O que faço após Comunicação Social: mestrado ou outra graduação?

Eu formei em Comunicação Social em 2013 e vi que a remuneração é baixa e a carga horária é alta. Gosto de estudar, por isso penso em fazer mestrado na área em uma universidade no exterior e seguir carreira acadêmica, mas os concursos para professores apenas contemplam aqueles com doutorado (então seriam uns seis anos de estudo a mais). Também penso em fazer outra graduação (estou em dúvida entre Veterinária e Engenharia). Mas ainda teria uns seis anos de estudo pela frente, terminando um curso com quase 30 anos! Por fim, existem concursos públicos. Apesar de não me ver trabalhando em uma instituição pública, eu me identifico com as carreiras militares. O que importa neste momento é conciliar satisfação pessoal e retorno financeiro. Qual sua orientação?
Enviado por Clarissa

Não há legislação que exija a realização de pós-graduação para que alguém possa lecionar no ensino superior. Legalmente, basta que uma pessoa se gradue para exercer tal função. Há uma extensa discussão sobre o tema, que envolve indicadores de qualidade e interesses e possibilidades econômicas de instituições privadas de ensino superior na contratação de seu corpo docente.

Legalmente, as instituições de ensino superior têm que contar com 25% de mestres e doutores em seus quadros de professores (podendo os outros 75% serem apenas graduados ou portadores de título de especialista). Na prática o que se observa é que as instituições públicas (federais, estaduais e municipais) optam por inserir uma cláusula em seus concursos que determina a exigência mínima de doutorado, abrindo novas etapas em que se aceita mestres e até graduados caso não haja candidatos adequados ao perfil da vaga ou na eventualidade de carência de doutores na localidade da unidade do curso.

Como em geral a contratação de graduados permite menor remuneração em relação a titulados (em função de planos de carreira institucionais), as instituições privadas contratam em bom número de professores graduados, em geral em processo de estudos para a conquista de titulação de mestre.

Diante dessa realidade, você pode vislumbrar o alcance da carreira acadêmica por etapas: pode ingressar em um mestrado e pleitear vagas no ensino privado. Concluído o mestrado, já trabalhando (se selecionada), pode avançar para o doutorado e para a produção de pesquisas, artigos científicos, condução de atividades de extensão (organização de simpósios e seminários ou participação de atividades que integrem a universidade à comunidade em que está inserida, por exemplo), eventos estes também importantes nos concursos realizados pelas instituições públicas. Na verdade este é o caminho trilhado pela maioria dos professores de nível superior.

A alternativa de partir para outra graduação (e as citadas em sua pergunta estão muito distantes de sua formação original) precisaria ser refletida de forma mais abrangente. Considere por exemplo que novos obstáculos poderão surgir também em relação a sua colocação no novo mercado. Em princípio a questão da idade não seria esse obstáculo, mas seria importante que você pesquisasse bem as características dessas profissões e o mercado regional onde você mora, bem como o “grau de satisfação” que o cotidiano do trabalho poderia lhe oferecer. Considere ainda que o mercado varia ao longo do tempo e que projeções de vagas e remuneração podem se alterar no período em que estiver em formação.

O ingresso na carreira militar ocorre por concurso público e oferece diferentes possibilidades, desde a formação em escolas próprias às corporações até a complementação da formação original em cursos específicos. Diante da variada natureza, faça uma pesquisa nos sites das três armas (marinha exército e aeronáutica) bem como nos das polícias federal e militares estaduais.

Desdobre estas informações em pesquisas para que, depois do maior número de informações refletir sobre que alternativas poderiam melhor responder a seus anseios. Ao final você terá que realizar uma escolha – que de toda forma sempre envolve riscos – que deverá ser compreendida como um “projeto” pessoal e profissional; como todo projeto, ele estará sujeito a correções de rumo e retificações.

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