6 possíveis temas de redação da Fuvest 2026
Chegou a hora de lapidar a preparação e treinar para essa etapa da prova de forma mais assertiva
Se preparar para a redação da Fuvest, vestibular da USP (Universidade de São Paulo), vai muito além de apenas treinar a escrita. É preciso entender o estilo da prova, saber o tipo de recorte que a banca costuma fazer e aprofundar seu repertório cultural. Para completar, a fundação anunciou uma mudança significativa no formato da redação este ano, que passa a contar com diferentes gêneros – como acontece na Unicamp.
Já se tratando do tema, a prova costuma propor aos candidatos uma reflexão acerca do funcionamento da sociedade contemporânea.
“A partir de temas, muitas vezes, abstrato, como o ‘riso’ ou a ‘solidariedade’, as propostas apontam fenômenos sociais e convidam o estudante a questionar e problematizar alguns comportamentos e mentalidades que permeiam o senso comum”, explica Maria Clara Martho, professora de Literatura e de Redação do Poliedro Curso SP.
Ao mesmo tempo, a Fuvest aborda temáticas que exigem reflexão crítica sobre questões contemporâneas, com base em valores sociais, éticos e culturais – tudo sem cair em polêmicas extremas.
Assim, mais importante do que “acertar” o tema, é entender algumas tendências da sociedade atual que possam tanto guiar a banca na escolha da proposta quanto auxiliar o candidato a compreender melhor o contexto social em que está inserido.
Por isso, o GUIA DO ESTUDANTE conversou também com Daniela Toffoli, professora de Redação do Curso Anglo, e Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, e reuniu seis temas que poderiam ser cobrados.
Vale destacar: “ainda que tenha havido uma mudança significativa em sua prova pois, a partir de agora, a Fuvest passa a dar a opção da produção de um texto de gênero narrativo, não houve alterações no que tange à composição de coletânea e nem de temas”, explica a professora do Curso Anglo.
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1. Big techs e seu impacto na democracia
Em 2024, a rede social X (antigo Twitter) foi bloqueada no Brasil por descumprir a legislação do país e inúmeras decisões judiciais. Mas, antes dessa decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o proprietário da plataforma, Elon Musk, já vinha sendo pressionado pela circulação de fake news e de postagens de teor violento entre usuários do X.
Outras Big Techs como Meta e Google também controlam um grande volume de informações, o que permite acesso a enormes bases de dados e confere a tais instituições a capacidade de manipular os usuários.
Assim, por apontar uma tendência da sociedade atual, cada vez mais conectada, o tema dialoga com o tipo de tema que a Fuvest costuma cobrar em suas provas de redação.
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2. O ódio como ferramenta de engajamento
Em novembro, a Universidade de Oxford elegeu o termo rage bait como palavra do ano. De acordo com os dados da instituição, o uso da expressão triplicou em 2025, indicando a prática de gerar engajamento nas redes sociais com base não na curiosidade (o chamado click bait), mas nas emoções do usuário. Ou seja, conteúdos que despertem a raiva ou o ódio das pessoas tornam-se estratégicos para gerar cliques, visualizações, comentários e, dessa forma, aumentar a monetização do criador de conteúdo.
O tema ganha relevância por indicar uma tendência das relações sociais no meio digital, baseadas no ódio, já que a lógica das plataformas favorece o engajamento a despeito do teor da postagem. Assim, ao analisar como o rage bait pode ser usado de forma estratégica por criadores de conteúdo, a prova poderia questionar de que modo essa dinâmica impacta o convívio entre as pessoas, seja on-line, seja off-line.
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3. Nacionalismo e xenofobia
Nos últimos anos, assistimos ao crescimento de discursos xenófobos em diversos governos. Em 2025, especialmente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu políticas antimigratórias.
Conhecido pelo lema “make America great again”, o líder americano associa a expulsão de imigrantes dos EUA a um discurso nacionalista, valendo-se do argumento de que os estrangeiros “roubam” empregos dos norte-americanos e impactam negativamente os resultados das eleições.
Em 2023, a Fuvest construiu uma proposta de redação sobre refugiados climáticos, mas ainda não olhou para os movimentos migratórios sob a perspectiva política, o que pode chamar a atenção para o tema neste ano, após o retorno de Trump à presidência.
4. Inteligência Artificial e criatividade humana
Desde o lançamento do ChatGPT em 2022, o uso de ferramentas de inteligência artificial popularizou-se entre os indivíduos, de modo que, mesmo sem compreender como funciona a fundo a tecnologia, o usuário consegue fazer perguntas e gerar textos sobre os mais diversos assuntos.
O impacto desta mudança é tamanho que, no Brasil, deve ser votado ainda este ano um projeto de lei que regulamenta a inteligência artificial, o que pode chamar a atenção para o tema.
E vale lembrar que a Fuvest já apresentou, em 2024, uma proposta de redação que exigia do candidato uma argumentação acerca do ócio e do pensamento crítico na sociedade contemporânea (“Educação básica e formação profissional: entre a multitarefa e a reflexão”). Diante das notícias mais recentes sobre o uso de IA, a banca pode retomar a discussão, atualizando o tema para questionar o uso da tecnologia na sociedade contemporânea.
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5. A geração Z e o futuro do trabalho
Mudanças no mundo do trabalho é um tema que nunca deixa de ser atual e que tem implicações éticas, econômicas e culturais – e a Fuvest pode explorar como isso afeta a vida humana.
Além da questão de como a geração encara o mercado, há outras questões trabalhistas sendo discutidas, como a revisão da escala 6X1 e a crescente pejotização, o que pode chamar a atenção da banca para o tema.
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6. Tendências de consumo e sua interferência na construção de identidade
O ano de 2025 foi marcado por diversas tendências de consumo: Bobbie Goods, Labubu e morango do amor marcaram presença no feed de diversas redes sociais, influenciando muitos dos usuários a realizarem compras baseadas não na necessidade, mas no desejo gerado por propagandas.
Apesar da maior visibilidade que movimentos como o consumo consciente e o minimalismo ganharam nos últimos anos, fato é que o “boom” dos influenciadores e suas “publis” mantém em alta o consumismo.
A partir dessa reflexão, a prova poderia questionar como se dá a construção de subjetividade do indivíduo que guia seu consumo por tendências das redes sociais, muitas vezes influenciado por produtores de conteúdo ou pela atuação de algoritmos.
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