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“Opúsculo Humanitário”: resumo e análise da obra de Nísia Floresta

Tudo o que você precisa saber sobre a obra desta feminista pioneira que está na lista de leituras obrigatórios do vestibular da USP

Por Redação
Atualizado em 8 jul 2025, 15h11 - Publicado em 24 fev 2025, 19h00
Montagem com ilustração de Nísia Floresta e a capa do livro Opúsculo Humanitário
"Opúsculo Humanitário" está presente na lista 100% feminina de leituras obrigatórias da Fuvest 2026 (Wikimedia Commons/Companhia das Letras/Guia do Estudante)
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Opúsculo Humanitário“, de Nísia Floresta, foi uma das obras incluídas na lista de obras de leitura obrigatória da Fuvest 2026 – que conta apenas com mulheres como autoras.  Isso, por si só, já é motivo para colocar a leitura do livro na rotina, mas a obra vai além e gera reflexões para a formação como cidadão, abordando a condição da mulher no Brasil do século 19 e o papel crucial da educação na luta por igualdade de direitos.

Publicado em 1853, “Opúsculo Humanitário” é um marco na literatura feminista brasileira. Escrito por Nísia Floresta, uma das pioneiras do movimento, a obra é composta por 62 ensaios que discutem a opressão feminina e propõem a educação como caminho para a emancipação das mulheres.

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Apesar de Nísia ser frequentemente referida como “a primeira feminista do Brasil” é importante localizá-la no tempo. Como uma mulher do século 19, ela defendia valores estranhos ao movimento nos dias de hoje, como a importância do casamento. Tudo isso, no entanto, não minimiza sua contribuição e luta por uma sociedade mais igualitária – seja para mulheres, pessoas negras ou povos originários.

Abaixo, conheça melhor o livro e as temáticas defendidas por Nísia Floresta.

A estrutura de “Opúsculo humanitário”

A obra reúne uma série de 62 ensaios escritos por Nísia, que, em grande parte, já haviam sido publicados anteriormente em periódicos como o Diário do Rio de Janeiro e O Liberal. A obra tem como principal foco a condição das mulheres na sociedade brasileira e a importância da educação para superar as desigualdades sociais que as limitavam.

Nísia critica a educação restrita e voltada para o trabalho doméstico, propondo uma reformulação do sistema educacional que permitisse que as mulheres assumissem papéis mais ativos na sociedade. Ela argumenta que a educação não apenas desenvolve o intelecto delas, mas é a chave para o seu fortalecimento como cidadãs, profissionais e, principalmente, como agentes transformadores da sociedade.

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Para convencer o leitor deste ponto de vista, Nísia organiza os ensaios a partir de uma linha de raciocínio que resgata o papel da mulher em diferentes sociedades ao longo da história. Discute, por exemplo, a política na Grécia Antiga e o protagonismo masculino. Também aborda questões morais que remontam há séculos passados e que contribuíram para a visão das mulheres como inferiores.

Conforme o livro avança, explora como outros países a exemplo da Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos tratavam a temática da educação para mulheres.

Considerando que a Fuvest nunca cobrou antes um livro de ensaios, vale a pena o estudante atentar-se ao formato. Embora os artigos sejam independentes entre si, eles constroem, aos poucos, um quadro – e, ao fim, devem convencer o leitor a apoiar a tese da autora. Ou seja, você pode imaginar “Opúsculo Humanitário” como uma grande dissertação.

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Os temas de “Opúsculo humanitário”

A igualdade de gênero

Ao longo de seus textos, Nísia defende que a igualdade de gênero não pode ser alcançada sem a educação plena das mulheres, argumentando que seu papel na sociedade seria transformado a partir da superação das limitações impostas pelo ensino restrito. Em um contexto histórico em que as mulheres eram marginalizadas, o livro se destaca como uma espécie de cobrança por mais liberdade e direitos, refletindo o pensamento progressista da autora. 

Para Nísia, a educação é ponto de partida para que as mulheres possam alcançar igualdade de oportunidades, especialmente em relação à participação ativa nas questões públicas e sociais.

Para ela, a condição inferior das mulheres não era algo natural, mas uma construção social que poderia ser desfeita por meio da educação e da conscientização.

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Ampla justiça social

Embora o foco seja a educação feminina, Nísia também se posiciona como uma defensora de uma visão mais ampla de justiça social. Em seus textos, ela aborda a situação dos negros e dos povos indígenas, sendo uma das primeiras intelectuais a denunciar as injustiças sociais e raciais do Brasil.

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Sua luta pela igualdade de direitos e pelo fim da opressão se estendia a todas as camadas marginalizadas da sociedade.

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A atualidade de “Opúsculo Humanitário”

A obra continua a ser um marco importante na literatura brasileira e um texto fundamental para a compreensão da história do feminismo no Brasil. A recente inclusão de “Opúsculo Humanitário” na lista de leituras obrigatórias da Fuvest demonstra o reconhecimento crescente da importância dessa obra na formação de uma consciência crítica sobre as questões de gênero e direitos humanos.

Em 2019, o Senado Federal lançou uma nova edição da obra, parte da Coleção Escritoras do Brasil, com correções ortográficas e notas explicativas, mantendo o conteúdo original.

Em 2024, uma nova edição revista e ampliada foi lançada, garantindo ainda mais acesso à obra para estudantes e leitores em geral.

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Quem foi Nísia Floresta? Vida e legado

Nísia Floresta Brasileira Augusta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto) nasceu no Rio Grande do Norte em 1810 e faleceu em 1885, na França. Foi educadora, escritora, poetisa e militante feminista. Escreveu em diferentes gêneros como poesia, ensaio e relato. Aos 28 anos, fundou no Rio de Janeiro um colégio para meninas com propostas pedagógicas inovadoras para a época, oferecendo uma educação similar à dos meninos, o que era revolucionário para o contexto social do século 19.

Ela foi uma das primeiras mulheres a romper os limites da sociedade patriarcal, não apenas ao dirigir instituições educacionais, mas também ao escrever e publicar em jornais da época, sendo uma das primeiras mulheres a se destacar no cenário intelectual brasileiro. Nísia também foi uma defensora das causas abolicionistas e republicanas, tornando-se uma figura crucial para o movimento feminista e pela igualdade social.

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Opúsculo humanitário

Capa do livro "Opúsculo humanitário", de Nísia Teixeira

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