Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta BlackFriday: Digital Completo por 1,99

Professores divergem sobre 2 questões da Unicamp 2026; entenda se podem ser anuladas

Entenda a discordância sobre questões envolvendo Ailton Krenak e Machado de Assis

Por Luccas Diaz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2025, 15h56 - Publicado em 26 out 2025, 17h25
Imagem mostra uma letra X com um círculo em volta, como se estivesse pintada por um pincel. O fundo é azul.
 (Lucas Silva/Guia do Estudante)
Continua após publicidade

Duas questões da prova da primeira fase da Unicamp 2026, aplicada neste domingo (26), causaram divergência entre professores. Segundo análises do Curso Anglo, os itens 23 e 64, da prova Q e X, apresentam duas alternativas de resposta possíveis. “O ideal seria que a banca aceitasse as duas respostas; a tradição da Unicamp é não alterar seus gabaritos e não anular questões por discordâncias teóricas”, afirma Eduardo Calbucci, do Anglo.

+ Gabarito Unicamp 2026: correção extraoficial da primeira fase

A questão 23 trazia textos do livro “A vida não é útil”, de Ailton Krenak e de “No tempo das catástrofes”, de Isabelle Stengers. O enunciado pedia ao candidato que identificasse a relação entre natureza e sociedade a partir das reflexões dos autores.

Já a questão 64 partia de um trecho do romance “Casa Velha”, de Machado de Assis. O texto destacava a figura do sineiro, “um preto velho e doido”, que simbolizava o isolamento social e a consciência antiga da casa. A pergunta solicitava ao candidato que identificasse o papel desse personagem na trama.

Em ambas as questões, professores do curso notaram diferentes possibilidades de interpretação, que poderiam justificar mais de uma alternativa correta. No entanto, outros cursinhos discordam. Entenda melhor abaixo.

+ 1ª fase da Unicamp 2026 tem questão sobre Fernanda Torres

Sociedade x Natureza

Printscreen da questão 23 da prova QX da primeira fase da Unicamp 2026
(Comvest/Reprodução)
Continua após a publicidade

De acordo com o Curso Anglo, os dois textos da questão 23 rejeitam a separação entre sociedade e natureza, abordando a interdependência entre os seres humanos e o meio ambiente.

“Essa interconexão é reafirmada tanto na alternativa B (‘múltiplos processos que envolvem agentes humanos e não humanos’) quanto na D (‘regime de atividades próprio, que envolve agentes humanos e não humanos’). Em ambas, há interpretações legítimas possíveis”, afirma a equipe do Anglo.

+ “A Vida Não É Útil”: resumo e análise da obra de Ailton Krenak

O cursinho explica que, embora as duas alternativas estejam corretas sob certas perspectivas, ambas também podem ser questionadas. Na letra B, a ideia de que “a natureza está em risco” implicaria uma separação entre natureza e sociedade — algo negado pelos autores.

Já na D, ao afirmar que “agentes humanos e não humanos estão em risco”, pode-se incluir a própria Terra, contrariando o texto de Stengers, que afirma que o planeta não é ameaçado, mas transformado.

Continua após a publicidade

“Portanto, tanto a alternativa B quanto a D poderiam ser consideradas corretas”, conclui o Anglo.

Já a equipe do Poliedro Curso Campinas discorda dessa leitura e defende que a resposta correta é somente a alternativa D, por refletir com maior precisão a concepção ecológica compartilhada por Krenak e Stengers.

“A alternativa D sintetiza as ideias centrais dos textos: ambos destacam a Terra não apenas como recurso ou paisagem, mas sim um sistema dinâmico, complexo e articulado, do qual fazem parte agentes humanos e não humanos (seres vivos, oceanos, clima, solo etc.). O texto 2 deixa claro que, na crise ecológica, os agentes mais ameaçados não são ‘a Terra’, mas sim as espécies (inclusive a humanidade) envolvidas nesses processos.”

+ Unicamp registra menor abstenção em 15 anos na primeira fase do vestibular 2026

A figura do sineiro

Printscreen da questão 64 da prova QX da primeira fase da Unicamp 2026
(Comvest/Reprodução)
Continua após a publicidade

A questão 64 pedia que o candidato identificasse, a partir de um trecho de “Casa Velha”, o papel simbólico do personagem sineiro Gira no enredo de Machado de Assis. Segundo o Curso Anglo, as alternativas A e C poderiam ser defendidas, com base no texto.

“A alternativa A, que fala da solidariedade de classe entre Lalau e o sineiro, faz sentido ao relacionar a moça à consciência de desigualdade social. Mas a alternativa C também é verdadeira, pois o trecho antecede o momento em que Dona Antônia observa a relação entre Lalau e seu filho Félix”, explicam os professores.

Para o Anglo, a A tende a ser a resposta oficial da Comvest, mas a C também pode ser considerada válida, pois se apoia em trechos próximos do capítulo em que o fragmento foi retirado — algo que exigiria uma memória literária mais detalhada do candidato, mas ainda assim válida.

+ “Casa Velha”: resumo da obra de Machado de Assis

Já os professores do Colégio Oficina do Estudante divergem da leitura e defendem que a alternativa D é a única correta.

Continua após a publicidade

Segundo eles, a cena do sineiro “revela a complexidade da organização social do Brasil Império”, retratando a Casa Velha como um microcosmo da sociedade brasileira do século XIX.

“A relação entre Lalau e Gira vai além da compaixão individual, pois evidencia camadas de dependência e exclusão típicas do período. Apesar de desprovido de razão e utilidade produtiva, Gira permanece integrado à Casa, revelando as relações paternalistas de poder”, explica o Colégio Oficina do Estudante.

“A expressão ‘sociedade humana’, usada pelo padre-narrador, sugere que naquela Casa Velha se reproduziam todas as hierarquias e contradições da teia patriarcal brasileira.”

Os professores do Poliedro Curso Campinas também consideram que a única alternativa correta é a D.

“‘Casa velha’, de Machado de Assis, é uma representação da sociedade brasileira da época do período Regencial. Dona Antônia Quintanilha e o filho (Félix) representam a elite, já Cláudia (agregada) e o sineiro personificam as classes sociais mais pobres. O autor demonstra que a elite, não interessa o sistema político, está sempre no poder.”

Continua após a publicidade

Cronograma Unicamp 2026

  • Inscrições: 1 de agosto a 1 de setembro
  • Provas de competências específicas (música): 15 a 30 de setembro (virtualmente)
  • 1ª Fase: 26 de outubro
  • 2ª Fase: 30 de novembro e e 1º de dezembro
  • Provas de competências específicas: entre 3 e 5 de dezembro, a depender da carreira
  • Divulgação do resultado da 1ª Chamada: 23 de janeiro de 2026

Entre no canal do GUIA no WhatsApp e receba conteúdos de estudo, redação e atualidades no seu celular!

Compartilhe essa matéria via:

 Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.

Publicidade
Professores divergem sobre 2 questões da Unicamp 2026; entenda se podem ser anuladas
Universidades
Professores divergem sobre 2 questões da Unicamp 2026; entenda se podem ser anuladas
Entenda a discordância sobre questões envolvendo Ailton Krenak e Machado de Assis

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

Apenas R$ 1,99/mês*

Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês