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“Lira dos Vinte Anos”: resumo da obra de Álvares de Azevedo

O maior dos ultrarromânticos brasileiros, o poeta foi influenciado por Lord Byron, e escreveu sobre morte, tédio e amores impossíveis.

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 2 Maio 2023, 13h06 - Publicado em 2 Maio 2023, 13h05

A obra e a figura de Álvares de Azevedo (1826-1864) ficaram na história da literatura brasileira como o exemplo mais bem-acabado do chamado Ultra-Romantismo. Em seu livro “Lira dos Vinte Anos“, reunião de poemas publicados postumamente (como aliás toda sua obra o foi) em 1853, encontra-se a produção mais extraordinária do seu grupo no Brasil.

Nos anos de 1840 e 1850, a influência do inglês Lord Byron e do francês Alfred de Musset foi decisiva para uma geração de poetas em todo o mundo. Temas como a morte, o tédio da vida, os amores inalcançáveis (fruto de devaneios), a melancolia profunda, o erotismo e a auto-ironia marcam autores que morrem muito cedo. Além do paulista Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu (1839-1860), Junqueira Freire (1832-1855) e Laurindo Rabelo (1826-1864) faziam parte dos ultrarromânticos, também conhecidos como poetas do “mal-do-século”, do byronismo, a chamada Segunda Geração do Romantismo.

No prefácio da primeira parte de “Lira dos Vinte Anos”, que se divide em três, fica evidente a sensibilidade extrema do autor:

“E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, (…), ó meus amigos, recebei-a no peito e amai-a como o consolo, que foi, de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor ” esses dois raios luminosos do coração de Deus”.

Nesta e na terceira parte, predominam as referências à religião, às formas femininas, ao sonho, à adolescência, à família e, claro, à morte. Veja-se o exemplo de Adeus, Meus Sonhos!:

“Misérrimo! votei meus pobres dias/
À sina doida de um amor sem fruto…/
E minh’alma na treva agora dorme/
Como um olhar que a morte envolve em luto.(…)”.

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Na segunda parte, tem-se uma mudança de tom. O erotismo e o satanismo inserem-se nos versos desta parte, em cujo prefácio Álvares de Azevedo chama a atenção para dois personagens de Shakespeare, da peça “A Tempestade”: “Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban”. Ariel representa o bem, o equilíbrio; Caliban, o mal. Essa atmosfera está em Idéias Íntimas:

“Parece que chorei… Sinto na face/
Uma perdida lágrima rolando…/
Satã leve a tristeza!/
Olá, meu pagem,/
Derrama no meu copo as gotas últimas/
Dessa garrafa negra…/
Eia! bebamos!”.

A obra de Álvares de Azevedo tem sido uma fonte rica para a crítica e até mesmo para a psicanálise. Mario de Andrade chegou a analisá-lo em um ensaio para concluir “por intermédio da obra” que o poeta era homossexual. Limitando-se à avaliação da construção literária desse talentoso autor, em quem Machado de Assis viu um futuro promissor, é certo que Lira dos Vinte Anos sustenta-se como um dos pontos altos do Romantismo brasileiro.

O poeta, participante dos meios acadêmicos de São Paulo, bacharelado em letras aos 16 anos, morreu aos 21, vítima de um acidente ao andar a cavalo. Segundo alguns biógrafos, sofreu fisicamente por cinqüenta dias. Escreveu também Poema do Frade, Conde Lopo, Noite na Taverna (contos) e a peça Macário.

Obras do autor:

 

Esse texto faz parte do especial “100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira”, publicado em 2009 pela revista Bravo!

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“Lira dos Vinte Anos”: resumo da obra de Álvares de Azevedo
O maior dos ultrarromânticos brasileiros, o poeta foi influenciado por Lord Byron, e escreveu sobre morte, tédio e amores impossíveis.

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