PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Sites educacionais coletaram dados de alunos para anúncios, diz relatório

Denúncia é da Human Rights Watch, organização internacional em defesa dos Direitos Humanos. Plataformas negam

Por Luccas Diaz
Atualizado em 5 abr 2023, 10h55 - Publicado em 4 abr 2023, 18h44
Mulher mexendo no teclado do computador
 (Antonio Guillem/iStock)
Continua após publicidade

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) afirma que sete sites educacionais brasileiros, entre eles o do curso online Descomplica e as plataformas das secretarias de Educação do estado de São Paulo e Minas Gerais, coletaram e repassaram dados de estudantes a empresas de publicidade. A denuncia, publicada na última segunda (3), investigou a ação do sites nos dois estados brasileiros entre novembro de 2022 e janeiro deste ano. Os denunciados são:

  • Centro de Mídias da Educação de São Paulo;
  • Descomplica;
  • Escola Mais;
  • Estude em Casa (atual Se Liga na Educação);
  • Explicaê;
  • MangaHigh;
  • Stoodi.

O portal Estude em Casa, que atualmente se chama Se Liga na Educação, pertence ao governo de Minas Gerais, enquanto o Centro de Mídias da Educação de São Paulo é do governo paulista. As plataformas foram utilizadas pelos gestores estaduais durante a pandemia da covid-19, quando as escolas estavam fechadas.

De acordo com o relatório, os sete sites educacionais coletaram dados de seus usuários a fim de repassar a empresas terceirizadas responsáveis por direcionar anúncios personalizados aos estudantes. O rastreio aconteceria não somente dentro dos ambientes virtuais das plataformas, mas durante toda a navegação destes usuários na internet, coletando dados sobre os seus interesses e comportamentos digitais – até mesmo onde o usuário clicava.

+ Qual é o impacto da Lei Geral de Proteção de Dados na vida das pessoas

Continua após a publicidade

Segundo a pesquisadora de direitos das crianças e tecnologia da HRW, Hye Jung Han, “essas informações podem ser analisadas para adivinhar as características e interesses pessoais de uma criança e prever o que ela pode fazer a seguir e como pode ser influenciada”. Alguns sites chegavam, inclusive, a coletar informações pessoais inseridas em formulários, como nome, número de telefone, endereço e e-mail, antes mesmo do estudante clicar em “enviar”. Em cinco dos setes sites, utilizava-se métodos de rastreamento intrusivos, impossíveis de serem identificados ou evitados.

O relatório enfatiza que ao coletar e repassar dados de jovens estudantes a empresas de publicidade estas edtechs e governos expuseram, inadequadamente, informações sensíveis de menores de idades. Violando, assim, a privacidade e segurança de usuários em um ambiente dedicado ao aprendizado.

De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, o tratamento de dados de crianças e adolescentes deve ser usado almejando somente o “melhor interesse” desse público. Em entrevista ao G1, Chiara de Teffé, professora de Direito Civil e Tecnologia do Ibmec do Rio de Janeiro, explica que o termo traduz um princípio internacionalmente adotado, que institui que dados de crianças e adolescentes devem ser tratados com prioridade absoluta, sendo obrigatória a existência de proteções mais amplas e um termo de consentimento do titular.

Continua após a publicidade

“Isso [o uso de dados para publicidade] tinha que ter ficado muito claro nas políticas das plataforma, tinham que ter coletado um consentimento específico dos pais […]”, afirma.  Segundo ela, há leis que tratam do tema, mas há pouca fiscalização.

O que dizem as empresas

Em 24 de março, após contato da HRW, a Secretaria de Educação de Minas Gerais declarou que removeu “todo o rastreamento de anúncios do Estude em Casa”, mas negou que colete ou repasse dados sensíveis de seus usuários.

Segundo a organização internacional, a plataforma do governo de São Paulo não respondeu ao contato por quatro vezes. Já em nota enviada à imprensa, o Centro de Mídias da Educação de São Paulo garante que a plataforma “possui tratamento de dados reduzido somente ao necessário para prover a finalidade educacional pretendida”.

Busca de Cursos

Continua após a publicidade

Em comunicados à imprensa, representantes da Descomplica, Stoodi e Escola Mais também negaram o uso de dados no repasse para empresas de anúncios personalizados. A Descomplica garantiu que age de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados e relata não ter tido acesso à íntegra da pesquisa, como também aos fundamentos para as alegações.

A Explicaê disse que a coleta de dados é feita para personalizar a experiência de usuários, mas somente os maiores de 18 anos, em prol de receber anúncios personalizados de acordo com seu perfil de consumo. Ainda assim, a empresa garante que não comercializa as informações para terceiros, “seja ele menor de idade, ou não”.

Compartilhe essa matéria via:

 Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso PASSEI! do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.

Publicidade

Sites educacionais coletaram dados de alunos para anúncios, diz relatório
Notícia
Sites educacionais coletaram dados de alunos para anúncios, diz relatório
Denúncia é da Human Rights Watch, organização internacional em defesa dos Direitos Humanos. Plataformas negam

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

Apenas R$ 5,99/mês*

BLACK
FRIDAY
Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.