Que a arte tem o poder de mudar o mundo, já sabemos. Mas um grupo seleto de obras tiveram um poder transformativo ainda maior. Seja pelo contexto histórico, o significado por trás ou pelo pioneirismo de suas técnicas, algumas peças de arte entraram para a história por mudar a maneira que se enxergava determinada questão. Listar todas elas seria uma tarefa impossível, claro, mas o GUIA DO ESTUDANTE separou aqui ao menos algumas que você deveria conhecer.
Veja abaixo as 7 obras de arte que mudaram o mundo, com um breve contexto acerca de cada uma.
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1. Cavernas de Lascaux (17.000 a.C.)
Vamos começar pela pintura mais antiga da lista – e que demorou mais de 17 mil anos para ser descoberta. As obras das Cavernas de Lascaux, no sudoeste da França, foram encontradas em 1940, quando um grupo de jovens se depararam por acaso com um complexo de pinturas nas paredes de uma caverna.
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O registro não é o mais antigo exemplo de arte rupestre do mundo (há pinturas na Espanha com mais de 40 mil anos), mas sua importância reside na sofisticação da técnica utilizada em sua confecção. Desenhos de cavalos, cabras, felinos, cervos e bisões revelam uma precisão que alterou a forma como se enxergava as habilidades artísticas dos homens do Paleolítico Superior (50.000 a.C. até 10.000 a.C.).
2. “Estudos do feto no útero”, de Leonardo Da Vinci (1511)
Seria impossível falar sobre as artes que mudaram o mundo sem citar o trabalho de Leonardo da Vinci. Um dos maiores gênios da humanidade, Da Vinci deixou um legado não apenas na área da pintura, mas também na escultura, arquitetura, medicina, matemática e engenharia. Para seus estudos de anatomia, roubava e dissecava cadáveres para entender como funciona o corpo humano internamente.
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Um dos seus mais impactantes trabalhos foi a análise detalhada de um feto ainda no útero. Para a Medicina limitada do período, tratava-se de um nível de precisão extraordinária, com detalhes acerca da posição do feto e seus órgãos. O legado de Leonardo da Vinci contribuiu para cimentar de vez a relação entre ciência e arte, mostrando a eficácia de seus métodos (nada ortodoxos) e descobertas.
3. “As Meninas”, de Diego Velázquez(1656)
Um dos quadros mais famosos do mundo é também um dos mais relevantes para a História de Arte. “As Meninas”, em um primeiro momento, pode parecer apenas mais uma pintura encomendada por uma família real, mas suas técnicas e elementos escondidos fogem do tradicional do período. Por meio de luzes e espelhos, Diego Velázquez imprime no quadro um verdadeiro jogo de pontos de vista.
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Como explicamos neste outro texto, “As Meninas” é uma das primeiras obras de arte a brincar com elementos de perspectiva e metalinguagem. Como se o espectador se tornasse parte da pintura, a cena vai se relevando e mostrando ser diferente do que se imagina em uma primeira análise.
4. “A Morte de Marat”, de Jacques-Louis David (1793)
A arte pode ser uma ferramenta política? Para o artista francês Jacques-Louis David não apenas pode, como deve. A sua obra “A Morte de Marat” é considerada um dos primeiros exemplos de arte de cunho político por retratar a morte de Jean-Paul Marat, um dos líderes radicais da Revolução Francesa – e também amigo do artista. Marat foi assassinado em sua casa, dentro de uma banheira, por um simpatizante dos girondinos.
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Na tela, o artista pintou o revolucionário como um mártir, um herói vítima da oposição. O poder da obra reside justamente na figura idealizada de Marat, morto segurando uma pena e uma cartão na mão – uma analogia a sua dedicação à causa da revolução. O quadro logo se tornou uma ferramenta política e um ícone da ideologia revolucionária.
5. “The Horse in Motion”, de Eadweard Muybridge (1878)
Esta obra do final do século 19 mostra o início de uma relação que permearia até os dias de hoje: arte e tecnologia. “The Horse in Motion” é uma série de fotografias do fotógrafo inglês Eadweard Muybridge capturando um cavalo em movimento. Ilustrando os negativos das fotos – tiradas a partir de 24 câmeras fotográficas –, Muybridge conseguiu separar cada etapa do movimento do cavalo.
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Para o espectador moderno, a obra pode parecer uma simples sequência de fotos, mas é importante ressaltar que estamos falando de uma época anterior a gravações em movimento. Diferentemente de obras que recorriam a técnicas de traço e estilo para transpassar movimento, Muybridge traz uma captura objetiva e científica. Cada etapa do movimento do cavalo é registrada, tais quais o que seriam depois as primeiras técnicas de animação.
A obra contribuiu não apenas para as artes plásticas, mas para a evolução do cinema, a anatomia animal e até mesmo a biomecânica.
6. “Fonte”, de Marcel Duchamp (1917)
Como pode um urinol ser considerado uma das artes que mudaram o mundo? Pois bem, é justamente nessas perguntas que residem a relevância de “Fonte”. A peça de Marcel Duchamp, assinando aqui com o seu pseudônimo “R. Mutt”, é considerado um verdadeiro ponto de virada na arte moderna e um marco do gênero dadaísta.
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Quando apresentada, no início do século 20, em Nova York, causou frenesi entre os críticos e apreciadores de arte. Segundo o artista, foi justamente ao conseguir se tornar o centro de discussões que a obra, um urinol branco pré-fabricado, se tornou uma peça de arte. Afinal, o que seria arte? Quem dita as regras? Ao questionar a autenticidade e a autoridade de um artista, Duchamp abriu o caminho para o movimento ready-made e também a arte conceitual.
7. “Guernica”, de Pablo Picasso (1937)
Maior nome do movimento cubista – e grande entusiasta de “As Meninas”, de Diego Velázquez –, Pablo Picasso fez história. Em “Guernica”, o artista contesta o bombardeiro da cidade de Guernica, realizado em 1937 pelo exército nazista durante a Guerra Civil Espanhola. Representante do Cubismo, mas com características expressionistas, a obra é uma denúncia visual da destruição e violência causadas pela guerra.
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A brutalidade é vista nos traços não tradicionais do artista, que choca pela visceralidade e expressividade da obra. Há um prédio em chamas e até mesmo uma mãe segurando uma criança morta. Mas o que chama mais atenção é a dor e agonia dos civis, que mesmo não se tratando de um quadro realista, pode ser sentida com clareza. É até hoje usada como um símbolo anti-guerra.
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