pai, um dramaturgo meio maluco que foi parte da resistência contra a ditadura. Deu pra se identificar com alguma coisa? Para a SUPER, Juliano contou que a ideia da série era realmente contar histórias constrangedoras pelas quais todos nós, em algum momento, já passamos.
A animação está na programação do Cartoon Network, mas também disponível na Netflix.
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