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5 dicas sobre application para quem deseja estudar no exterior

Brasileira aprovada em 7 universidades norte-americanas aponta qual o melhor caminho a seguir

Por Priscila Bellini, do Estudar Fora
16 abr 2018, 15h14
 (iStock/iStock)
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A carioca Luiza Voss de Gregorio percebeu, no início do Ensino Médio, que queria estudar fora. Interessada na área de Engenharia Elétrica e com o sonho de trabalhar no setor energético, ela deu início ao processo de preparação para de candidatar às universidades. “Eu vi que, lá fora, o ensino parecia mais orientado à inovação e ao empreendedorismo“, conta ela, que conseguiu a aprovação de sete universidades – entre elas, Berkeley, UPenn e Columbia.

Com essa decisão tomada e o apoio dos pais, ela passou a se planejar para tornar seu currículo mais competitivo. “Eu percebi que precisava ter um currículo que mostrasse a minha vontade de aprender e de trabalhar com energia“, diz a brasileira. Investir no planejamento é uma das dicas sobre application que Luiza passa adiante. Ela, por exemplo, começou a fazer as provas do SAT no segundo ano do colegial.

O currículo de Luiza já tinha pontos atrativos para as universidades à época. Desde os oito anos de idade, a jovem carioca veleja e chegou a competir no esporte. Já sabendo do próprio interesse por engenharia, também embarcou para um summer camp sobre engenharia de transportes na Universidade Stanford, no Vale do Silício, em 2015. “Foi importante não só por ser a minha primeira experiência do tipo, mas também porque tive acesso à college experience, frequentei aulas com professores da universidade e pude fazer projetos práticos”.

Experiência profissional

Mesmo antes de sair do Ensino Médio, Luiza teve a oportunidade de reunir alguma experiência profissional na sua área de interesse. Estudante de uma escola alemã, ela aproveitou uma parceria da instituição de ensino para fazer as malas para a Alemanha, onde faria um estágio em uma empresa. “Era um aprendizado sobre como a empresa funcionava e eu fazia pequenas tarefas por lá”, explica a estudante carioca.

No caso do estágio na Alemanha, as atividades incluíam pesquisar sobre o setor energético no Brasil e potenciais oportunidades, em especial, para energia eólica, bem como uma apresentação sobre o assunto para a empresa. De volta a terras brasileiras, ela se inscreveu para mais um estágio, em uma empresa do setor energético nacional.

As experiências fora de sala de aula não se restringiram ao ambiente profissional. Enquanto aluna, ela desenvolveu um projeto para analisar e otimizar os gastos com energia da escola onde estudava. “Foi através dos projetos que pude mostrar meu perfil de liderança“, resume a brasileira.

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Ela explica que não só atividades profissionais e voluntariados podem entrar na candidatura – mas também aspectos mais pessoais, como a dedicação de longa data aos esportes. É a chance de demonstrar algo além das aptidões técnicas e das boas notas, como valores e traços de personalidade, como a disciplina.

Como foi o processo de application

Durante o longo processo de preparação, Luiza reuniu exemplos valiosos para usar na candidatura, como estágios, voluntariados e competições no seu esporte favorito, a vela. Juntar todos esses aspectos nos documentos para enviar às universidades, entretanto, era o desafio. A estudante contou com apoio do Prep Estudar Fora, o preparatório da Fundação Estudar para graduação no exterior, ao longo de um ano para chegar à versão final da candidatura.

Entre as dicas sobre application que a brasileira compartilha, estão fatores-chave: planejamento e organização para dar conta de tudo. Com uma lista extensa de documentos para obter, como cartas de recomendação e histórico acadêmico, e testes a fazer, como exames de proficiência, cada aluno precisa ter em mente um longo cronograma.

As etapas do processo exigem também revisões e adaptações, como no caso dos essays solicitados por cada instituição. Como Luiza admite, tais textos são a parte mais difícil – e são considerados o “coração” da candidatura, que apresenta o aluno ao comité de admissions. “Você tem que transmitir muita coisa de si em um só texto”, explica a brasileira, que se define como uma pessoa “das Exatas”. “E construir um texto que mostre suas características mais positivas, sem dizer literalmente ‘eu sou determinado’”.

A participação no Prep Estudar Fora, nessas horas, serviu de apoio. Luiza teve acesso a um mentor, que também ajudava com feedback sobre os textos, além de uma comunidade de jovens que estavam no mesmo barco. “Tive um amigo do Prep que me ajudou a corrigir meus essays, que me dava conselhos”, exemplifica ela. Os estudantes ainda tinham acesso a materiais sobre como montar a college list e perguntas possíveis para as entrevistas de admissão.

