O leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para saber qual empresa será a responsável pela implementação da tecnologia 5G no Brasil está sendo realizado nesta quinta-feira (04).
Alô, estudante em busca dos assuntos quentes de atualidades. Os jornais têm noticiado sobre a chegada do 5G e as polêmicas que envolvem a novidade: a briga entre Estados Unidos e China, as invasões de privacidade, o controle de dados e as análises que verificam se realmente a quinta geração é melhor que a anterior, 4G. GUIA separou os principais tópicos para ficar por dentro da nova tecnologia.
O que é 5G?
O 5G é a quinta geração da tecnologia que permite o acesso à internet por meio de dispositivos móveis, principalmente celulares. A diferença entre uma tecnologia de rede móvel e uma rede Wi-Fi?
O Wi-Fi utiliza um roteador para decodificar as ondas de sinais recebidas e transferi-las para aparelhos que estejam próximos e conectados.
Já o serviço de rede móveis funciona com ondas comuns, como as do rádio e da TV, de forma mais otimizada diretamente no aparelho em questão. A rede trabalha a partir da distribuição de sinais por pequenas regiões, chamadas “cédulas”. Teoricamente, esses sinais permitem conexão em alta velocidade para mais de um milhão de pessoas por metro quadrado.
O que muda?
O 5G está sendo tratado como uma grande novidade no mundo tecnológico por trazer uma série de melhorias significativas para a conexão móvel. O primeiro ponto é o aumento da velocidade do serviço. Estima-se que a velocidade da banda larga alcançada pelo 5G seja até 20 vezes maior que a tecnologia anterior. Para se ter uma noção, a velocidade média do 4G é 45 Mps (megabit por segundo), já a proposta do 5G é alcançar facilmente 1 Gbs (gigabit por segundo), em até dez vezes menos tempo de resposta que o 4G normalmente teria.
Em testes realizados na internet, os altos números de velocidade de navegação e download surpreendem os usuários, chegando a mais de 1,5 Gbs.
O que isso significa na prática? Baixar um filme inteiro em alta qualidade em minutos; transmissão de vídeo em qualidade 4K; conversar em vídeo chamadas sem travamentos ou imagem pixelada; nunca mais ter que ficar esperando uma página carregar por mais de um segundo.
Mas, claro, as mudanças não se limitam apenas ao usuário médio. O grande ponto de mudança do 5G é a possibilidade de não apenas utilizar as redes móveis no celular, mas em absolutamente todos os aparelhos conectados à internet. O objetivo é que o 5G acabe com todo e qualquer tipo de delay, ou seja o tempo de demora entre um comando e uma ação. Com isso, a utilização de carros autônomos, procedimentos médicos feitos à distância, o uso de drones e até mesmo a distribuição de eletricidade será possível através da rede de dados.
A proposta da nova tecnologia é substituir serviços de internet por fio e redes Wi-Fi. E isso só é possível por sua mudança na faixa de frequência, de 3,5 GHz (Gigahertz) para até 26 GHz. A tecnologia 5G precisa de grandes estruturas para funcionar, que vai desde a utilização de cabos de fibra ótica como padrão até datacenters.
Está disponível no Brasil? Todos podem usar?
A questão é polêmica. As operadoras divulgam e oferecem o serviço 5G, mas o leilão que irá decidir os caminhos que a tecnologia terá no Brasil será apenas em 2021. O que as empresas de internet têm feito até agora é utilizar o 5G DDS (Dynamic Sprectum Share, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro) – que nada mais é do que oferecer o 5G utilizando a estrutura já estabelecida no país para a rede 4G.
Este é o motivo para especialistas afirmarem que o 5G DDS ser um “falso 5G”. A vantagem do 5G DDS é que ele necessita de apenas uma atualização no software para funcionar nas antenas das gerações anteriores de redes móveis. A desvantagem é a velocidade não se comparar aos números prometidos pelo 5G. A velocidade se assemelha mais ao 4,5G, velocidade oferecida em algumas operadoras.
Um ponto de atenção seria o possível empasse entre a implementação do 5G e as TVs parabólicas no Brasil. Segundo os dados do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) publicados no Diário da União, uma das frequências utilizadas pela quinta geração será muito próxima daquela utilizada pelas televisões via satélite. Com a chegada do 5G e a proximidade dos sinais entre os dois formatos, é muito provável que o sinal das parabólicas seja prejudicado.
Por aqui, esse formato se popularizou por sua facilidade e baixo custo de instalação, necessitando apenas de uma antena e de um receptor. No entanto, esta tecnologia é considerada ultrapassada por ainda utilizar conexão via satélite ao invés do receptor digital, com o sinal ficando muito mais fraco do que o padrão atual. As diretrizes tomadas pelo ministério foi de deixar a decisão final para a Anatel.
Ainda assim, não serão todos os celulares que conseguirão usufruir das novidades do 5G. A maioria dos celulares comercializados no Brasil atualmente não suportam a nova tecnologia. E os que suportam, são modelos de alto custo, com preços bem longe dos preços dos aparelhos mais vendidos do país.
Por que a China e os EUA brigam pelo 5G?
A polêmica em torno da implementação do 5G é um dos assuntos quentes nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Além dos EUA, países como Reino Unido, Itália, França, Austrália, Nova Zelândia e Japão bloquearam parcial ou totalmente a adesão da quinta geração da tecnologia por meio de empresas chinesas que as oferecem – atualmente a Huawei e a ZTE.
O bloqueio, liderado pelos EUA desde o final de 2018, é baseado em alegações que a nova tecnologia armazena uma quantidade significativas de dados dos usuários e que pode servir de base para espionagem e ataques cibernéticos do governo chinês.Esse argumento é justificado com o fato de parte da infraestrutura do 5G serem datacenters que, supostamente, conseguem armazenar dados dos usuários.
A preocupação dos EUA é a suposta ligação entre a Huawei e o Partido Comunista Chinês. A empresa privada segue a Lei de Segurança Nacional Chinesa, que permite que o governo chinês acesse os dados coletados caso seja evidente que os temas tratados interferem na soberania do país. E, segundo o governo americano, isso seria uma forma do governo da China interceptar e monitorar dados não somente dos EUA, mas de qualquer país que utiliza empresas chinesas na implementação do 5G.
Os bloqueios feitos pelos EUA e por outros países europeus para as empresas chinesas têm provocado uma verdadeira corrida para a substituição de tecnologias nessas nações. No Reino Unido, a adesão por antenas e infraestruturas da finlandesa Nokia e da sueca Ericsson tem sido a solução adotada até o momento.
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