Brasil cai no ranking de IDH da ONU; entenda o que isso quer dizer
País saiu da 87º para a 89º posição, entre 193 nações. Mesmo com a queda, índice apresentou crescimento - e a pandemia ajuda a explicar o porquê
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou, nesta quarta-feira (13), um ranking referente ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 193 nações. Com dados referentes ao ano de 2022, o Brasil caiu duas posições quando comparado ao último levantamento: saiu do 87º lugar em 2021 para o 89ª em 2022. Mesmo com a queda, o IDH do país cresceu, avançando de 0,754 para 0,760. Segundo os parâmetros do Pnud, o Brasil está em um patamar elevado. Mas o que isso significa?
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Anualmente, o programa divulga o IDH das nações em um ranking dividido em quatro faixas. Elas categorizam, conforme o grau de desenvolvimento, o bem-estar e a qualidade de vida de um país. São elas: muito alto (igual ou acima de 0,800), alto (de 0,700 a 0,799), médio (de 0,555 a 0,699) e baixo desenvolvimento (abaixo de 0,555). Veja que, com 0,760, o Brasil está na faixa considerada alta. Mas não se deixe enganar pelo título.
O crescimento referente a 2022, último ano do governo Bolsonaro, é uma resposta à queda acentuada causada pela pandemia da Covid-19, principalmente entre 2020 e 2021. Antes disso, em 2019, o IDH do país era mais alto, 0,766, seis pontos a mais do que o atual. A título de comparação, os três primeiros colocados da lista têm coeficientes na centena do nove: Suíça, com 0,967, Noruega, com 0,966, e Islândia, 0,959.
Melhorou, mas não como antes
Na América Latina, o IDH do Brasil está a frente de vizinhos em crise como Colômbia e Venezuela. No entanto, segue atrás de Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Quando somado aos países do Caribe, a média geral do continente sul-americano é 0,763, número mais alto que o registrado pelo Brasil em 2022.
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O crescimento do índice em relação a 2021 se dá principalmente pela recuperação após a pandemia. A expectativa de vida passou de 72,8 para 73,4 anos, em 2022. Ainda assim, continua menor do que o período pré-Covid, quando a expectativa era de 75,3 anos. A renda per capita também registrou avanço, subindo de US$ 14.370 para US$ 14.615 anuais.
O único setor que, na contramão, apresentou retrocesso foi a educação. Ainda abalada pela crise da pandemia e os altos índices de evasão escolar, viu seu índice de expectativa de escolaridade cair de 15,59 para 15,58. A média calcula a estimativa de anos de estudos que a geração atual terá ao completar a vida escolar.
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Como é calculado o IDH?
O IDH é um coeficiente que mede o desenvolvimento humano de um país por meio de três componentes: educação, saúde e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais perto do 1, maior é o bem-estar e a qualidade de vida do país. Com 0,760, o Brasil se encontra na categoria de nações com alto desenvolvimento humano. Na mesma faixa, encontram-se países como Uruguai, México, Bolívia, Venezuela, Irã e China.
Os três componentes responsáveis pela composição do índice são medidas da seguinte forma:
- Saúde: é medida pela expectativa de vida. Quanto mais saudável uma população, maior sua longevidade;
- Renda: é medida pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita (a soma do PIB do país mais a renda recebida do exterior dividida pela população total);
- Educação: é medida pela média de anos de estudo da população acima de 25 anos e pela expectativa de escolaridade para crianças no início da vida escolar.
O IDH é calculado pela média geométrica de todas essas medidas.
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