PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023. Entenda a importância desse número
Produto Interno Bruto é a soma de tudo o que os brasileiros produziram durante o ano nos três setores da economia: agropecuária, indústria e serviços
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% em 2023, puxado principalmente pelo bom ano da atividade agropecuária. Com isso, a economia brasileira mantém o terceiro ano consecutivo de crescimento, depois de uma forte recessão em 2020.
O PIB é o número central da economia brasileira, o principal termômetro das atividades econômicas no país. O resultado de 2023 foi anunciado em 1º de março pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão federal responsável por medir a produção econômica e o trabalho da população, por mapear o território nacional, além de contar e apurar como vive a população do país (via censo e outras pesquisas).
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O que é o PIB
O PIB é a soma do conjunto das atividades econômicas de um país, estado ou município em certo período de tempo, geralmente medido por ano. Em outras palavras, o PIB do Brasil é o valor financeiro resultante do trabalho do conjunto dos brasileiros: em 2023, somou R$ 10,9 trilhões. A metodologia de cálculo do PIB divide a economia em três setores: a agropecuária, a indústria e os serviços (que incluem bancos, comércio, transportes e comunicações, entre outros). O peso de cada setor para a soma do PIB de 2023 foi de 7,1% para a agropecuária, 25,5% para a indústria e 67,4% para os serviços. Nas últimas décadas, com o desenvolvimento das atividades digitais e financeiras, o setor de serviços tem ampliado a participação no PIB, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Crescimento do PIB em 2023
O resultado do PIB mostra um crescimento constante da atividade econômica no Brasil. Em 2022, o crescimento havia sido de 3%. Veja no gráfico abaixo a variação do PIB nos últimos 23 anos. Note que houve um crescimento forte até 2013 (salvo em 2009, na esteira da derrocada mundial de 2008), uma queda ou estagnação entre 2015 e 2020 e uma retomada recente do crescimento. Quando a economia entra em crise e a atividade diminui, isso se chama recessão (no gráfico, o número aparece negativo), e se traduz na vida cotidiana das pessoas pelo aumento no desemprego, pela queda de renda e pelo fechamento de empresas.
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Em 2023, o setor que mais cresceu foi a agropecuária, com 15,1% de expansão econômica no ano. Isso foi resultado, sobretudo, das safras recordes de soja e milho. Houve crescimento expressivo, também, da indústria extrativa, com 8,7%, puxada basicamente pelo aumento das produções de petróleo e gás, e de minério de ferro. Como se vê, tanto no setor agrícola como extrativo houve expansão na produção de matérias-primas (commodities, na língua do comércio mundial). Como consequência natural, as exportações no ano cresceram 9,1%.
Considerando o mercado interno, é importante registrar a ampliação de 3,1% em 2023 no consumo das famílias brasileiras. É um dado coerente com o aumento da renda per capita, de 2,2%. A renda per capita (renda por cabeça) equivale à divisão do PIB pelo número de habitantes, e chegou a R$ 50.193,72 por brasileiro em 2023. É um número médio que indica o tamanho da economia nacional em relação à população de cada país. Naturalmente, boa parte dos brasileiros não ganhou R$ 50 mil em 2023: há uma forte concentração de renda em nosso país, que faz com que uma pequena elite tenha renda muita alta, enquanto a maioria da população conta o dinheiro para sobreviver.
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O bom resultado do PIB 2023 surpreendeu economistas e analistas, que esperavam desempenho bem pior. No início do ano passado, o mercado financeiro previa um crescimento de apenas 0,84% para a economia brasileira em 2023, e o próprio Banco Central, instituição independente que controla a taxa básica de juros no país, estimava no início de março de 2023 que o crescimento da economia no ano não passaria de 1,2%.
Maiores economias
Quando falamos de potências econômicas, como os Estados Unidos, países da Europa ou, nos últimos tempos, a China, a questão é de realidade: a presença de produtos chineses ou norte-americanos pelo mundo fala por si. Mas quando fazemos uma comparação entre economias, adotamos como base os números do PIB de cada uma. A instituição de referência para esse cálculo internacionalmente é o Banco Mundial.
A última projeção do Banco Mundial para o PIB dos países em 2023 aponta os Estados Unidos como a maior economia do planeta, a China como a segunda, e o Brasil como a 9ª (de volta ao top 10, após alguns anos).
Veja a tabela abaixo, com as 12 maiores economias do mundo, e note que o Banco Mundial trabalha com o PIB em dólares. Por isso, o total do PIB brasileiro, calculado originalmente pelo IBGE em reais, tem de ser convertido para a moeda norte-americana, seguindo uma metodologia própria do banco. Isso ocorre com todos os países, para que as economias possam ser comparadas.
Chama atenção a relativa proximidade entre a economia da China, a que mais cresceu nas últimas décadas, com a dos Estados Unidos, a principal potência econômica desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Outro ponto de atenção é para a União Europeia, que, na prática, possui uma economia muito integrada e importante: somando-se os PIBs apenas dos países-membros presentes na tabela abaixo (Alemanha, França e Itália), temos um PIB de US$ 9,7 trilhões. No total de seus 27 países, o PIB da União Europeia fica próximo ao da China.
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