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Como as empresas juniores estão contribuindo na pandemia

Universitários se adaptaram e encontraram maneiras de ter impacto empreendedor e social em meio à crise

Por Juliana Morales
20 Maio 2021, 13h00

O conceito de empresa júnior chegou no Brasil em 1988. A pioneira no país – e na América Latina – foi a Empresa Júnior Fundação Getulio Vargas. De lá para cá, o MEJ (Movimento de Empresas Juniores) brasileiro expandiu ano após ano. Atualmente, conta com mais de 1200 empresas juniores em mais de 226 instituições de ensino superior, públicas e privadas.

Por meio de projetos e serviços prestados a clientes, universitários colocam em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Além de desenvolver habilidades de trabalho em equipe, liderança e gestão. A pandemia trouxe ainda mais desafios para esses jovens empreendedores, que precisaram se adaptar e responder à crise.

“Em um primeiro momento, foi muito difícil porque a maioria das empresas estava acostumada a trabalhar presencialmente nas sedes. Foi necessário a adaptação para o home office, mas também pensar em um modelo de negócio virtual”, conta Fernanda Amorim, presidente-executiva da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (a Brasil Júnior).

A Brasil Júnior, que representa o MEJ, teve o papel de capacitar as empresas juniores para o uso de novas ferramentas do mundo digital, ensinar como gestão de times remotos, reformular novos produtos e serviços para atender a nova demanda do momento atípico. “Não podíamos deixar de entregar soluções, serviços e projetos para sociedade. Ao mesmo tempo, que não deixamos de trabalhar para o nosso desenvolvimento quanto aluno”, afirma a presidente. 

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Outra parte de atuação da Confederação na pandemia é com projetos como o Salve Um Negócio. Com auxílio de parceiros e mantenedores – que são empresas que investem – o projeto presta consultoria a pequenas empresas, segmento que foi impactado pela crise sanitária e econômica.

As mentorias são feitas de forma online e tratam de temas sobre contingenciamento de custos e oportunidades de crescimento. Em 2020, a iniciativa envolveu 400 pequenas empresas e rendeu R$ 95 mil em investimentos direto. A meta este ano cerca é beneficiar de 800 empresas e gerar R$ 200 mil em aporte.

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O papel social

Arthur Moretto, presidente-executivo da EPR Consultoria, empresa júnior do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conta que, no ano passado, foram pegos de surpresa com a pandemia, mas conseguiram manter suas atividades em um esquema híbrido, com a maior parte de forma remota. Depois da adaptação começaram a pensar em como contribuir no enfrentamento da crise que o país se encontra.

“Nos temos nossas metas, precisamos faturar para se manter vivo como empresa. Mas a partir do momento que a gente consegue isso, por que não atuar no problema que está tendo na sociedade hoje? Até porque a gente faz parte de um universidade pública e temos que retribuir algo para a sociedade”, diz Moretto. 

As empresas juniores têm fins educacionais e não lucrativos. Todo o lucro é reinvestido para que a empresa melhore sua estrutura, capacite mais alunos e aumente seu impacto. Fernanda aponta que, mesmo com a pandemia, as empresas juniores continuaram crescendo. “Em 2019, antes da coronavírus, o faturamento das EJs foi de 45 milhões. Em 2020, o faturamento cresceu para 49 milhões”, afirma a presidente da Brasil Júnior.

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A oportunidade de ajudar na pandemia bateu na porta da EPR. Um centro de saúde de Porto Alegre estava com problemas no cadastro de vacinações da covid-19. Os dados estavam sendo manipulados em planilhas diferentes, muitos deles estavam multiplicados, e isso tomava muito tempo para fazer o controle. O desafio da empresa júnior era criar uma ferramenta mais uniforme e simples para evitar erros e agilizar o processo. 

Depois de analisar como era feito o gerenciamento de dados e quais eram as falhas que precisavam ser tratadas, os estudantes desenvolveram uma ferramenta no software do Microsoft Excel, utilizando linguagem VBA. O cadastro dos pacientes foi automatizado: depois de preenchido todas as informações são enviadas para um banco de dados. Além do acompanhamento personalizado de cada paciente, a ferramenta tem um aba com informações da área de atuação da unidade de saúde. 

Foi desenvolvido ainda com um código de pesquisa, que facilita a atualização dos dados dos pacientes já cadastrados. “O que era gasto uma manhã inteira para organizar como seria a vacinação da semana compactamos em duas telas”, conta Moretto. Essa ferramenta pode ser replicada em outros centros de saúde, passando por adaptações de acordo com o funcionamento de cada unidade.

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Impacto na pandemia

Desde 2017, a Sirius Biotecnologia Júnior, empresa idealizada pelos alunos de graduação do curso de Ciências Biomédicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), trabalha no desenvolvimento de produtos biotecnológicos, junto com estudantes do curso de Ciências Biológicas da universidade. O serviço carro chefe da empresa júnior é a calibração de pipeta, equipamento essencial na rotina laboratorial ou industrial. 

A empresa também oferece a consultoria de biossegurança e o mapa de segurança. O diretor de vendas da Sirius, Gabriel Brandalise, conta que os dois serviços já eram disponibilizados antes da pandemia, mas a crise sanitária viabilizou de uma maneira mais efetiva e os universitários conseguiram entender como poderiam realmente impactar na sociedade brasileira.

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“Está sendo muito essencial para o dia de hoje, uma vez que alguns estabelecimentos não seguem as formas corretas de biossegurança”, diz Gabriel. A Sirius elabora uma consultoria totalmente personalizada com base no local e no serviço que o cliente oferece. E atende uma grande área do mercado, como salões de beleza e estúdios de tatuagens.

“Colocamos a planta do local em um enquadramento e colocamos todos riscos presentes no local, tanto físico, químico, biológico, como ergonômico. Assim conseguimos trazer um melhor funcionamento para o cliente e seus funcionários”, explica o diretor.

No combate à covid-19, a empresa júnior  também começou a vender máscaras de algodão, elemento necessário para a segurança de todos, e produziu uma cartilha digital informativa sobre a prevenção da doença.

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Gabriel diz que a pandemia está trazendo um grande aprendizado sobre como contornar as adversidades e aprender ser resiliente. “Esse momento difícil também está evidenciando a importância dos relacionamentos sociais. Faz falta o contato olho a olho com outras pessoas. Espero que aprendemos valorizar muitos mais as relações sociais: amizades, professores e colegas de sala”.

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