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Coronavírus em mudança: conheça os tipos de mutações na Biologia

A chance de assuntos relacionados ao novo coronavírus aparecerem nos vestibulares é muito grande e vale ficar ligado

Por Taís Ilhéu
3 set 2020, 07h20

Desde fevereiro deste ano, pesquisadores do mundo todo vêm investigando mais a fundo uma das muitas mutações do Sars Cov-2, o vírus que causa a COVID-19. O vírus com essa mutação (que foi chamada de D614G) chamou mais a atenção do que os outros porque, aparentemente, se espalhava tanto quanto a primeira versão do coronavírus, especialmente naquelas regiões que experimentavam a chamada “segunda onda de contaminação”. Nos meses seguintes, constatou-se que essa nova versão era, na verdade, ainda mais transmissível, o que de pronto causou preocupação nos cientistas. Mais pessoas contaminadas significará mais mortes? Será que as vacinas em desenvolvimento conseguirão prevenir também a infecção por esse mais novo coronavírus?

Um artigo publicado por pesquisadores de Cingapura na revista The Lancet, no final de agosto, veio para acalmar a comunidade científica e, é claro, toda a população. Apesar de ser mais transmissível e, portanto, ter potencial de atingir mais pessoas, o vírus mutante parece ser menos agressivo e letal. E a explicação é uma velha conhecida dos vestibulandos: é tudo uma questão de evolução. Para o vírus, também é vantajoso ser menos agressivo com o hospedeiro, para conseguir permanecer mais tempo com proteção e alimento no corpo humano sem causar a morte do infectado. 

Além disso, antes ainda de o estudo ser publicado, o consultor sênior da Universidade Nacional de Cingapura, Paul Tambyah, já havia dito à Reuters que as vacinas em desenvolvimento devem continuar sendo eficazes contra esse vírus alterado, já que “o mutante afeta o elo do peplômero [aquelas pontinhas na superfície do vírus], e não necessariamente o reconhecimento da proteína por parte do sistema imunológico, o que seria preparado pela vacina”. A gente sabe, fica meio difícil entender nesses termos.

Trocando em miúdos, o vírus analisado pelos pesquisadores de Cingapura sofreu uma mutação conhecida como “deleção”, ou seja,  perdeu 382 nucleotídeos. A deleção é apenas um dos tipos de mutação possíveis em DNA ou RNA, e, considerando que a biologia molecular e a genética são umas das áreas preferidas dos grandes vestibulares, neste texto ajudamos você a entender quais são essas mutações e como elas funcionam!

Antes, o que são mutações?

Basicamente, mutações são mudanças que acontecem no material genético de seres vivos (conhecido também como genoma), seja durante seus processos de multiplicação (meiose e mitose) ou durante a síntese proteica. As mutações estão diretamente ligadas ao que chamamos de variabilidade genética, que é o que permite aos indivíduos se adaptarem a novos meios e que, a longo prazo, faz com que alguns indivíduos estejam mais aptos a sobreviver, num processo de seleção natural. Em outros casos, porém, as mutações podem gerar problemas que inviabilizam até a vida de um indivíduo. 

As mutações podem acontecer tanto em nível molecular (quando afeta um ou vários nucleotídeos que compõem o material genético), em nível cromossômico (em mais de um gene) ou em nível genômico (afetando o total de cromossomos). Quando essas alterações não são “corrigidas” antes de o material genético se replicar, é originada uma nova molécula já com a mutação, e daí em diante todos os novos seres (nesse caso, todos os novos vírus) terão essa alteração genética. 

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Os tipos de mutação

Além de classificar as mutações pelos níveis em que elas podem ocorrer, como já explicamos, também é possível dividi-las pelos efeitos que elas causam naquele material genético, como a perda ou a repetição de cromossomos, por exemplo. As principais delas são: 

  • Deleção: Mutação que resulta na perda de cromossomos, seja em partes terminais ou mais internas, da sequência de DNA/RNA. Esse é o tipo de mutação apontada pelos pesquisadores de Cingapura que resultou na nova versão do Sars-Cov-2;
  • Duplicação: Para ocorrer esse tipo de mutação, é necessário que a de deleção aconteça antes. Isso porque o pedaço de cromossomo perdido se liga a um outro cromatídeo e forma uma parte extra, nova;
  • Inversão: Nessa mutação, uma parte do cromossomo se desliga e volta a se ligar em uma ordem diferente. Essa inversão pode ainda ser subclassificada em pericêntricas, que envolve o centrômero, e paracêntricas, que não o envolvem. 
    • Translocação: Nesse caso, uma parte do cromossomo se desliga da porção original e se liga a um cromossomo não homólogo (que não faz par e contém genes diferentes). Também pode ser classificada em translocação recíproca (quando os dois cromossomos envolvidos trocam porções), não-recíproca (apenas um transfere uma porção para o outro), além de translocação Robertsoniana –  um caso mais complexo em que cromossomos que possuem um braço longo e outro curto (acrocêntricos) trocam esses “braços” entre si, originando um cromossomo de braços longos e outro de curtos. 

    Não se lembrou de alguns conceitos e termos que abordamos nesse texto? Você pode conferir outras vezes que já falamos aqui no GUIA sobre:

    Biologia: Ciclo de vida das células – divisão celular

    Resumo de biologia: Divisão celular e conceitos básicos de genética

    Citologia: DNA e RNA

    Busca de Cursos

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    Há também várias aulas no YouTube sobre mutações genéticas e cromossômicas, entre elas a abaixo, do professor Paulo Jubilut, do canal Biologia Total:

     

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