O influenciador Felipe Neto, 36, anunciou na última semana a primeira obra do seu novo clube do livro. “Fahrenheit 451“, do estadunidense Ray Bradbury (1920-2012) é o romance estreante do projeto do influenciador, que promove uma leitura coletiva ao longo de 30 dias. A escolha da obra teve efeito quase que instantâneo no mercado: o livro alcançou o topo da lista de mais vendidos da Amazon Brasil já nos dias seguintes. Segundo informações do jornal O Globo, a procura pela edição indicada pelo influenciador teve um aumento de 72.500%.
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O “Clube do Livro FN” é aberto a todos, por meio do perfil @clubedolivrofn no Instagram. No entanto, aqueles que optarem por assinar o serviço (R$62 no plano mensal, R$499 no anual) têm acesso a conteúdos exclusivos relacionados à obra, como videoaulas, dicas de influenciadores literários e um fórum de leitores. No final do mês, Neto fará uma live aberta em suas redes para debater o livro.
“O principal [motivo da escolha] foi o fato do livro falar sobre a importância da literatura em si, de uma maneira incrível e que agrada do público adolescente ao adulto. A obra de Ray Bradbury é atemporal e permitiu que a gente criasse uma série de conteúdos fantásticos”, escreveu o influenciador.
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Sobre o que fala “Fahrenheit 451”
A escolha de “Fahrenheit 451” é pertinente. Especialmente se tratando do influenciador Felipe Neto. Publicado pela primeira vez como romance em 1953, o livro desafia o conceito de “distopia” como um gênero literário que retrata uma sociedade imaginária. Um dos elementos mais absurdos e notáveis do enredo, que trouxe fama à obra, é o fato de, no universo da narrativa, os livros serem todos queimados, sem hesitação, uma vez que são considerados perigosos e ameaçadores à ordem. E, infelizmente, essa história já se repetiu no mundo real – e continua a se repetir – mais vezes do que muitos imaginam.
Assim, em “Fahrenheit 451”, os livros são proibidos, e as pessoas passam a maior parte do tempo penduradas em telefones ou em frente a telas de televisão. Nesse futuro distópico, a América se tornou uma terra “anti-intelectual” e o casal protagonista, Guy e Mildred Montag, são o perfeito exemplo dessa alienação. Guy, assim como foi seu pai e seu avô, é um “bombeiro”, isto é, faz parte da liga de profissionais responsáveis por queimar os livros. No tempo livre, ao lado de Mildred, assiste a programas bobos, que “emburrecem” a população, preocupando-se apenas com frivolidades e se ausentando de qualquer reflexão ou questionamento mais profundo.
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Essa rotina – vista como o “curso natural” das coisas – começa a mudar quando Clarisse McCleallan, jovem vizinha do casal que sonha em ser professora, começa a despertar reflexões existenciais no protagonista: qual é o sentido da vida? Por que cada um faz o que faz?
Na resenha completa de “Fahrenheit 451”, o GUIA DO ESTUDANTE explica como a queima de livros foi vista ao longo da História, o que significa o título da obra, e como a distopia conversa com o momento atual da humanidade.
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