As atualidades do ano que podem cair no Enem 2025
São sete assuntos do Brasil e do mundo que merecem a sua atenção

Não é novidade que as questões do Enem não se limitam aos assuntos abordados em sala de aula. Acontecimentos geopolíticos, conflitos bélicos, disputas territoriais, efemérides, questões ambientais e outros tantos temas que não saem dos noticiários também pode aparecer na contextualização de uma pergunta ou mesmo de forma mais direta.
Por isso, é importante se atentar ao que está acontecendo no Brasil e no mundo.
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Sabendo que a seleção do que vale o seu tempo não é tarefa fácil, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Paulo Ricardo Ribeiro de Castro, professor de Geografia e atualidades do Poliedro Colégio, e Luis Felipe Valle, professor de Geografia e Atualidades do Colégio Oficina do Estudante, e reuniu sete atualidades que precisam estar no seu radar.
Ah, vale lembrar que a prova do Enem é feita a partir de um banco de questões, alimentado com muita antecedência. Por isso, é improvável que acontecimentos super recentes apareçam na prova.
1. Crise institucional entre os três Poderes no Brasil

Segundo Luis Felipe Valle, a recente crise institucional brasileira evidencia como a polarização político-partidária, o avanço das fake news e o discurso de ódio fragilizam os pilares da democracia. “A independência entre Executivo, Legislativo e Judiciário, essencial ao equilíbrio republicano, tem sido constantemente corroída por disputas de poder, negociatas e pressões midiáticas. O resultado é o enfraquecimento da confiança popular nas instituições, o que abre espaço para soluções autoritárias e antidemocráticas”, afirma.
O professor explica que, no plano histórico, a instabilidade institucional brasileira dialoga com uma tradição de fragilidade democrática que atravessa o século 20, marcada por golpes, ditaduras e pactos de conciliação que raramente colocaram os interesses populares no centro. A novidade do presente está na força da desinformação digital, que acelera a superficialização do debate político e intensifica a polarização social.
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2. Governo Trump e a volta da Política do Big Stick
O segundo governo Trump, que teve início este ano, trouxe uma série de novas questões para o tabuleiro da geopolítica mundial, segundo o professor do Poliedro. Entre elas estão a guinada do protecionismo econômico por meio dos tarifaços; declarações polêmicas acerca de outros países; o papel das big techs na geopolítica mundial; o expansionismo territorial e a interferência em questões internas de outros países; o acirramento da polarização interna e o apoio às ações de Israel na Palestina.
Com uma retórica agressiva e isolacionista, Trump revive práticas históricas da diplomacia estadunidense, como o Big Stick, a Doutrina Monroe e o Destino Manifesto. Essas concepções justificaram a dominação política, econômica e militar dos EUA sobre a América Latina e outras regiões estratégicas ao longo do século 20. No presente, esse discurso ganha contornos populistas, baseando-se em ameaças, chantagens econômicas e imposição de sanções, numa tentativa de reafirmar uma supremacia que se vê cada vez mais contestada.
Contudo, a política externa norte-americana enfrenta um paradoxo. “O uso de intimidação, outrora eficaz no cenário bipolar da Guerra Fria, hoje encontra limites diante da ascensão chinesa e da reconfiguração multipolar do sistema internacional. A insistência no Big Stick denuncia não a força, mas a fragilidade do império estadunidense, que tenta projetar poder num contexto em que seu protagonismo econômico e tecnológico já não é absoluto”, explica o professor do Oficina do Estudante.
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3. 80 anos de Hiroshima e Nagasaki

