A faculdade que precisa fazer para virar cardeal – ou até mesmo papa
O caminho para o papado não é tão óbvio quanto parece, e exige uma boa dedicação aos livros
O filme “Conclave”, indicado ao Oscar 2025, retrata um dos momentos mais importantes da Igreja Católica: a escolha de um novo papa. A trama acompanha os cardeais reunidos a portas fechadas no Vaticano, para votarem e elegerem o sucessor de São Pedro. Com tanta intriga, jogo político e disputas ideológicas envolvidas na trama, muita gente ficou curiosa e até tentada. Afinal, o que é preciso para ser um cardeal e, portanto, candidato a papa? Precisa fazer faculdade?
O GUIA DO ESTUDANTE conversou com o Padre Boris Nef Ulloa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), para entender a formação exigida para os membros do clero. A surpresa é que para estes cargos em específico não é preciso uma formação acadêmica! Porém, para chegar até eles, é preciso antes ter sido padre – o que, aí sim, exige alguns anos de estudo na universidade.
Abaixo, veja quais são as graduações que um padre precisa obrigatoriamente cursar e como funciona para atingir o posto de cardeal ou até mesmo papa!
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Primeiro passo: se tornar padre
De acordo com Ulloa, a Igreja Católica Apostólica Romana exige que seus ministros ordenados, ou seja, os padres e bispos, tenham no mínimo dois cursos de graduação: Filosofia e Teologia. Sem a faculdade, os padres não podem atuar nas paróquias.
“Claro que há paralelamente outros campos formativos não acadêmicos universitários que os jovens acompanham e são avaliados antes de serem ordenados padres, para então assumirem responsabilidades pastorais nas paróquias e outras atividades onde a Igreja necessitar”, explica.
Além disso, ele conta que os padres, depois que estão trabalhando nas paróquias ou outros “espaços católicos”, podem continuar estudando. “Muitos fazem graduação em outras áreas como Administração, saúde ou Ciências Humanas, ou mestrado e doutorado em Filosofia ou Teologia”.
Para o padre subir na hierarquia da igreja e se tornar bispo ou arcebispo, podendo governar dioceses e arquidioceses, é obrigatório que ele faça o mestrado ou doutorado em Filosofia, Teologia ou áreas afins. E “ninguém se torna bispo ou arcebispo sem ser primeiro diácono e padre”, explica Pe. Boris.
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A nomeação dos cardeais e do papa
Não é possível se tornar cardeal, sem antes ter atuado como padre, bispo ou arcebispo, ou seja, a graduação necessária segue sendo a mesma dos padres. Porém, além dos estudos, é preciso ser nomeado diretamente pelo papa.
De acordo com o padre Boris, atualmente, os cardeais costumam ser escolhidos entre os bispos, arcebispos e patriarcas. Ou seja, não é muito comum que um padre vire diretamente cardeal.
Já o Papa, líder máximo da Igreja Católica, é eleito pelos cardeais em um conclave, reunião privada apenas com cardeais. Logo, não há um curso obrigatório para ocupar o posto. “Apenas os cardeais com menos de 80 anos podem votar e ser eleitos”, conclui Ulloa.
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