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Atualidades no Vestibular

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Tudo o que você precisa saber sobre globalização

Ao impor tarifas sobre a importação de alumínio, aço e produtos chineses, os EUA se voltam contra um dos pilares da globalização: a abertura comercial

Por Fabio Sasaki
Atualizado em 23 ago 2019, 18h03 - Publicado em 23 mar 2018, 13h40

No ano passado, entrou em vigor as novas tarifas sobre as importações de aço a alumínio pelos Estados Unidos (EUA). Impostas pelo presidente Donald Trump, as compras externas de aço foram taxadas em 25% e as importações de alumínio, em 10%. A proposta era que, em um primeiro momento, nações aliadas como Canadá, México, Austrália, Coreia do Sul, Argentina, Brasil e países da União Europeia estariam livres da tarifa.

A China acabou sendo o país mais afetado pela nova política comercial. Além da cobrança extra pelas importações de aço e alumínio do país asiático, o governo norte-americano anunciou a imposição de tarifas sobre 60 bilhões de dólares em produtos de tecnologia importados da China. Os EUA justificam a medida por um suposto roubo de propriedade intelectual.

Por trás essa retaliação dos EUA está um déficit comercial de 375 bilhões com os chineses. Ou seja, os norte-americanos importam bem mais produtos do que exportam à China. Quando Trump foi eleito em 2016, uma de suas promessas de campanha foi justamente reverter o saldo comercial negativo com a China como forma de estimular e proteger a produção nacional.

Esta guerra comercial entre EUA e China é um passo atrás no processo de globalização, que mantém como um de seus pilares, a abertura comercial e o livre-comércio.

Confira a seguir um breve histórico da globalização e os seus principais fundamentos.

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HISTÓRIA DA GLOBALIZAÇÃO

Linha de produção da Ford, em Michigan (1914) (Hulton Archive/Getty Images)

Em linhas gerais, a globalização é entendida como o processo de integração entre povos, empresas, governos e mercadorias ao redor do planeta. Um mundo globalizado é aquele em que eventos políticos, econômicos, culturais e sociais estão interconectados e onde um acontecimento em um lugar do planeta tem a capacidade de ecoar por outros cantos do globo.

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Suas origens remontam aos séculos XV e XVI, com a expansão ultramarina europeia. O desenvolvimento do mercantilismo estimulou a procura de diferentes rotas comerciais da Europa para a Ásia e a África, cujas riquezas iriam somar-se aos tesouros extraídos das minas de prata e ouro do continente americano. Essas riquezas forneceram a base para a Revolução Industrial no fim do século XVIII, que, com o tempo, desenvolveu o trabalho assalariado e o mercado consumidor. As descobertas científicas e as invenções provocaram enorme expansão dos setores industrializados e ampliaram o mercado para a exportação de produtos.

Surgiram, no fim do século XIX, as grandes corporações multinacionais, industriais e financeiras, que irão se reforçar e crescer no século seguinte. A interdependência econômica entre as nações tornou-se mais evidente em 1929: após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, a depressão econômica norte-americana teve consequências em todo o mundo.

Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a nação capitalista mais poderosa passou a ser os EUA. Os Acordos de Bretton Woods, em 1944, montaram a arquitetura financeira mundial do pós-guerra, com o estabelecimento do dólar norte-americano como a base do sistema monetário mundial. Houve a criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituições criadas para sustentar o sistema, promovendo ajuda financeira e econômica às nações em dificuldades.

 

O NEOLIBERALISMO

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O presidente dos EUA, Ronald Reagan, e a primeira-ministra britânica Margaret, em encontro na Casa Branca, em 1982 (Hulton Archive/Getty Images)

Pode-se afirmar que a atual fase da globalização tem como pilares econômicos o conjunto de medidas adotado pela primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher (1925-2013) no Reino Unido. Ao assumir o poder em 1979, ela adotou uma política de privatizações, corte de gastos públicos e enfrentamento com os sindicatos, que ficou conhecida como neoliberalismo.

Os principais teóricos do liberalismo são os economistas Friedrich Hayek (1899-1992), austríaco, e Milton Friedman (1912-2006), norte-americano. O neoliberalismo, historicamente, contrapõe-se às ideias do keynesianismo – ideário formulado pelo economista John Keynes (1883-1946). O keynesianismo defendia uma presença ativa do Estado na economia como forma de impulsionar o desenvolvimento. Um exemplo da política de Keynes foi o New Deal, adotado nos EUA após a quebra da Bolsa em 1929, com maciços investimentos estatais para reativar a economia.

Colocado em prática por Thatcher, em aliança com o presidente norte-americano Ronald Reagan (1911-2004), o neoliberalismo consolidou-se como o sistema predominante a partir da derrocada do bloco comunista e o consequente fim da Guerra Fria a partir dos anos 1990.

O ideário neoliberal é constituído por alguns pontos centrais:

  • abertura comercial e financeira para promover o livre-comércio e ampla possibilidade de atuação das empresas em nível internacional;
  • diminuição do papel do Estado na economia, por meio de privatizações, e fim do Estado de bem-estar social (welfare state) vigente principalmente na Europa, com o corte nos gastos públicos e na oferta de serviços sociais pelo governo;
  • desregulamentação financeira, ou seja, deixar o mercado livre para ditar preços e condições de atuação, sem a interferência de regras do governo;
  • flexibilização do mercado de trabalho, o que implica confrontos com os sindicatos, cujas reivindicações são vistas como obstáculos ao crescimento econômico; uma nova divisão internacional do trabalho, com migração de empregos industriais para os países em desenvolvimento (relocalização);

 

OMC E BLOCOS ECONÔMICOS

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Bandeiras da União Europeia em Bruxelas (Reprodução/iStock)

Um elemento central da globalização é o livre-comércio, ou seja, a criação de um sistema em que bens e serviços são comercializados sem restrições tarifárias. Nesse sentido, o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) na expansão comercial foi fundamental, principalmente na primeira década após a sua criação, em 1995. Seu objetivo principal é estimular a abertura das economias nacionais e eliminar o chamado protecionismo – quando um país impõe taxas ou outras barreiras comerciais para restringir a importação de produtos e proteger a sua própria produção interna.

Outra expressão importante da globalização e do livre-comércio é a formação de blocos econômicos. Os primeiros agrupamentos de nações surgiram com o objetivo de facilitar e baratear a circulação de mercadorias entre seus membros. Sob a economia globalizada, essas medidas reforçam a tendência de abrir as fronteiras das nações ao livre fluxo de capitais, ao reduzir barreiras alfandegárias e coibir práticas protecionistas e regulamentações nacionais. Existem quatro modelos básicos de blocos econômicos:

1. Zona de livre-comércio, em que há redução ou eliminação de tarifas alfandegárias;

2. União aduaneira, que, além de abrir o mercado interno, define regras para o comércio com nações de fora do bloco;

3. Mercado comum, que permite a livre circulação de capitais, serviços e pessoas;

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4. União econômica e monetária, em que os países adotam a mesma política de desenvolvimento e uma moeda única.

A formação de blocos econômicos acelerou o comércio mundial. Antes, qualquer produto importado chegava ao consumidor com um valor significativamente mais alto, em função das taxações impostas ao cruzar a alfândega. Os acordos entre os países reduziram e em alguns casos acabaram com essas barreiras comerciais.

>> Veja também: Donald Trump e a crise da globalização

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