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5 fatos do novo Censo 2022 para usar de repertório na redação

As informações levantadas pelo censo são uma verdadeira mina de ouro para estudantes e vestibulandos; veja algumas delas

Por Luccas Diaz
Atualizado em 29 jun 2023, 11h41 - Publicado em 29 jun 2023, 11h30
População caminha em cidade; compras; centro urbano
 (Wilson Dias/Agência Brasil/Reprodução)
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Os primeiros dados referentes ao Censo Demográfico 2022 finalmente foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Durante agosto de 2022 e maio de 2023, recenseadores bateram de porta em porta em todo o país para aplicar um questionário com o objetivo de entender melhor o Brasil atual. O último censo havia sido realizado em 2010, treze anos atrás. O atraso nas novas pesquisas se deu, principalmente, pela crise desencadeada pela pandemia da covid-19 e a falta de orçamento.

As informações obtidas no levantamento são uma verdadeira mina de ouro para estudantes e vestibulandos. A partir delas, é possível embasar argumentos, construir repertórios e entender melhor as características do país na hora de redigir uma redação ou compreender um exercício.

+ Por que é importante ficar de olho nos dados do IBGE para o vestibular

O GUIA DO ESTUDANTE separou 5 fatos revelados no Censo 2022 e que podem servir para este propósito. Pegue a caneta e se prepara para anotar!

1. Crescemos, mas não tanto quanto o esperado

Grupo de jovens sentados olhando para a direita
(Fernando Frazão/Agência Brasil)/Reprodução)

De acordo com os novos dados, somos 203.062.512 brasileiros. O número é 6,45% maior que os 190.755.799 da contagem de 2010, mas menor do que o esperado. A taxa de crescimento da população foi de 0,52% ao ano – a menor em um recenseamento desde o primeiro censo. Entre as décadas de 1950 e 1960, por exemplo, o crescimento foi de 2,99%.

Inúmeros fatores podem estar por trás dessa queda. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e pesquisador aposentado do IBGE, chama o momento de “transição demográfica”, em que a queda na taxa de fecundidade é resultado de mudanças econômicas e comportamentais.

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+ A história do Brasil contada pelo Censo Demográfico

O número de habitantes registrado pelo levantamento é bem diferente do estimado pelo IBGE. Em 2021, o órgão estimou que a população do país estaria na casa dos 213 milhões. No final do ano passado, em dezembro de 2022, já com os dados preliminares da pesquisa, disse que o número seria um pouco menor, 207,8 milhões. Ainda assim, a diferença entre as estimativas e o número real foi significativa

Durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28), o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou que já contava com uma defasagem, mas não tão grande. “Não podíamos esperar que fosse tão alta, mas já sabíamos que ia dar uma diferença em relação à população que vinha sendo estimada”, disse. Para ele, um dos motivos da discrepância entre os números seria o “apagão” de dados sofrido nos últimos anos. “É fundamental fazer uma contagem no meio da década para que não passemos pelo que passamos agora, um apagão de dados”, afirmou.

2. As capitais que perderam moradores

Consumidores fazem compras em feira pública
Movimentação nos terminais de embarque e desembarque de barcos em Belém. (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução)

As pessoas estão fugindo das capitais? Pelo menos de algumas, sim. Os números do Censo 2022 revelam que um terço das 27 capitais do Brasil registraram uma queda no número de habitantes quando comparado ao último levantamento. A principal delas é Salvador, que perdeu 9% da sua população, passando da terceira para a quinta cidade mais populosa do país – atrás de Brasília (DF) e Fortaleza (CE). No Censo de 2010, a cidade tinha 2.675.656 de moradores, agora, 2.418.005.

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Outras capitais como Belém (-6,5%), Recife (-3,2%) e Rio de Janeiro (-1,7%) também viram sua população diminuir.

+ Urbanização: o crescimento desenfreado das cidades e os problemas sociais

Uma possível razão para isso seria o encarecimento dos imóveis nas capitais, ou até mesmo o esgotamento territorial. Para o jornal Folha de S. Paulo, Cláudio Stenner, diretor de Geociências do IBGE, destaca que este é um fator relativamente novo para o Brasil. “Os municípios núcleos das concentrações urbanas, especialmente aquelas metropolitanas, estão perdendo dinâmica, crescendo muito pouquinho, ou mesmo diminuindo a população”.

