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Enem: 6 sociólogos que não podem ficar de fora dos seus estudos

Alguns não são cobrados diretamente nas questões, mas podem ajudá-lo a entender melhor uma pergunta ou contextualizar um fato histórico

Por Redação
Atualizado em 16 jun 2021, 13h07 - Publicado em 14 jun 2021, 12h57
Manuel Castells
Manuel Castells é um dos principais analistas da era da informação e das sociedades em rede (- Pinterest/Divulgação)
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Ao se preparar para a prova de Ciências Humanas do Enem, é importante procurar quais são os temas mais recorrentes no exame e como eles costumam ser cobrados. Além disso, vale a pena conferir quais os pensadores que mais aparecem nas questões, seja em uma pergunta explícita sobre uma teoria, para ajudar na contextualização de um fato histórico ou até para ampliar o repertório na hora da redação. 

Já mostramos aqui no GUIA, quais os filósofos que mais caem no Enem.  Agora, conversamos com Rene Araújo, professor de Sociologia do Curso Anglo, e selecionamos seis sociólogos que não podem ficar de fora dos seus estudos. Veja na lista abaixo: 

Manuel Castells

Manuel Castells
(Pinterest/Divulgação)

Segundo Araújo, os textos do sociólogo espanhol Manuel Castells já apareceram em provas do Enem, o que exige uma atenção maior acerca da obra desse importante pensador da contemporaneidade.

“Castells tem um amplo trabalho sobre o avanço da tecnologia da informação e o impacto que isso provocou no modo como o mundo se organiza política e economicamente e como as relações sociais se constituem. Assim, familiarizar-se com a obra do pensador ajuda a ampliar a compreensão acerca do papel da internet nessa sociedade cada vez mais conectada em rede, cuja conectividade modificou a esfera econômica, o trabalho e a estrutura social de um modo geral”, explica o professor.

Thomas H. Marshall

Thomas Humphrey Marshall
Thomas Humphrey Marshall (1893–1981) foi um sociólogo inglês mais conhecido por seu ensaio ” Cidadania e classe social “. (Wikimedia Commons/Divulgação)
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Outro sociólogo cujo conhecimento da obra pode contribuir para um bom desempenho no Enem é o britânico Thomas H. Marshall. Autor do clássico “Cidadania, classes sociais e status”, Marshall produziu uma importante análise, com um viés cronológico, sobre a construção e a efetivação da cidadania a partir da conquista de direitos civis, políticos e sociais.

“Segundo Marshall, os direitos civis (correspondentes às liberdades individuais) teriam entrado em pauta no decorrer do século 18, enquanto que os direitos políticos foram ganhando espaço ao longo do século 19, devido aos anseios da população por uma maior participação na política e os direitos sociais (que promoveriam bem-estar ao conjunto da comunidade) foram sendo conquistados no decorrer do século 20.”

Araújo também destaca que, apesar da reflexão de Marshall se pautar mais especificamente na sociedade inglesa, a obra do autor se tornou uma referência para o debate e a compreensão acerca da cidadania. 

Karl Marx

Karl Marx
(Juliana Moreira/Guia do Estudante)

Um dos clássicos da sociologia, estar por dentro dos principais pontos da obra de Karl Marx pode ser de grande importância para o Enem. Segundo o professor do Anglo, o autor em si não costuma ter grande incidência na prova, mas temas referentes ao mundo do trabalho na sociedade capitalista têm sido cobrados com frequência, e as análises feitas pelo pensador alemão continuam tendo grande influência na compreensão do mundo do trabalho e das contradições e desigualdades oriundas do modo de produção capitalista.

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“Para Marx, a burguesia, por ser proprietária dos meios de produção, possui condições e instrumentos que viabilizam a exploração dos trabalhadores assalariados, através da extração da mais-valia, fazendo com que a desigualdade entre essas classes aumentasse. Assim, devido ao aumento da desigualdade na sociedade capitalista contemporânea e as dinâmicas do mundo do trabalho, onde a informalidade e a precarização se intensificam cada vez mais, vale a pena ficar de olho na interpretação sociológica construída pelo sociólogo.”

Theodor Adorno e Max Horkheimer

Theodor Adorno e Max Horkheimer
Theodor Adorno e Max Horkheimer representam a escola de Frankfurt (Pinterest/Divulgação)

Nomes centrais da Escola de Frankfurt, esses pensadores alemães fizeram uma contribuição significativa para os estudos sociológicos dos meios de comunicação e da cultura de massas.

Araújo explica que, no texto “A Indústria Cultural: o Esclarecimento como Mistificação das Massa”, os autores refletem criticamente sobre a massificação da cultura como um elemento de dominação, onde a lógica do capitalismo transforma as manifestações culturais em mercadorias consumíveis e descartáveis. Manifestações culturais essas que são produzidas – daí o conceito de “Indústria Cultural” – para que alcancem um grande público por meio dos meios de comunicação de massa a partir do século 20.

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“Logo, segundo os autores, a Indústria Cultural promoveria alienação, pois distorce a realidade, esvaziando a capacidade crítica do público. Assim, as reflexões de Adorno e Horkheimer contribuíram para a realização de questionamentos críticos sobre essa sociedade midiática e os seus efeitos no campo cultural, que costumam aparecer na prova do Enem”, afirma.

Montesquieu 

Montesquieu
(Juliana Moreira/Guia do Estudante)

Importante pensador do século 18, Montesquieu contribuiu para o processo de descentralização do poder político ao teorizar sobre a divisão dos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, modelo adotado até os dias de hoje em vários países e que já apareceu em diversos vestibulares, inclusive no Enem. Dessa forma, Montesquieu produz uma longa reflexão acerca de aspectos históricos e políticos.

“Em sua obra mais conhecida ‘O Espírito das Leis’ (1748), o pensador defende a necessidade de o poder frear o poder, assim, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são poderes autônomos, mas interdependentes, ou seja, um não se sobrepõe ao outro, mas eles precisam frear qualquer tipo de abuso que venha a ser cometido pelo outro. Cada poder teria as suas funções e os seus papeis: o Legislativo seria responsável pela elaboração das leis, o Executivo governaria conforme as leis criadas pelo Legislativo e o Judiciário aplicaria e julgaria de modo impessoal e de acordo com as leis”, explica o professo.  

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