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“O Cristo Cigano”: resumo e análise da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen

A autora usa 12 poemas para narrar uma história de paixão, amor e morte

Por Ludimila Ferreira
29 jun 2025, 15h00
O Cristo Cigano Guia do Estudante/Editora Companhia das Letras/Wikimedia Commons/Manuel Francisco Álvarez Ruiz/Canva
 (Guia do Estudante/Editora Companhia das Letras/Wikimedia Commons/Manuel Francisco Álvarez Ruiz/Canva/Reprodução)
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Leitura obrigatória da Fuvest 2026, o vestibular da USP (Universidade de São Paulo), “O Cristo Cigano” é um livro de poesias de Sophia de Mello Breyner Andresen, autora portuguesa, publicado em 1961. A obra foi baseada numa história contada a Sophia por João Cabral de Melo Neto, brasileiro conhecido por ter escrito “Morte e vida Severina”.

Apesar de se tratar de um livro de poemas, a obra narra uma história, como se fosse uma prosa, e por isso precisa ser lida na ordem em que é apresentada ao leitor. Essa é a história de um cigano que foi morto para que um escultor pudesse usar sua imagem de inspiração em uma peça de Cristo.

O GUIA DO ESTUDANTE traz abaixo um resumo da obra, além de uma análise dos principais aspectos da narrativa. Para isso, contamos com a ajuda de Maria Clara Martho, professora de Literatura e de Redação do Poliedro Curso SP. Confira!

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A história de O Cristo Cigano

O livro “O Cristo Cigano” se divide em doze poemas. O primeiro deles, como num prefácio, faz uma homenagem a João Cabral de Melo Neto e sua “palavra faca”. De acordo com a professora, é uma alusão à precisão da escrita do autor. Os demais poemas, numerados de um a onze, contam uma história, baseada na lenda do Cristo Cachorro, imagem religiosa exposta na Basílica do Santíssimo Cristo da Expiração, em Sevilha.

De acordo com a lenda (El Cachorro), um escultor é contratado pela Igreja Católica para criar uma peça que represente Jesus Cristo em agonia na cruz, porém, o profissional não consegue criar a escultura sem um modelo. Para isso, ele precisa ver alguém morrendo. Ele fica em dúvida sobre esperar que alguém morra naturalmente ou assassinar um homem para entregar a peça no prazo.

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Com a decisão de matar, ele aguarda o melhor candidato aparecer. É quando avista um cigano se banhando no rio. Extasiado com a beleza do homem, o escultor se aproxima. O poema “O amor” mostra que ele também se apaixona. O artista se deleita com esta aproximação física, mas sem se esquecer do objetivo final: matá-lo.

O escultor leva o cigano para sua casa, onde eles passam a noite juntos, e na madrugada, em um só golpe com uma faca, o cigano morre. Então, na face do homem em agonia, o escultor consegue enxergar a face de Cristo.

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O narrador de O Cristo Cigano

A professora enfatiza que, por mais que conte uma história, o livro “O Cristo Cigano” não segue a mesma lógica de obras em prosa, como romances ou contos.

“Por ser escrita em versos, não se fala em “narrador”, mas sim em “eu-lírico”. Esse eu-lírico às vezes observa as ações, de forma distanciada, às vezes confunde-se à voz do próprio escultor”, explica Maria Clara Martho.

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O tempo da obra

A narrativa se passa na primavera, como pode ser lido na primeira poesia da obra intitulada “O escultor e a tarde”. Além disso, os poemas oscilam entre o tempo verbal presente e passado.

“Sobre os versos, a métrica e a presença ou não de um esquema de rimas varia conforme o poema, sendo necessário que o estudante esteja atento a esses fatores e saiba contar sílabas poéticas.”, explica Martho.

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Os personagens de O Cristo Cigano

Os únicos personagens da obra são o Escultor e o Cigano.

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As mensagens do livro

De acordo com Maria Clara Martho, não há uma mensagem única na obra, mas a mais presente é o conflito entre a vida e a morte. Além disso, também há o uso da metalinguagem durante toda a narrativa.

Na obra, os versos comentam o próprio fazer artístico, simbolizado o escultor e sua busca por esculpir um Cristo perfeito.

Essa mensagem fica evidente na imagem da “faca”, que aparece no poema inicial e ressurge nos textos seguintes, representando, ao mesmo tempo, a palavra e o objeto cortante.

“Uma das características da poesia é sua multiplicidade de sentidos, devido ao uso figurado da linguagem.”, conclui a professora.

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A autora

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto, em Portugal, no ano de 1919. Sua obra inclui poemas, contos, livros infantis e ensaios.

A autora recebeu diversos prêmios e honrarias como o título Honoris Causa, em 1998, pela Universidade de Aveiro, o Prêmio Camões (1999), o Prêmio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em Lisboa, no dia 2 de julho de 2004.

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