Metrificação na poesia: como fazer a contagem de sílabas poéticas?
Confira quais são os tipos possíveis de classificação e como o tema pode aparecer nas suas provas

Alguém já te contou que a poesia também tem um pouco de matemática? Calma, não precisa fugir! A metrificação poética, apesar do nome técnico, é uma ferramenta que ajuda a entender o ritmo e a sonoridade dos versos. E, sim, pode aparecer na prova de vestibular.
Em resumo, a metrificação nada mais é do que a contagem das sílabas poéticas de um verso. Mas, diferentemente da contagem gramatical comum, na poesia esse processo segue regras específicas que valorizam a musicalidade da escrita.
“Nestes textos, encontramos a sonoridade como característica que é a base para a construção de recursos poéticos”, explica Vinicius Teixeira, professor de literatura do Colégio Oficina do Estudante.
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Afinal, como contar as sílabas poéticas?
Na poesia, a contagem de sílabas vai apenas até a última sílaba tônica do verso. O que vem depois dela é ignorado. Por exemplo, se o verso termina em “floresta”, você conta até “res”, que é a tônica, e para ali.
Além disso, as sílabas poéticas nem sempre batem com as sílabas gramaticais. “Em alguns momentos, para manter a regularidade do texto poético, ocorrerá a elisão, que consiste na união de vogais finais e iniciais das palavras para formar uma única sílaba métrica.”
Por fim, quando há o mesmo número de sílabas poéticas, diz-se que os versos são regulares.
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Quais são os tipos mais comuns?
Ao longo da história da poesia em Língua Portuguesa, alguns padrões métricos se destacaram. Os principais são:
- Redondilha menor: 5 sílabas poéticas
- Redondilha maior: 7 sílabas poéticas
- Decassílabo: 10 sílabas poéticas
- Alexandrino ou dodecassílabo: 12 sílabas poéticas
Esses chamados metros ajudam a organizar o ritmo do poema, e dizem muito sobre a época e o estilo do escritor.
“A identificação de padrões de metrificação pode aparecer nas questões para que os estudantes analisem as características que compõem a obra de um autor e até a tendência de um determinado período”, destaca o professor. “Na Idade Média, eram utilizadas as redondilhas, que ficaram conhecidas como medida velha. Depois, surgiu o verso decassílabo, que passou a ser entendido como medida nova.”
Com o tempo, esse padrão foi sendo transformado. No século 20, os poetas modernistas da primeira geração, por exemplo, romperam com a regularidade métrica e passaram a explorar os chamados versos livres, que não seguem uma contagem fixa de sílabas.
Por que isso cai no vestibular?
Questões sobre metrificação não estão ali só pra testar se você sabe contar sílabas. Elas ajudam a avaliar se você consegue reconhecer a estrutura formal do poema, entender sua função estética e relacioná-la ao contexto histórico-literário.
Então, ao encarar um poema na prova, vale lembrar de alguns passos práticos:
- Conte as sílabas poéticas até a última tônica;
- Observe se há um padrão de repetição;
- Identifique recursos como elisão;
- Relacione o tipo de verso ao estilo e à época.
Pode parecer só “continha”, mas a metrificação revela muito mais do que números, ela é uma das chaves para entender como o poema funciona por dentro. E, claro, pode garantir pontos valiosos na sua prova.
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