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Veja a trajetória dos conflitos entre as Farc e o governo da Colômbia

Plebiscito deste domingo (2) rejeitou acordo que poria fim definitivo à guerra que dura mais de 50 anos

Por da redação, com informações da Agência Brasil
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h50 - Publicado em 3 out 2016, 16h41

Neste domingo (2), a população da Colômbia decidiu por rejeitar o acordo de paz assinado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O plebiscito respondeu à pergunta “Você apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”, em que o “não” venceu com 50,21% dos votos, de um total de 13 milhões.

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População comemora resultado do plebiscito (Getty Images)

O acordo foi assinado em 26 de setembro último, após quatro anos de negociações, em uma guerra que já dura mais de 50 anos. Nos termos, os 7 mil guerrilheiros entregariam suas armas em um prazo de seis meses e seriam incorporados à vida civil, com direito a formar seu próprio partido político e disputar eleições. Outro item é a previsão de uma anistia, apenas para os que não cometeram crimes contra a humanidade.

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No entanto, entre os itens mais polêmicos, que podem ter levado ao resultado observado, foi a proposta de que o grupo guerrilheiro, que se transformaria em partido político com o acordo, receberia cinco cadeiras no Senado e mais cinco na Câmara nos dois próximos ciclos legislativos.

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O presidente Juan Manuel Santos reafirmou que buscará um novo acordo de paz que atenda às exigências de quem votou pelo “não”. O líder das Farc, Rodrigo Lodoño, também se comprometeu nesse sentido. Já o ex-presidente Álvaro Uribe, que fez campanha pelo “não”, afirmou que “é fundamental que, em nome da paz, não se coloque em risco os valores que a tornam possível. […] Deve haver justiça, e não simplesmente uma revogação das instituições”, disse, argumentando sobre as condições para um novo acordo.

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Desde que as Farc foram criadas, no começo dos anos 1960, estima-se que o conflito com Bogotá tenha deixado mais de 220 mil mortos, quase 50 mil desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados. Relembre, em fatos, a trajetória da guerra.

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(Getty Images)

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1964 – Após um ataque militar, é criado oficialmente o grupo guerrilheiro. De orientação marxista, seus militantes defendiam a implementação de um Estado socialista e da reforma agrária.

1978 – É instituído o Secretariado, organizando ainda mais a direção das Farc e abrindo caminho para um crescimento sem precedentes nos anos seguintes. Até os anos 1980, o grupo cresce de forma relativamente lenta, contando com cerca de mil homens. A partir desta década, no entanto, o grupo cresce muito, tornando-se uma das maiores ameaças ao governo, especialmente após seu envolvimento com o narcotráfico para poder financiar suas atividades. O grupo vai perdendo popularidade, no entanto, especialmente após uma onda de sequestros, extorsões, torturas e atentados, que deixaram milhares de civis mortos.

1990 – Morre Jacobo Arenas, de causas naturais. Ele era considerado o principal líder e idealizador do grupo. As Farc continuam a crescer com as atividades ilegais.

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2000 – O governo dos Estados Unidos envia bilhões de dólares para financiar operações contra o narcotráfico e as ações insurgentes no chamado Plano Colômbia. A ação ajuda a enfraquecer o grupo e resulta na morte de diversos de seus comandantes.

2008 – As Farc, que costumavam sequestrar fazendeiros, políticos e soldados, que algumas vezes chegavam a ficar presos por anos, liberta a ex-candidata a Presidência Ingrid Betancourt, meses após sua ex-aliada Clara Rojas, que teve um filho durante o cativeiro. O menino, chamado Emmanuel, permaneceu desaparecido por anos, após ser entregue a camponeses. Neste mesmo ano morre Raúl Reyes, número dois do grupo, em ação das tropas colombianas no Equador. Meses mais tarde, morre o líder histórico Manuel Marulanda, conhecido como Tirofijo, após um infarto. Ele é substituído por Alfonso Cano.

2012 – O presidente Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa, confirma o início das negociações de paz em Havana sob o intermédio de Cuba e Noruega. Morte de líderes e avanços do Exército haviam enfraquecido o grupo.

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(Getty Images)

2013 – Santos ameaça deixar as negociações se não forem apresentados avanços nas conversas. Seis meses após o início dos diálogos, partes envolvidas anunciam acordo sobre primeiro ponto da agenda: a política de desenvolvimento agrário. Até o final do ano, o segundo ponto – a participação política dos membros das Farc -, também seria acordado. Em agosto, pela primeira vez as Farc admitem que, ao longo do conflito, foram deixadas vítimas e pedem a criação de uma Comissão da Verdade sobre os crimes de lesa humanidade cometidos.

2015 – O governo de Bogotá e as Farc anunciam, no final do ano, um acordo sobre a espinhosa questão das consequências judiciais do conflito, o que abre caminho para colocar um fim definitivo ao caso. A questão era um dos principais entraves das negociações de paz entre os dois lados e um acordo é anunciado para o dia 23 de março, seis meses mais tarde.

2016 – Acordo previsto para março é postergado indefinidamente. Meses mais tarde, no entanto, Santos fala em uma nova data, até 20 de julho, que novamente não é respeitada. Em 23 de agosto, as autoridades de Bogotá e os guerrilheiros concluem as negociações de paz, após mais de três anos de conversas. Dias mais tarde tem início cessar-fogo bilateral, algo que não acontecia desde 1984. Assinatura de acordo marcada para 26 de setembro em Cartagena das Índias em cerimônia que contou com a presença de diversos líderes da região.

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