Essa é uma efeméride que precisa estar no seu radar: o marco dos 80 anos das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Vale lembrar que o Japão, após a devastação, converteu-se em exemplo de reconstrução e crescimento acelerado, passando pelo chamado “milagre econômico” das décadas de 1950 a 1970, quando se tornou potência industrial e tecnológica a partir do Toyotismo. Essa ascensão esteve ancorada em forte apoio dos Estados Unidos, dentro da lógica da Guerra Fria, na qual o Japão funcionou como base do capitalismo no Pacífico frente ao avanço socialista na China.
Entretanto, esse modelo de industrialização intensiva trouxe problemas. A euforia de crescimento foi seguida pela “década perdida” nos anos 1990, marcada por estagnação econômica, bolhas financeiras e o início da percepção de que o capitalismo industrial-informacional encontrava limites. A combinação entre altíssimo endividamento público e envelhecimento populacional revela hoje a exaustão de um sistema que já não garante dinamismo nem bem-estar social, tendo que enfrentar sérios problemas ligados à saúde mental dos jovens e solidão dos idosos. No plano global, o caso japonês expõe a fragilidade de modelos de desenvolvimento dependentes de ciclos industriais e financeiros, segundo Luis Felipe Valle.
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4. Disputa entre Índia e Paquistão pela Caxemira

A disputa pela região da Caxemira também é um assunto com presença constante nos maiores vestibulares do país, especialmente em momentos em que as rivalidades se exacerbam, dando vazão a episódios como o atentado terrorista cometido contra 26 hindus em abril de 2025.
Paulo Ricardo, do Poliedro, explica que a origem do conflito remete a independência da Índia (1947) e a separação entre as populações de maioria hindu e muçulmana entre Índia e Paquistão, respectivamente. A Caxemira, apesar de possuir ampla maioria da população de muçulmanos, foi anexada à Índia, o que gerou protestos da população local e formação de movimentos separatistas apoiados pelo Paquistão, resultando em constantes conflitos. Além disso, questões como a disputa por recursos hídricos na região e a ameaça nuclear crescente, visto que ambos possuem bombas nucleares, devem receber maior atenção.
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5. Terras raras e minerais críticos

No século 21, os minerais críticos e terras raras se tornaram ativos estratégicos na geopolítica global, pois constituem a base da Indústria 4.0, das tecnologias verdes e da Inteligência Artificial.
As terras raras correspondem a um grupo de 17 elementos químicos – entre eles o neodímio, lantânio, cério, térbio e disprósio – amplamente utilizados na fabricação de ímãs permanentes para turbinas eólicas, em catalisadores automotivos, em telas de smartphones e televisores, além de equipamentos militares de alta precisão.
Já os chamados minerais críticos – que incluem o lítio, o cobalto, o nióbio e o grafite – têm papel estratégico no desenvolvimento de baterias de carros elétricos, painéis solares, chips e supercondutores.
No cenário global, o Brasil ocupa papel de destaque como segundo maior país em reservas de terras raras, atrás apenas da China. Apesar desse potencial, ainda não possui infraestrutura consolidada para transformar as reservas em protagonismo econômico, mantendo-se em posição periférica na cadeia de valor.
6. Aquecimento global, COP30 e acordos climáticos

A realização da Conferência das Partes da ONU, mais conhecida como COP, em território brasileiro, somada à comemoração da 30ª edição do evento e a emergência de medidas contra o aquecimento global, tornam o assunto propício para os vestibulares.
Características, causas, consequências e medidas de combate ao caos climático são temas consagrados que podem se somar a assuntos mais específicos como o Acordo de Paris e suas dificuldades de implantação, além do próprio papel das agendas ambientais internacionais.
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7. Questão Palestina e o Estado de Israel

O assunto, que sempre apareceu em um vestibular ou outro, voltou a ganhar maior relevância e atenção mundial após os ataques do Hamas, em 2023, e a resposta do Estado de Israel. Desde então, já são milhares de mortos e um forte debate internacional a respeito dos crimes de guerra cometidos por Israel.
“Questões relacionadas a segregação da população palestina no território, os impasses para uma solução de dois Estados, as ações terroristas do Hamas e as denúncias de violações dos direitos humanos cometidas pelo exército israelense podem ser utilizadas para contextualizar temas como rivalidades étnico-religiosas, questões territoriais e segregação espacial”, explica o professor do Poliedro. Para além disso, os ataques ao Iraque e as implicações do conflito por todo Oriente Médio podem também ser assuntos de destaque.
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