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Furacão Beryl: o que significa a categoria 5 na escala Saffir-Simpson

Furacão surpreende cientistas pela formação em período atípico e intensidade assustadora

Por Luccas Diaz
Atualizado em 4 jul 2024, 12h14 - Publicado em 3 jul 2024, 19h00
imagem do Furacão Bery feita pela NASA
Imagem do Furacão Bery feita pela NASA (NASA/Matthew Dominick/Reprodução)
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Desde a última sexta-feira (28), um poderoso furacão tem castigado as Antilhas. Também conhecida como Caribe, a região consiste em um enorme arquipélago localizado entre o Mar do Caribe, o Golfo do México e o Oceano Atlântico, compreendendo países como Cuba, Barbados, República Dominicana e Jamaica. O furacão, batizado de Beryl, surpreende os cientistas: além de ser atípico para o período do ano, avançou rapidamente na classificação de intensidade, chegando na categoria 5 em apenas dois dias.

A intensidade do fenômeno deixa um rastro de destruição por onda passa: na Ilha da União, sudoeste do Caribe, destruiu 90% das casas do território ao tocar o solo, em 1º de julho. Até o momento, já houve registros de atividade em Granada, Venezuela e São Vicente e Granadinas, deixando 7 mortos e dezenas de feridos.

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A previsão é que o Beryl avance no sentido oeste pelos próximos dias, passando por Jamaica, Cuba, Cancún, Nicarágua, Honduras, México, e o sul dos Estados Unidos, perdendo força no percurso – acredita-se que chegará ao Texas como uma forte tempestade tropical.

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Furacão, ciclone ou tornado?

A distinção entre os termos refere-se mais a uma questão de localização. De modo geral, o ciclone que se forma sobre o Oceano Atlântico é chamado de furacão, enquanto o que se forma sobre o Oceano Pacífico é conhecido como tufão. Por fim, há o caso dos tornados, que surgem sobre o continente, após o choque de uma massa de ar quente com outra de ar frio – a ventania toma a forma de um cone invertido e sai num turbilhão arrasador com velocidades de até 500 quilômetros por hora.

O que é um furacão

GEO – pag 77-01

Um furacão nada mais é do que uma perturbação atmosférica no centro da qual a pressão é muito baixa, o que provoca ventos circulares com velocidades superiores a 119 km/h. Acontecem em regiões tropicais, sobre mares quentes, e têm grande potencial destruidor quando atingem o continente. Visualmente falando, o turbilhão de ventos tem formato de cone invertido, e começa como um “emaranhado” de nuvens, que vão se juntando em uma forte tempestade. Conforme se amontoam, passam a se movimentar coordenadamente em espirais a partir do seu centro, que é justamente a zona de pressão mais baixa, conhecido como o “olho” do furacão.

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E por que em regiões tropicais? Porque a água quente é a principal fonte de energia para o fenômeno. É necessário que a superfície de água esteja com uma temperatura acima de 27 °C para que, ao evaporar, ela transporte calor e umidade para as camadas mais frias da atmosfera. O movimento faz com que a água se condense em gotículas, formando nuvens e liberando ainda mais calor no ar – o que acelera o processo de evaporação. O ciclo de condensação e aquecimento contínuo inicia a formação de tempestades. Conforme vão se amontoando entre si, passam a deixar a pressão atmosférica da superfície cada vez mais baixa. E é ali que se forma o núcleo do furacão, onde a partir deste centro, as nuvens começarão a girar em alta velocidade, formando um vórtice.

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A Escala de Saffir-Simpson

O que determina o momento em que uma tempestade tropical se torna um furacão é a velocidade dos seus ventos internos: acima de 119 km/h, temos um furacão. Mas para além deste marco, há uma espécie de divisão que categoriza os níveis de intensidade de um furacão. É a chamada Escala de Saffir-Simpson.

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Criada em 1969 pelo engenheiro Herbet Saffir e o meteorologista Robert Simpson, então diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, ela visa facilitar a compreensão da gravidade do fenômeno e auxiliar os governos a se prepararem para diferentes cenários.

A escala, de forma semelhante à Escala Richter, que categoriza a magnitude dos terremotos, divide a intensidade dos furacões em cinco categorias, sendo a primeira a que apresenta o menor perigo, e a última, o maior. Para isso, utiliza principalmente as informações acerca da velocidade dos ventos do furacão, incluindo a pressão central, a altura das ondas e das marés de tempestade.

A escala ficou popular na década de 1970 a partir da disseminação do seu uso entre as agências meteorológicas dos Estados Unidos. O cargo de Simpson no Centro Nacional de Furacões facilitou a adoção oficial da escala pelo instituto – movimento que logo foi imitado em outros centros atmosféricos ao redor do continente. Paralelamente, a mídia também abraçou a escala para facilitar a compreensão de informes sobre a intensidade e os possíveis danos causados pelos furacões.

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Em pouco tempo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) adotou e passou a recomendar o uso da escala, defendendo a padronização das classificações de furacões em todo o globo. Anos depois, em furacões como o Andrew, em 1992, e o Katrina, em 2005, a escala já estava popularizada o suficiente para facilitar a compreensão de todos a partir da intensidade dos eventos.

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Categorias da Escala de Saffir-Simpson

Categoria 1 – Danos mínimos: ventos entre 119 e 153 km/h. Pode haver quedas de árvores pontuais e danos a telhados soltos, além de pequenas inundações;

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Categoria 2 – Danos moderados: ventos de 154 a 177 km/h. Pode haver quedas de árvores e danos a telhados e estruturas mal construídas, além de inundações;

Categoria 3 – Danos extensivos: ventos de 178 a 209 km/h. Pode haver árvores arrancadas do chão, danos significativos em edifícios pequenos, inundações extensas e danos a infraestruturas de regiões costeiras;

Categoria 4 – Danos severos: ventos de 210 a 249 km/h. Pode haver árvores de grande porte arrancadas do chão, destruição de edifícios pequenos ou mal construídos, grandes inundações, e danos significativos à infraestrutura. Deve haver evacuação das residências de até 10 km da costa;

Categoria 5 – Danos catastróficos: ventos acima de 249 km/h. Pode haver perda da maior parte das árvores, destruição total de edifícios pequenos e danos severos a edifícios grandes, além de inundações devastadores e destruição de infraestrutura. Deve haver evacuação total em um raio de 16 km da costa.

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