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Na hora de escrever, a carioca apostou não só em destacar suas aptidões e habilidades adquiridas em estágios e estudos, mas também aspectos que fossem “um algo a mais”. “Fiquei com medo de que meu texto virasse um essay que só falava de currículo e não de mim”, comenta ela. No caso de Luiza, foi a vez de mostrar não só as características de uma aluna interessada por engenharia e empenhada, mas também criatividade e um “lado artístico”.

“Uma coisa que achei importante foi sempre pensar no lado do setor de admissions, pensar no que cada ponto transmitiria a eles sobre mim”, recomenda ela, em suas dicas sobre application. Pedir a pais, colegas e mentores que digam o que o texto passa a eles, de forma geral, pode ser de grande ajuda.

Depois do “sim”: escolhendo universidades

Com tantas aprovações em mãos, Luiza tem o privilégio de poder escolher qual instituição de ensino mais interessa. O processo de escolha, entretanto, começou meses antes, quando iniciou as pesquisas para montar sua college list, a listagem de universidades às quais se candidataria.

O primeiro passo foi compreender o que buscava numa universidade americana e fazer uma lista de pontos essenciais. “Eu chequei se tinham time de vela, como eram as aulas em engenharia, se havia alguma iniciativa ligada ao setor de energia, se tinha undergraduate research, qual era a localização de cada uma…”, enumera a estudante. Também conversou com alunos das instituições e analisou que tipo de convívio social teria enquanto estivesse no campus, vendo opções de clubes estudantis, por exemplo, a que teria acesso.

Como Luiza destaca em suas dicas sobre application, não basta saber quais universidades ocupam o topo dos rankings universitários, já que vários fatores escapam do cálculo para tais classificações. “Eu pensava ‘Se não me vejo sendo feliz ali, não vou aplicar’”, resume ela, sobre os critérios que levou em conta.

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Agora, a jovem carioca está dividida entre duas instituições americanas, a Universidade da Califórnia em Berkeley e a Universidade da Pensilvânia. “Berkeley é a terceira melhor na engenharia que eu quero estudar, Energy Engineering, e o curso é interdisciplinar, com professores e aulas de vários departamentos, com matérias de Engenharia Mecânica e Elétrica”, explica Luiza. “A UPenn está entre os dez melhores universidades da minha área e tem um centro de pesquisa em energia, além de ter opções de clubes para qualquer coisa que eu quiser fazer”.

Há um terceiro concorrente no páreo, no caso de Luiza: as universidades alemãs. Como estudou em um colégio alemão, ela obteve a nota máxima no abitur, exame que conclui o Ensino Médio alemão – e, então, conseguiria embarcar para uma instituição do país.

Dicas sobre application

1. Organize-se

Apostar em organização ajuda em todos os aspectos da application, inclusive na elaboração das redações. “Os essays demoraram muito. Eu lia, meus pais liam, eu passava para mais correções. Foi mais fácil fazer tudo isso aos poucos”, diz Luiza Voss de Gregorio.

2. Vá além dos rankings

Nem só com rankings universitários se faz uma boa escolha de universidade. Usando o exemplo de Luiza como ponto de partida, há vários critérios a levar em conta: centros voltados a temas específicos, oportunidades de pesquisa na graduação, clubes estudantis e localização, por exemplo.

3. Pratique para os testes

Exames como TOEFL e SAT, requisitados pelas universidades americanas, exigem preparo do estudante – um processo que não acontece da noite para o dia. “Eu sentava todo sábado e fazia um simulado, corrigia, e refazia exercícios”, exemplifica a aluna carioca. “Não foi algo em que eu pude só dar uma estudadinha”, comenta.

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Uma das dicas sobre application que ajudaram Luiza no SAT tem a ver com a forma de responder às questões de múltipla escolha. “Quando você ler a pergunta, pense primeiro na resposta que você daria, baseado no texto, e só depois veja quais são as opções disponíveis”, indica a brasileira. “Uma delas vai se enquadrar exatamente no que você pensou”.

4. Pense no setor de admissions

Na hora de elaborar os essays, é importante entender o que cada aspecto destacado no texto transmite a quem vai lê-lo: o setor de admissions, responsável por dizer quem passa ou não na universidade. “Uma coisa que achei importante foi pensar no que cada ponto transmitiria a eles sobre mim”.

5. Prepare-se para a entrevista

Antes de fazer a entrevista de admissão, vale praticar perguntas possíveis em inglês e trabalhar para manter a calma na hora agá. “O que me deixou mais tranquila foi saber que era O.K. pensar um pouco antes de dar uma resposta”, conta Luiza, que já tinha uma lista de perguntas em mente.

Este artigo foi originalmente publicado por Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

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