Ele explica que uma prova disso seria o crescimento das cidades vizinhas às capitais. No caso de Salvador, a cidade de Lauro de Freitas, nos entornos da capital, teve um aumento de quase 40 mil novos moradores na última década. Vale considerar também que as novas formas de trabalho remoto contribuíram para a fuga dos grandes centros urbanos.

3. São Paulo continua a cidade mais populosa do país, e outras duas capitais surpreendem

Jovens praticando esportes, andando de patins, em via pública da cidade
(Rovena Rosa/Agência Brasil/Reprodução)
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Na contramão do tópico anterior, São Paulo é uma das capitais brasileiras que tiveram um aumento no seu número de habitantes. Com isso, segue inigualável no topo do ranking: tem 11.451.245 habitantes, um aumento de 200 mil (2%) desde a última década. Para se ter uma noção, a segunda cidade mais populosa do país, Rio de Janeiro, tem quase metade deste número: 6.211.423 moradores.

Todos os dez municípios mais populosos do país são capitais. De acordo com os dados, 23% da população brasileira vive em uma capital ou na região metropolitana.

+ Concurso premia fotos tiradas por recenseadores do Censo 2022

Dentre a lista de capitais mais populosas, chama atenção o ritmo de crescimento de duas: Boa Vista (RR) e Palmas (TO). A primeira ostenta um percentual de 45% de aumento, enquanto a segunda, 33% – taxas surpreendentes quando comparados com o 1% de Curitiba (PR) ou os 2% de São Luís (MA).

Em números absolutos, Manaus (AM) é a cidade que mais ganhou novos habitantes desde o último censo: são 261.533 novos moradores; totalizando 2.063.547.

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4. Brasil tem densidade demográfica semelhante à Suécia

Banhistas em praia do Rio de Janeiro (RJ)
(Tomaz Silva/Agência Brasil/Reprodução)

Segundo o Censo 2022, o Brasil possui uma densidade demográfica de 23,86 hab./km². Isto significa que, se dividir a população brasileira inteira (203.062.512) pela área do território nacional (8.510.418 km2), há 23,86 brasileiros a cada 1 km². Claro que este coeficiente é criado para efeitos simbólicos, e não leva em consideração as diferentes densidades de cada cidade, estado ou região.

+ Dados sobre o Brasil que podem te ajudar no Enem – e na vida

Ainda assim, é possível estabelecer alguns comparativos. Cruzando os dados do IBGE com os do Our World in Data, projeto da ONG internacional Global Change Data Lab é possível afirmar que o Brasil tem densidade populacional semelhante a da Suécia (26,06 hab./km²), Peru (26,84 hab./km²) e Sudão (25,75 hab./km²) . É menor, no entanto, que a dos Estados Unidos (37,17 hab./km²), Equador (73,24 hab./km²), China (151,86 hab./km²) e Coréia do Sul (530,57 hab./km²).

Se considerarmos um país como Bangladesh, por exemplo, que tem quase 170 milhões de habitantes, mas apenas 148.460 km² de área territorial, a densidade demográfica é gigantesca, de aproximadamente 1.150 pessoas. É muita gente em pouco espaço!

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5. Amazonas é o estado com maior média de moradores por domicílios

Família perde sua casa de alvenaria no incêndio da Ocupação Esperança
(Rovena Rosa/Agência BRasil/Reprodução)

Outro dado levantado pelos recenseadores do Censo 2022 é a quantidade de moradores em um mesmo domicílio particular permanente – isto é, quantas pessoas moram na mesma casa. Dentre as médias de cada estado, Amazonas novamente ocupa o primeiro lugar com 3,64 moradores por domicílios (era 4,36 no último levantamento), seguido por Amapá (3,63), Roraima (3,51) e Pará (3,31). A região norte ocupa, desta forma, a liderança no Brasil, com uma média de 3,3.

Nos últimos cinco lugares da lista, figuram estados pertencentes às regiões sul e sudeste: Paraná (2,71), Minas Gerais (2,71), Santa Catarina (2,7), Rio de Janeiro (2,6) e Rio Grande do Sul (2,54). Estas também são as duas regiões do Brasil com as menores médias: 2,69 no Sudeste e 2,64 no Sul.

A média nacional ficou em 2,79, um número bem menor comparado ao 3,31 do Censo de 2010.

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